Capítulo 2 - Parte 3

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Sim. Um irmão mais velho. - Hum... Irmão mais velho, se ele é assim imagina o irmão. - Mas ele trabalha na fazenda vizinha então ele vem apenas para dormir, e fica aqui nos fins de semana. Bom... mais ou menos isso, porque nos fins de semana ele sempre vai para a cidade encontrar com os amigos e algumas vezes vou com ele.

Entendi. - Informação de mais para um primeiro dia Dulce. - Onde é o meu quarto?

Não se lembra? - Neguei, afinal, eu não ia naquela casa há muitos e muitos anos. - Quer que eu te leve?

Preciso tomar um banho, tirar esse monte de roupa e descansar um pouco. Não dormi a viagem inteira.

Ok! - Ele se levantou. - Vamos. - Ele me estendeu a mão e eu segurei a mão dele. Um toque em sã consciência fora necessário para fazer meu corpo se arrepiar por completo. - O que foi?

Acho que é o frio. - Falei completamente sem graça.

Consegue andar?

Acho que não. - Mordi meu lábio inferior o olhando. Talvez eu até conseguisse, mas já que eu era obrigada a estar ali, porque não aproveitar um pouco da boa vontade do nosso Ucker. É, esse nome é estranho. Ele me ajudou a levantar e me abraçou pela cintura.

É no segundo andar. - Ele falou enquanto caminhávamos lentamente em direção à escada que ficava no cômodo ao lado da sala. Acho que era o hall de entrada, pois nesse mesmo cômodo haviam várias portas e uma que dava acesso à saída. - Acho que vou precisar te carregar, ainda me parece fraca.

Eu consigo. - Respondi rapidamente e acho que ele percebeu, já que um sorriso quase imperceptível brotara nos lábios dele. Ele não disse nada, apenas me ajudou a subir a escada com cuidado. Quando chegamos no fim da escada viramos e seguimos até a porta à direita, que estava aberta.

É aqui. - Vi o quarto todo decorado com a cor rosa, e os moveis brancos. Estranhei que ainda tinha um berço nele, e uma cama em baixo da janela. Tanto o berço quanto a cama tinham lençóis de cor branca com corações cor de rosa. Havia uma prateleira com bonecas e uma poltrona de cor branca virada pra janela. O guarda-roupa também era branco, e tinha uma penteadeira no meio dele com uma cadeira.

Tem um bebê aqui? - Perguntei achando tudo muito estranho.

Não. Acho que você foi a última criança que entrou nessa casa. Bom, tem eu e meu irmão, mas não conta. - Ele disse enquanto me levava para dentro do quarto e me ajudava a sentar na cama.

Porque tem um berço aqui? - Olhei cada canto do quarto tentando entender. Era como se eu conhecesse tudo aquilo, mas algo me fazia ter um bloqueio.

Olá querida. - Vi aquela senhora entrar no quarto. - Seu pai já está vindo com seus medicamentos ok? - Assenti sem dar muita importância.

Sabe por que esse quarto está decorado para um bebê?

Bom, esse quarto sempre foi seu. Seu pai nunca deixou ninguém entrar aqui, até anteontem que ele ligou parar trocar todas as roupas de cama. - A olhei sem entender, afinal porque ele ainda deixava meu quarto de quando eu era bebe intacto? Pensei em perguntar mais sobre isso, mas a dor na minha cabeça pedia um pouco de paz. Talvez umas horas de sono me fizesse bem.

Preciso tomar um banho. - Falei baixo mudando de assunto.

Claro. Vai te fazer bem menina. - Ela sorriu terna para mim. - Tem toalha limpa no banheiro. - Ela apontou uma porta no canto do quarto. Quer que eu encha a banheira pra você?

Não. Tomo uma ducha mesmo, vai me fazer bem. Depois quero dormir.

Vamos deixá-la um pouco sozinha, filho. - Ela mirou Ucker que estava calado.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora