Capítulo 4 - Parte 5

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Isso não vai matar minha fome. – Sussurrei e ele tomou meus lábios em um beijo molhado e quente. Céus. Não pensei duas vezes em dar passagem a ele, que logo aprofundou o beijo. Ajoelhei-me para ficar em uma posição mais confortável e logo ele me puxou pela cintura fazendo-me sentar em seu colo. Levei minhas mãos até os cabelos ondulados onde embolei meus dedos. Ele apertava minha cintura fazendo-me soltar leves gemidos. Senti uma das mãos dele subir por minhas costas até chegar ao meu cabelo, soltando o coque mal feito que eu havia feito.

Fica bem mais linda com ele solto. – Ele sussurrou entre o beijo e eu sorri. Depois aquela mesma mão seguiu até uma de minhas coxas apertando-a.

Apartei-me do beijo quando o ar me faltou. Sentia um calor desgraçado naquele instante. Colei minha testa à dele e mantive meus olhos fechados. Não pronunciei nada, assim como ele também se manteve em silêncio por alguns instantes.

O momento estava tenso. Imagine a cena, eu sentada no colo de um estranho. Bom, não exatamente um estranho, mas aquilo não pegava nada bem. Precisava quebrar a tensão do momento e o que eu disse? – Confessa que é você quem gostaria de me ter em sua cama gritando de prazer. – Ainda não acredito que falei isso. Queria ser um furão naquele instante. Que horror! Abri meus olhos e topei com os dele e logo começamos a rir. Acho que nem ele acreditava que eu havia dito aquilo.

Quem sabe. - Ele mordiscou o meu lábio inferior.

E o que você está imaginando nesse momento? - O olhei.

No momento? - Ele desviou o olhar e deu um sorriso.

Safado! - Dei um tapa leve no ombro dele.

O que foi? Não falei nada.

Nem foi preciso né.

Ah não? Se você quiser. - Ele me roubou um selinho. - Eu te mostro exatamente o que eu estava imaginando. - Ele voltou a me beijar. Dessa vez ainda mais feroz. Ele tinha pegada. Ou melhor "a pegada". Aqueles lábios quentes desceram da minha boca até o meu pescoço, o que me fez dar um suspiro e ele rir.

Não me marca Chris.

É só dizer ao seu pai que um inseto que você tem alergia te picou. - Dei uma gargalhada. Idiota! Um completo idiota. Um idiota gostoso e com pegada. Senti os lábios dele sugar meu pescoço e joguei minha cabeça pra trás. Droga! Queria ver o que eu ía falar não só pra ele, mas para Anahí no dia seguinte. No mesmo momento que o quis matar, eu queria mais, mais e mais. Mas isso não poderia ficar assim. Eu não iria pagar o mico, ou melhor, o King Kong sozinha. O fiz parar e dessa vez fui eu a levar minha boca ao pescoço dele, onde fiz o mesmo e se bobear fiz pior. O ouvi soltar um leve e rouco gemido o que me fez arrepiar dos pés à cabeça. Voltei a beijá-lo, mas algo me disse para não seguir. Eu queria continuar e sei que ele também. Queria ir até o fim. Senti-lo. Mas parte de mim gritava para não fazer isso.

Chris.- Sussurrei parando o beijo com um selinho. - É melhor a gente parar. Eu não vou conseguir parar depois.

Eu não quero parar. - Colei minha testa à dele. - Eu preciso de você. - Ele buscou os meus lábios.

Não. Ainda é cedo. - Apartei-me dele.

Você não quer. Vou respeitar isso.

Não. Não é isso. - Abri meus olhos e pude ver um olhar meio frustante. - Pelo contrário, eu quero. Mas não devemos. Não ainda, nem aqui. - Olhei em volta.

Tudo bem. - Ele deu um sorriso fraco. - Acho melhor você comer. – Ele falou com a voz ofegante.

E eu acho melhor você tomar um banho frio. – Nem preciso dizer a que me referi e pela primeira vez consegui deixá-lo com vergonha. – Se quiser depois te arrumo uma foto bem sexy pra você dar um jeito no seu amiguinho aí em baixo. – Brinquei enquanto saia de cima dele.

Pensei que ia dar um jeito nele de outra forma. – O olhei.

