Voltei. - Ouvi a voz da doutora atrás de mim e me virei. - Vejo que nossa princesinha já está pronta pra ir, não é mesmo? - Ela sorriu e entregou uns papeis a meu pai. -Vocês precisam comprar esses remédios pa ela e dar duas vezes ao dia. Quando ela completar dez dias, vocês devem trazê-la pra mim.
E essas manchas no rostinho dela?
Vão desaparecer com o anti alergico que receitei.
Você vai ser a pediatra dela? - Christopher perguntou sem tirar os olhos de Luna que estava apenas resmungando no momento.
Só no primeiro mês, depois terão de ver um outro pediatra.
Tem algum para recomendar?
Tenho sim, mas depois conversamos sobre isso. Quanto mais tarde vocês forem, mais frio estará então... nos vemos daqui há oito dias.
Doutora, só mais uma pergunta. - Me pronunciei.- De quanto em quanto tempo tenho que amamentá-la?
Ela vai mamar praticamente o tempo todo nos primeiros dias. - Ela sorriu. - Infelizmente o leite materno se digere muito rápido, e nos primeiros dias não sustenta tanto como deveria.
Entendi. Então toda vez que el chorar vai ser de fome?
Não. Ela vai chorar pra tomar banho, pra trocar fralda, por dores, por cólicas e por manhas, você terá que aprender o que cada tipo de choro quer dizer. Geralmente quando é fome eles mechem a boca simulando o gesto de amamentação.
Tá. Eu vou pesquisar mais sobre o assunto. Quero ser a melhor mãe do mundo pra minha filha.
Você será.
Nos despedimos e fomos para o carro. Luna pegou no sono pouco depois que meu pai deu partida. Ela parecia uma formiguinha dentro do bebê conforto no meio de um monte de roupa e manta. Eu cochilei na segunda metade do trajeto. Estava exausta e nem sei o porquê. Acordei com Christopher me chamando. Nós dois estávamos no banco de trás, e eu estava deitada com a cabeça no ombro dele.
Chegamos Mari, acorda.
Hmm? - Resmunguei e esfreguei meu olho. - Já?
Sim, você apagou.
Estou cansada, quero dormir.
Então vai pro quarto, aposto que sua cama está esperando quentinha lá.
Não. - Destravei o cinto de segurança e depois o de Luna que tinha os olhinhos arregalados. - Está acordada meu amor?
Ela acordou quando seu pai desligou o motor.
Dulce adorava dormir no carro quando era nenem. - Meu pai destravou o cinto e abriu a porta. - O som do motor faz os bebês se acalmarem.
Legal. - Sorri. - Vem com a mamãe meu amor, vamos pra casa. - Falei com voz de bebê tirando-a com cuidado do bebê conforto. Christopher abriu a porta do lado dele e saiu, depois eu me arrastei para mais próximo da porta e saí. Deixei que os dois pegassem a bolsa e o bebê conforto no carro, não queria que Luna ficasse muito tempo no frio. Entrei pela porta da frente e dei alguns passos pelo corredor.
Ah meu Deus. - Ouvi um grito fino entrar por meus ouvidos. - Vi Ivalú descer as escadas correndo. - Até que em fim, vocês querem me matar de preocupação? Vocês vão pro hospital, não ligam pra dar notícias. E... eu não acredito, você trouxe ela? - Olhei por trás dela e vi os outros descerem, todos de pijama, mas não pareciam estar dormindo.
Olha só quem resolveu vir pra casa. - Poncho falou sorridente. - Está tudo bem?
Dulce, o que houve com ela? - Ivalú que estava próxima tirou a manta que tapava o rosto dela.
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[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias Vondy
FanfictionTrezentos e Sessenta e Cinco Dias Narrado em primeira pessoa, a trama ocorre com Dulce Maria, uma adolescente de 17 anos, que após a morte de sua avó com quem vivera por anos, se vê obrigada a deixar sua vida e seus amigos em Nova York para viver co...