Capítulo 10 - Parte 6

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Eu não estou enxergando quase nada. - Mordi o lábio inferiro. - E não estou entendendo quase nada do que estão falando. - Pensei um pouco. - Já disse que estou com fome? Ai meu Deus, eu não arrumei a mala.

E ainda tem a viagem. Ela não vai sair daqui. - Meu ai disse atrás dele.

Ah eu vou. Você me forçou agora eu vou.

Ah minha menina. -Agora uma voz feminina invadiu o banheiro. - Ela precisa comer. Olha como está fraca.

Eu falei, eles não querem me alimentar. - Dei de ombros.

Vamos tomar um banho e depois você vai comer, está bem? - Assenti. - Agora me dêm licença vocês. - Ela os empurrou para fora do banheiro e fechou a porta.

Eu não queria sair do chuveiro. Aquela agua fria caindo sobre meu corpo er tão boa. Tia Ale me ajudou a me vestir e depois fui para minha cama esperar minha comida. Eu já tinha voltado completamente ao meu corpo e a meu estado normal, mas ainda estava com fome. Talvêz porque eu não tenha comido nada pela manhã. Eu estava sem apetite.

Agora consegue aplicar? - Olhei para a porta e vi Alfonso segurar um dos frascos que continha minha insulina.

É, agora consigo. - Mordi meu lábio inferior e ele entrou no meu quarto, sentou-se a uma distância razoável entre a gente. - Eu não mordo.

Annie ficou com ciúmes do que você fez. - Senti minhas bochechas corarem.

Desculpa. Eu... eu não estava em mim. - Peguei a siringa que estava no criado mudo, desinfetei-a, e depois apliquei-a em meu braço.

Eu sei. Humm. Eu fiquei preocupado com você. Essas coisas te acontecem sempre?

Bom. - Me arrumei na cama. - Eu já fiquei com a visão turva algumas vezes. Isso é um tanto normal pra quem tem diabetes. Mas ficar nesse estado que fiquei, nunca. Deve ter sido por ficar exposta naquela roupa infernal em baixo do sol por tanto tempo. Eu não sou muito fã do calor. Não me sinto bem sabe. Além do mais, aqui é muito mais quente que em Nova York.

Você está deixando todo mundo preocupado Dulce. Precisa se cuidar mais.

Eu sei. Não foi minha intenção, é só que eu não estou em um bom dia. - Dei de ombros. - Eu ainda vou na viagem?

Não sei. Seu pai está preocupado.

Eu sei mas eu já me sinto melhor. - Cruzei os braços e ele riu. - Eu só estou um pouco fraca, mas nada que um bom prato de comida resolva meu problema. E eu prometo me cuidar, eu juro. Tomarei todas as minhas doses diárias, e também vou me alimentar bem.

Eu não duvido disso. Aliás, eu estarei lá pra assegurar de que você não se esqueça de tomar nem um copo de água. - Rolei os olhos e ele apertou minhas bochechas.

Para.

Ficou vermelhinha.

Vai se ferrar. - Peguei o travesseivo e bati na cabeça dele.

Ei isso doi. - Ele puxou minha perna e começou a fazer cócegas em mim. Instintivamente comecei a rir e me debater enquanto pedia com dificuldade para ele parar. Depois de um tempo ele parou. E aí nossos olhos se cruzaram. Seus olhos verdes acinzentados fez com que uma energia atravessasse todo meu corpo. Apenas ouvia nossas respirações.

O... o que é que vocês pensam que estão fazendo? - A voz de Tia Alê surgiu do além e ele saltou de cima de mim. - Vocês... vocês dois estão ficando loucos? Isso...Isso não pode acontecer. Nunca. - Ela colocou a bandeija que trazia em mãos no criado mudo. Seu rosto estava pálido. - Vai lá pra baixo Alfonso. Por que não está fazendo compania pra sua namorada?

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora