No dia seguinte acordei com muita bagunça em meu quarto. Cheguei até a me assustar. Fiquei completamente sem graça ao ver que estavam cantando parabens. Era meu aniversário e eu havia me esquecido. Não fazia questão de me lembrar. Tentei entrar na onda para não chateá-los. Durante o resto do dia ficaram me paparicando e organizando as coisas da bebê. Graças aos cientistas inventaram algo chamado secadora de roupas, assim as roupas já ficaram limpinhas e secas no mesmo dia. Meu pai terminou de arrumar os moveis no quarto e Fuzz se ofereceu para limpar. Recebi telefoema de Zoraida e Iliana. Queria que o Pedro me ligasse, mas ele não o fez. Estava levando bem a sério o lance de se afastar de mim.
Um, dois, três dias se passaram. E foi exatamente durante o meu banho antes de ir dormir que eu senti a pior dor que eu já havia sentido em toda minha vida. Tentei gritar mas sem êxito. A dor era tanta que não tive força para chamar ninguém e sabia que aquela hora todos estavam no andar de baixo. Saí do chuveiro e senti um choque térmico devido a baixa temperatura do tempo e a água do chuveiro estar muito quente. Me enrolei no roupão, fui até a porta e abri. Eu não ia conseguir chegar la embaixo. Outra dor que pareciam lâminas entrando em minha coluna agora mais forte. Me apoiei na bancada da pia e acariciei minha barriga. Os olhos já inundados. "Pensa Dulce, pensa" Gritei para mim mesma em pensamento. Olhei para a bancada e vi meus cremes e perfumes sobre ela. Eu iria me arrepender disso, mas eu não conseguiria fazer outra coisa. Peguei dois perfumes e os joguei com força no chão há poucos metros de mim. Não queria me cortar. Foi questão de segundos até meu pai aparecer e ficar me olhando.O que houve? - Ele perguntou sem entender porque eu havia feito aquilo. Abaixei minha cabeça quando um líquido quente jorrou por minhas pernas abaixo e ele seguiu meu olhar. Ficou completamente paralizado.
Me ajuda. - Implorei. Minha voz quase não saía e tive que me segurar muito para não apertar a barriga. - É muito cedo, faz parar. - Ele não reagiu então soltei um grunhido de dor fazendo-o sair de seu transe.
Ai meu Deus. - Ele gritou. - Alguem.. alguem ajuda aqui. - Ele me pegou no colo e me levou para a cama, toda molhada. - Fica... fica aqui.
Não me deixa. - O segurei pelas mãos. - É muito cedo.
O que aconteceu? - Meus amigos e Alfonso irromperam pela porta preocupados.
A bolsa dela.
O que tem? - Soltei um soluço dolorido. - Ah não. É muito cedo.Eu sei. Meninas, enxuguem ela e coloquem uma roupa quente nela. Poncho, consegue dirigir? - Ele assentiu. - Eu vou trocar de roupa. E Pedro, liga pro hospital e diz que estamos levando ela. - Ele assentiu e saiu do quarto segiuido ppr meu pai e meu irmão. Minhas amigas não perguntaram e nem falaram nada. Apenas fizeram o que meu pai pediu, e depois as duas vestiram roupa por cima do pijama.
Vocês vão comigo?
Claro que vamos. - Meu pai entrou rapido no quarto.
Vocês duas podem ir com o Pedro no outro carro? - Ele assentiu. - A gente se encontra lá. - Ele pegou minha bolsa e depois me pegou no colo me fazendo urrar de dor. Me levou até o carro onde Alfonso já esperava pronto pra dar partida. - Rapido mas com cuidado. - E saímos.
Quando chegamos no hospital já haviam enfermeiros me esperando na entrada de emergência. Meu pai estava apavorado com meus gritos, e chegava a ficar vermelho. Eu gritava que não queria e todos paravam para olhar o que estava acontecendo.
