Dia pós dia se passaram. 24 de janeiro. Era um sábado a noite, Christopher me levou em um Café Bar. Havía combinado com Anahí de irmos lá, assim ela poderia ver Alfonso. Bem, não foi bem combinado, mas a loira não me deixou escolha. Ficamos no bar conversando enquanto tomávamos algo e ouvíamos uma musia country ao vivo.
Anahí e Alfonso namoravam em uma das mesas enquanto Christopher conversava com uns amigos e eu ficava conversando com meus amigos pelo celular. Estava entediante e as horas pareciam não passar. Mexia seriamente em meu celular quando alguém colocou um copo de caipirinha, uma bebida típica brasileira na minha mesa. Levantei meus olhos e lá estava ele.
Bebe. - Ele disse enquanto puxava uma cadeira.
Não quero, obrigada! - Dei de ombros e voltei a olhar a tela do meu celular.
Dulce, você está muito séria. Descontraia-se. Bebe, dance. Olha, vamos dançar.
Dançar? Você e eu? - Dei uma gargalhada irônica.- Não. Aliás, o Fernando sabe que você quer embebedar uma garota de 17 anos?
Vai dizer que você não bebe.
Sabemos que no país que moramos menores de 21 não podem beber álcool. Ou será que você não sabe disso Uckermann.
Sim, eu sei, porém o dono do bar é meu amigo, e um copo de caipirinha não fará mal a ninguém. Aliás, pensei que a gente que havia parado nos anos 50. – Ele ergueu uma sobrancelha.
Quando eu completar 21 anos a gente conversa. - Levantei-me e fui em direção à saída.
Falou a certinha né Dulce. - "Idiota!" Apenas pensei, mas continuei andando. Cheguei no exterior do bar e procurei pelo carro. Talvez se ficasse lá eu vencesse Christopher pelo cansasso. Encostei-me no carro e fiquei olhando as estrelas. O céu era lindo, totalmente distinto de Nova York. Haviam estrelas, muito mais do que eu era costumada a ver. Fiquei um bom tempo naquele tempo frio observando o céu. Era a coisa mais linda que já havia visto.
Esqueceu seu casaco. - Ouvi a voz dele bem próxima a mim e o olhei. - Vai virar um sorvete aqui fora. - Ele me entregou meu casaco. - Quer ir embora né?
Está tão obvio assim? - Perguntei irônica enquanto olhava as horas. Já passava de meia noite, quase uma hora da manhã.
Já vamos. Só estou esperando o meu irmão despedir-se da Annie. - Ele se encostou no carro ao meu lado.
Hum. - Resmunguei enquanto vestia o casaco.
Lindo o céu né?
Sim.
Na sua cidade é assim também?
Não.
Tem que vê-lo no outono, é a coisa mais perfeita do mundo.
Mais que isso?
Sim.
Gosto de ficar olhando as estrelas e a lua. - Mordi meu lábio inferior olhando o céu. Estava totalmente hipnotizada com aquela vista.
Também gosto. Tenho um telescópio no meu quarto. Seu pai me deu quando fiz 17 anos.
Sério?
Harram. Depois se quiser posso levar pra você ver, ou você pode ir lá.
Pode ser. - Olhei para o lado e vi que ele me olhava, bem perto até, o que me fez arrepiar. Não sei explicar bem o que houve. Perdi completamente os sentidos quando aqueles lábios tocaram os meus. Poderia ter empurrado, virado o rosto, dito pra ele não o fazer, mas foi impossível. Me vi envolvida naqueles lábios. Queria dizer que era o beijo mais doce que já tinha recebido, porém tinha um gostinho de álcool e limão. Imaginei que ele teria bebido. Mas em fim, é apenas um detalhe. Quando ele percebeu que não fiz nada ele me puxou contra seu corpo com uma de suas mãos em minha cintura e a outra na minha nuca. Me arrepiei completamente quando a língua dele invadiu minha boca. Céus! Que beijo era aquele. Não resisti. Levei minhas mãos geladas até a lateral da cabeça dele e o fiz aprofundar mais o beijo. Não faço ideia de quanto tempo o beijo durou e ele apenas acabou quando o ar nos faltou por completo. Paramos o beijo e ficamos ali, frente a frente em silêncio. Algo chamou minha atenção. Acho que o sino da porta do café bar. Afastei-me dele e rapidamente entrei no carro na parte de trás sem dizer nada e ele continuou parado. Se quer nos olhamos. Logo chegou Alfonso e Anahí, porém a loira apenas se despediu e seguiu para seu carro. Em seguida Alfonso entrou no carro no lado do motorista e Christopher no lado do carona. Seguimos para a casa em um silêncio totalmente constrangedor. Sabia que Alfonso havia sacado algo, o que me deixava com vergonha. Assim que chegamos, sem falar nada fui direto para minha casa sem nem mesmo me despedir. Queria dormir, mas acredite, passei metade da noite acordada tentando raciocinar o que havia acontecido.
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[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias Vondy
FanfictionTrezentos e Sessenta e Cinco Dias Narrado em primeira pessoa, a trama ocorre com Dulce Maria, uma adolescente de 17 anos, que após a morte de sua avó com quem vivera por anos, se vê obrigada a deixar sua vida e seus amigos em Nova York para viver co...