Mas...mas...- Voltei a me sentar.
Ele acordou agitado, e quando se ligou de tudo o que houve ele ficou enfurecido. Ele está digamos que uma fera com você. Disse que é a última pessoa que ele quer ver. A única coisa que ele quer saber referente a você, é sobre o bebê.Disse que é a única coisa que realmente importa a ele.
Tudo bem. - Suspirei. - É um direito dele. - Enxugiei o rosto. - Eu já previa tudo isso mesmo, ele nunca vai me perdoar pelo que fiz. É tudo culpa minha.
Não fala isso Dul. - Anahí se pronunciou. - Não foi correto o que você fez, mais foi o que você achou que iria protegê-lo. Você não tem culpa de ter dado errado. Não tem culpa do Rodrigo ter escutado você aquele dia.
Mas eu tenho culpa de não ter dito a ninguém antes. Mas isso não importa mais não é mesmo? Está tudo bem agora, e se ele está bravo comigo, é um direito dele. Só espero que ele nunca desconte isso na Luna. Ela não tem culpa.
Ele jamais iria fazer isso. Ele a ama muito. - Alfonso assegurou. - Talvêz quando ele se acalmar vocês possam conversar e tentar se entender.
Não vai haver um depois. Eu não tenho mais o porque ficar aqui.
E vai pra onde?
Eu não sei. Vou pra algum lugar com o papai. Não serei capaz de ficar aqui com ele me desprezando. Não permitiria minha filha nascer e crescer em um ambiente assim.
Você não pode separá-lo da filha.
Eu sou a mãe, eu estou gerando e eu decido o que faço com minha vida e com a vida da minha filha. Já terei dezoito anos uando ela nascer. - Acariciei a barriga. - O dia que eu decidi ficar aqui, mesmo com ele tendo me deixado, foi porque tinha a esperança de ficar com ele. É a segunda vez que ele me diz não e não irei passar por isso de novo. Eu errei, e sinto muito, muito mesmo por isso, mas agora não depende mais de mim. Eu tenho direito de seguir minha vida, e ele não tem nenhum direito de dizer o que devo ou não fazer.
Ele é o pai.
Ele fez a escolha dele.
Sabe que ele não vai deixar você separar a Luna dele, não sabe?
Veremos quem de nós dois terá dieito sobre ela. E se ele pensar em fazer algo contra, nem o nome dele ela vai receber. Não me importo de ser mãe solteira. - Dei de ombros. - Agora se me permitem,quero ficar sozinha.
Dul...
Por favor. - Apontei a porta. - E não me olhem com essa cara, eu estou bem. E se não estiver, eu vou ficar. Não preciso de ninguém com pena de mim. - Me levantei e abri a porta. Assim que eles saíram eu me deitei em minha cama.
Doeu muito saber que ele não queria me ver, saber de mim, porém, por outro lado, eu estava aliviada em saber que ele estava acordado, fora de perigo. Não consigo me perdoar pelo que fiz, quem dirá ele.
Agora tudo fez sentido. Pablo provavelmente soube antes de mim, que Christopher havia acordado. É por isso que ele estava chorando, é por isso que ele queria ir embora. Sinto náuseas só de pensar que fiz os dois caras que me amavam sofrer dessa forma. A última coisa que eu queria na vida era isso. Perdi ambos por completo. Pablo se quer irá querer ser meu amigo, e Christopher, a única relação que terá para com minha pessoa, é através da nossa filha.
Ouvi três batidas na porta após alguns poucos minutos. - Eu já disse que quero ficar sozinha.
Dul. - A porta se abriu um pouco e Pablo enfiou a cabeça pela fresta. - Podemos conversar?
Pablo... eu. - queria dizer que não mas devia isso a ele. - Tudo bem, entra. - Peguei um travesseiro e o abracei.
Como está se sentindo?
Bem. - Menti. Eu poderi dizer ao mundo que estava tudo bem, mas dentro de mim havia uma Dulce que gritava de dor, culpa, saudade, odio e muitos outros sentimentos misturados. O vi se sentar na beirada da minha cama. Ele nem se quer conseguia me olhar nos olhos.
Eu... é... hummm.
Eu já sei.
Sabe?
Sim. Eu ouvi o que você falou lá em baixo. - Me sentei sem o olhar. - Pablo, quando começamos a ficar, fizemos a promessa de que nada iria atrapalhar nossa amizade. - Minha voz falhou. Era de mais para mim. - Nós crescemos juntos, você, a Iavalú, a Fuzz, o Pedro, a Iliana, a Zoraida e eu.
Você esqueceu da Italú.
Não, eu não esqueci. Eu nunca vou esquecer dela, porque nós éramos todos amigos. Mais do que isso, éramos irmãos.
A gente nunca fala dela. É como se tivéssemos apagado ela da nossa memória.
Eu nunca me esqueci disso. Seja lá pra onde ela tiver ido, por mais que eu não fale dela, eu sempre vou me lembrar.
Eu ainda me sinto culpado.
Você não teve culpa.
Foi ideia minha a gente ter ido lá. Eu convenci vocês todos de irem.
Não sabíamos que ela tinha alergia a abelhas e muito menos que uma colmeia a atacaria.
Eu ainda sonho com ela às vezes.
Ela não gostaria que isso acontecesse.
E pouco a pouco a vida vai nos separar. Não temos escolha.
Você tem.
Mas eu não posso mais. - Ele fechou os olhos.
Por favor.
Pelo carinho que eu sei que você inda sente por mim Dulce, não torne as coisas piores. - Ele segurou minha mão. - Dói muito, e se eu preciso seguir minha vida, tem que ser desse jeito. Eu preciso seguir em frente, conhecer novas pessoas. - Ele parou por um instante. - Eu vou me inscrever para a Brown University.
Fica na Rhode Island, Pablo. Você vai embora de Nova York éisso?
São apenas três horas, e vai me fazer bem. Tenho parentes lá. E está entre as vinte melhores universidades do país.
Eu não estou em Nova York Pablo. Não é justo você se afastar. Não é justo você abandonar nossos amigos por um prbolema nosso. Meu e seu apenas. Você não pode fazer isso. E a sua mãe? E o seu pai? Você vai deixá-los por minhas culpa?
Não posso viver em baixo das asas deles para o resto da minha vida. Eu vou fiz dezoito anos no início do ano, está na hora de aprender a viver sozinho. Entrar para a faculdade, arrumar um emprego, ter minhas próprias coisas. Tenta entender, por favor.
Eu entendo, apenas não aceito. Você disse que estamos nos separando. Por que é que você não tenta mudar isso?
Italú, você, Zoraida, e depois eu.
Zoraida?
Ela está indo para a Carolin do Norte no início do ano. É por isso que ela tem se mantido afastada. Conseguiu uma bolsa de estudos lá e vai se mudar com o namorado.
Namorado que eu nem conheço.
É um cara legal.
Só espero que ele cuide bem dela. - Me encolhi. - Eu não vou conseguir te convencer não é? - ele negou. - Tudo bem, você tem direito de escolher. - Suspirei. - quando você vai?
Vou amanhã Dulce.
Mas tão rápido?
Vai ser melhor assim. Promete pra mim que irá se cuidar e que irá cuidar bem da Clara?
Luna.
Luna Clara. - Me mantive em silêncio. Não sei se ousaria por Clara como nome composto, não era justo. - Promete? Você precisa ser forte.
Eu prometo. - Passei a mão pelos olhos. Não queria chorar.
Eu vou deixar você sozinha agora, mas devia descer pra comer alguma coisa. - Ele se aproximou, beijou minha testa por alguns segundos, depois se levantou e saiu.
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[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias Vondy
FanfictionTrezentos e Sessenta e Cinco Dias Narrado em primeira pessoa, a trama ocorre com Dulce Maria, uma adolescente de 17 anos, que após a morte de sua avó com quem vivera por anos, se vê obrigada a deixar sua vida e seus amigos em Nova York para viver co...