Me levaram para um quarto, e de lá mesmo os enfermeiros me aplicaram soros, medicamentos e fizeram exames em mim. A dor foi diminuindo na medida que eles faziam efeito. Minha voz já estava rouca de tanto pedir para me ajudarem.Demorou quase uma hora para em fim meu obstetra aparecer. Junto dele veio uma enfermeira que trazia um aparelho. - Olá Dulce. - Ele sorriu simpatico.
Olá o caramba, eu estou perdendo meu bebê e ninguém fez nada pra mudar isso. - Disse entredentes.
Dulce meu amor, se acalma. - Meu pai falou tentando me acalmar, mas até o tom de sua voz estava trêmulo.
Precisamos fazer uma ultrasson em você. Os exames ainda não ficaram prontos. Tudo bem?
Apenas salve meu bebê.
Farei o que estiver a meu alcance. - A enfermeira que o acompanhava posocionou o aparelho perto de mim, e logo em seguida o obstetra começou a fazer o que precisava. Passou o gel em minha barriga, e depois passou um aparelho sonb ela observando seriamente o monitor. Fiquei de olhop tentando ver algo em seu semblamte, mas ele apenas estava sério. O vi mexer em algo mas não fazia ideia do que era.
E aí?
Hum... - Ele tirou o aparelho de minha barriga. - Não posso dizer nada sem uma certeza. Vou precisar de um transvaginal.Um o que? - Meu pai arregalou os olhos.
É uma outra forma de ver o bebê, diretamente dentro do útero. Vai levar apenas alguns minutos.Tudo bem. - Suspirei sentindo um desconforto.
Preciso que mantenha a perna assim, tudo bem? - Ele abriu minhss pernas por baixo do lençol. Tirou um aparelho estranho de algum canto, pegou uma embalagem, rasgou e tirou de dentro um preservativo colocando-o no aparelho. Apertei forte a mão do meu pai quando senti-a enfiar o aparelho em mim. Ele ficou uns longos minutos olhando o monitor e mechendo aquilo dentro de mim. Quando o tirou tinha um semblante preocupado.
O que houve? - Perguntei receosa.
Ele tirou as luvas depois de tirar o preservativo do aparelho e o jogou na lixeira.
Os batimentos estão fracos. Quase parando. - Senti meu estômago se embrulhar. - Temo que, se não fizermos o parto, em menos de quarenta e oito horas não haja mais batimentos. - Alguém bateu na porta e entrou. Uma outra enfermeira trazia um punhado de papel. Entregou a ele e se retirou. Ele analizou folja por folha e depois com uma voz baixa disse: Como eu temia. O bebê está abaixo do peso, e muito, muito fraco.
É muito cedo. - Falei com a voz falha.Precisamos tentar. Já houve casos de bebês nascerem antes e sobreviverem. A medicina avançou muito.
Quais as chances doutor? - A voz de meu pai estava trêmula.
Não muitas, porém maiores que se não fizermos o parto.
Normal ou cesárea?
Não. Papai não, eu estou com medo.Vai ficar tudo bem meu amor.
O bebê está bem encaixado, e bom, continua um pouco abaixo do peso. O parto normal seria bem rapido acredito eu. Ela já está com seis de dilatação. Embora eu aconselhe o cesáreo, sem dor.
Eu não quero que me cortem. - Me encolhi. - Tenho medo.
Você escolhe.
Normal. - Suspirei. A dor não importava, eu só queria minha Luna bem logo.
Vamos induzir o parto então. Vou pedir que apliquem a injeção em você para te levarem para a sala de parto.
Ok.
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[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias Vondy
FanfictionTrezentos e Sessenta e Cinco Dias Narrado em primeira pessoa, a trama ocorre com Dulce Maria, uma adolescente de 17 anos, que após a morte de sua avó com quem vivera por anos, se vê obrigada a deixar sua vida e seus amigos em Nova York para viver co...