Não! Nem pense nisso Christopher. Já estamos passando de todos os limites. – Falei séria enquanto buscava algo para comer.

Temos limites? - Ele me questionou e o olhei séria.

Eu estava brincando. – Ele deu de ombros. – Mas aí, como foi a aula hoje?

Sei lá. – O olhei de lado.

Como sei lá? Por um acaso cabulou aula hoje? - Ele franziu o cenho me fitando.

Não! É que nem prestei atenção. Estava com a cabeça no que houve ontem. – Mordisquei um pedaço de um sanduiche.

Ainda está chateada? - Droga, porque ele tinha que me lembrar disso? Estava tudo tão legal até agora.

Não sei. Nem sei se o que meu pai disse é mesmo verdade. Hoje ele nem estava mais em casa.

Bom Dulce, você tem que ver no que quer acreditar. - Ele molhou os lábios com as línguas.

É difícil Christopher. Não é nada fácil saber que sua vida foi uma mentira, quem dirá acreditar que foi.

Eu não disse que isso é fácil. Mas você devia começar a juntar as peças. - Ele passou meu cabelo para trás. - O que sua avó e sua mãe falavam pra você a respeito de seu pai? – Ele me observava comer enquanto esperava a resposta.

Diziam que ele não queria saber da gente.

E nunca lhe explicaram o por quê? – Neguei. – Certo. Pensa nisso com mais calma tá. - Assenti.

Como você sabe tanto? Você era uma criança Ucker. - Perguntei um tanto curiosa.

Mas eu cresci aqui Dulce. Eu vi o desgosto do seu pai ao receber de volta cada presente, cada carta que ele mandava pra você e sua mãe. Eu o vi querer desistir de tudo, mas mesmo assim ele não desistiu. Seu pai não foi toda vida esse homem frio que você conhece Dulce. Ele já foi divertido. Ia a festas, em bares. Mas a vida lhe fez tão mal que o único refúgio dele foi o trabalho.

Mas agora eu estou aqui, e ele continua o mesmo. Frio. Só sabe trabalhar. Hoje acordei pensando que ia ser diferente, mas ele nem estava. - Abaixei a cabeça.

Já pensou que ele possa ter medo de que você o deixe assim como sua mãe? Aliás é isso que você pretende fazer daqui a alguns meses. Talvez ele só esteja tentando poupar maior sofrimento.

Não quero fazê-lo sofrer. Não quero fazer ninguém sofrer.

Pensa nisso direitinho está bem? – Assenti.

Será que a gente pode mudar de assunto?

Estraguei tudo né? - Mordi meu lábio inferior. - Desculpa. Trouxe você aqui pra esquecer um pouco e te fiz lembrar.

Não precisa se desculpar.

Do que quer falar?

Não sei. - O olhei.

Que tal se você me dissesse que desculpa vai inventar ao seu pai quando ele ver isso no seu pescoço. - Ele tirou o meu cabelo olhando meu pescoço. - Está linda a minha marca.

Christopher Uckermann. - O repreendi procurando pelo meu celular sob o lençol. Assim que o encontrei já fui logo ligando a câmera frontal. Desgraçado! A marca estava duas vezes pior que o outro dia. - Eu vou te matar Uckermann.

Me mata. - Ele puxou minha perna me fazendo cair deitada. - Mas me mata de prazer. - Ele se deitou por cima de mim e buscou meus lábios.

Tarado. Eu vou gritar.

Grita. - Ele sorriu. Grita a vontade. Primeiro porque ninguém vai te ouvir, e segundo que se fizer isso te darei um bom motivo para gritar.

Arregalei meus olhos. - Está me assustando.

Brincadeira baixinha. - Ele beijou minha bochecha e saiu de cima de mim. - Acho melhor a gente voltar que já está escurecendo.

Ok! - Me sentei arrumando meu cabelo. – Não vai comer? – Ele assentiu, pegou outro sanduiche e começou a comer. Terminamos de comer e logo voltamos para a casa pois já estava escurecendo e o tempo já estava esfriando.

Naquela noite, acordei aos gritos. Não sabia direito se havia tido um pesadelo. Acredito que meu grito fora tão alto, que Christopher, Alfonso e Alexandra não demoraram mais de cinco minutos para chegarem até meu quarto. Eu tremia feito uma vara verde.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora