Capítulo 7 - Parte 6

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"Bom dia Baixinha. Espero que tenha acordado bem hoje.

Na segunda você já poderá voltar às aulas e isso talvêz ocupe mais o seu tempo. Não sou muito bom com cartas, mas espero que possa me entender.

Talvêz você me ache um idiota por não ter coragem de te dizer isso frente a frente, mas eu realmente sou um covarde por isso.

Quando eu vi você naquele hospital, entre a vida e a morte senti que tudo era culpa minha. Sempre foi. Eu comecei tudo isso. Eu tentei me afastar de você antes da viagem. Parte de mim queria estar com você, mas outra parte diazia que você ia embora e me deixaria mais uma vez. Porém naquela viagem, quando te vi tão frágil por causa daqueles exames eu me arrependi. Tentei voltar atrás nas minhas decisões, mas você estava tão mal que se quer me deixou aproximar novamente. Eu queria cuidar de você a qualquer custo. Quando você chegou toda machucada no hotel eu senti toda a dor que você provavelmente deve ter sentido. E quando ligou para o seu pai pedindo ajuda, ele foi até lá. Eu vi que nem sempre poderia te ajudar, mesmo que eu quisesse. Pedi a ele que prolongasse a viagem e ele alugou um carro que poderia ser entregue em São Francisco. É, eu menti sobre ele ter tido a ideia. Apenas queria que você sentisse que ele se importava com você, mesmo depois daquela briga entre vocês. Eu não queria ver vocês brigados.

Naquele acidente da estrada vi você em estado de choque e isso doeu muito Dulce. Foi culpa minha. Eu levei você até aquele local e se eu não tivesse atento à estrada, só Deus sabe onde estaríamos agora.

E depois, com tudo o que aconteceu lá em São Francisco eu me afastei de você, e simplesmente aconteceu que eu quase perdi você para sempre. Eu quase enlouqueci. Cheguei a pensar que, se algo lhe acontecesse eu iria me matar. Eu não poderia viver com isso. Não poderia perder outra pessoa especial para mim.

Pedi a seu pai quando você ainda estava no hospital lutando para sobreviver, que quando você acordasse, deixasse você voltar para Nova York. Seus amigos sabem cuidar melhor de você que nós. Eles te conhecem melhor que a gente, sabe o que você realmente precisa. Não se preocupe quanto a ser menor. Teu pai contatou o advogado da família para te emancipar, então não haverá problema quanto a isso.

No seu criado mudo está a passagem de volta para Nova York e amanhã seu pai irá tratar de arrumar sua transferência escolar.

Desculpe por esses ultimos dias não ter dado transparecer isso. Quis te dar nossos ultimos momentos juntos de uma maneira mais alegre. Eu pude ver seu sorriso novamente, e isso já me bastou. Tive a certeza que estava fazendo o correto quando seus amigos pegaram o primeiro vôo para a California. Eles jamais deixariam isso acontecer com você. Sei que eles teriam percebido be antes de você desmaiar que precisava de ajuda. Não sou capaz de cuidar de você Dulce. Eu queria, mas não posso.

Não estou em casa agora e não sei quando eu volto. Talvêz a gente se tope por aí algum dia. Espero que estude, se case e tenha uma família que te ame muito.

Eu te amo o bastante para te ver feliz mesmo que seja longe.

Se cuida. Sentirei sua falta. "

Não sei em que momento eu comecei a chorar. Christopher só poderia estar brincando. A carta estava molhada com minhas lágrimas. Olhei para a passagem e vi que havia outro envelope que continha a logomarca de uma empresa aérea. O olhei por alguns instantes e depois o abri. A passagem estava marcada para daqui a uma semana. Só consegui concluir que Christopher não estivesse na cidade. Tive ódio por isso. "Covarde!" Gritei e rasguei os dois envelopes, a carta e a passagem todos juntos. Quem eles eram para decidir minha vida dessa maneira? Porque é que nunca perguntam o que eu quero? Se se importam tanto assim comigo, porque é que sempre deduzem o que pode ser melhor pra mim?

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora