26. Mais brigas pela frente.

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Izabella

Não vou me afastar como fiz da outra vez, apesar de estar sentindo ódio de tudo até o meu último fio de cabelo. Não vou e nem quero abrir espaço na vida do Aron pra mais ninguém e ele que me aguarde, isso me causa raiva, saber que ele também é meu ponto fraco, eu não acredito que vou ter que admitir que o amo, mas por enquanto devo me aquietar, com a porra dessa mão machucada não posso fazer muita coisa. Queria apenas descobrir o paradeiro da vadia que teve a coragem de trair o Antony e aí sim, irei lavar a minha alma.

E por falar em Antony, ao entrar em sua casa vejo o sorriso no rosto dele ao abraçar a Nataly, isso me causa insegurança, pois odeio ser deixada de lado e muito menos não suporto a idéia de ter que dividir o amor dele, depois de tudo o que passamos juntos, sempre pensei que nunca haveria ninguém entre nós. Nunca me permitir amar alguém...
Eu sei que tenho sido muito implicante e vou continuar sendo. Eu até vou com a cara dela, já falei que os motivos disso são a felicidade e a tranquilidade que ela trouxe pra vida do meu velho, meu amado pai. Porém isso não quer dizer que vamos ser melhores amigas. Isso nunca.

- Bom dia! - eles pararam com as trocas de sacanagens ao pé do ouvido e me olharam, ela toda sem jeito, deve achar que escutei alguma coisa e ele surpreso por eu chegar tão cedo. Não consegui dormir naquela maca que mais parecia uma pedra de tão desconfortável. Meu avô passou a noite comigo. Sem dúvida o sofá era mais macio. Ele dormiu e não amanheceu dolorido. Bom, muito provavelmente fui sedada, nem sei em que posição eu dormir na verdade - Podemos conversar Nataly?

- Claro, estávamos indo tomar café da manhã. Vem. - não vi meu avô passar por nós na sala principal, ele já havia ocupado seu lugar por direito como chefe da família. Será que se meu pai continuar nesse loucura e se casar ainda vai ser assim? Afinal a bandida da Nataly também tem pai.

Foi difícil e dolorido comer com a mão machucada, cortar as frutas era pior que levar as agulhadas durante os pontos que levei sem anestesia, estava quase desistindo quando meu pai levantou e ofereceu ajuda, e sim, ele cortou em pequenos pedaços o melão, a maçã e a pêra. Colocou mais suco no meu copo, não dava para negar essa ajuda, a Dona Helga estava presente e me olhava seriamente, isso é sinal de problema para ser resolvido, não suporto quando ela me olha assim ameaçando. Por estar com uma única mão em bom estado, o tempo que levei para comer quase chegou ao ponto de servirem o almoço praticamente. Meus avós levantaram e meu pai saiu para dar o ar da graça na empresa. A Nataly, levantou de onde estava e sentou ao meu lado, ela perdeu o amor à vida ou o quê?

- Pronto, estamos sozinhas. Diz aí, qual o motivo para conversarmos? - definitivamente, ela perdeu o amor à vida.

- É sobre o paradeiro daquela vadia - ela ficou tensa.

- O que tem ela?

- Ainda tem alguém na cola dela? Agora que sei que não temos laços familiares, posso excluir a vadia do mapa. Então, tem ou não tem alguém na cola dela?

- Sim - levantei as sobrancelhas questionando sobre mais - ela meio que sumiu, ou pelo menos é o que acha. Se refugiou em uma cidade do interior na França e ontem viajou para Portugal com os pais e um novo otário. Você vai ao encontro dela?

- Ainda não. Com essa mão aqui - levantei minha mão esquerda - sou quase nada. Pro que pretendo fazer com ela, preciso das duas mãos. Me mantém informada sobre a vadia. Quando for a hora, ela vai ganhar passagem de primeira classe para o quinto dos infernos, com uma vasta escala pelo purgatório. Me faz outro pequeno favor - ela assentiu - corta um pedaço desse bolo pra mim, o cheiro está uma delícia.

- Te garanto que o gosto está ainda melhor. Bom se era só isso, preciso ir trabalhar. Depois do acontecido de ontem com a minha tia, a Luiza vai cuidar dela hoje até meu tio voltar. Então eu vou ter que aturar as loucuras do Izaac o dia todo - sorriu.

Rox Drinking (REPOSTADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora