Capítulo 2 - Parte 5

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"Olhos castanhos, o cabelo é castanho médio e um pouco enrolado. Não muito alto mas pelo meu tamanho fico uma anã perto dele.." - Ele repetiu exatamente o que eu havia dito. - Realmente você é bem baixinha. Não cresceu muito desde que foi embora daqui.

Idiota. - Peguei uma das almofadas que estavam sobre o sofá e joguei nele porém o mesmo agarrou a mesma e a pôs sobre sua barriga.

Não foi dessa vez baixinha.

Baixinha teu ra... - Fui interormpido.

Olha a boca baixinha. - Ele me mirou. - Onde você cresceu não te deram educação?

Sim, me deram mas ela ficou por lá. - Cruzei meus braços mirando o teto.

Ui. Está nervosinha é?

Não te interessa.

Está de TPM baixinha?

Hey. - O repreendi. - Quem você pensa que é pra me perguntar isso? - Me sentei o olhando.

Eu? - Ele se apontou. - Ninguém. - Ele falou voltando a olhar o teto e eu fiquei o olhando em silêncio.

Ucker né? - Ele assentiu sem me olhar. Que nome estranho.

Dei uma gargalhada ele ficou sem entender. - Que foi?

Mari, Mari. - Ele se levantou jogando a almofada em um canto qualquer e caminhou até mim parando na minha frente. - Baixinha olha pra mim. - O mirei sem falar nada. - Meu nome não é Ucker.

Não? - Perguntei o olhando nos olhos.

Não exatamente. - Senti ele por suas mãos sobre meus joelhos e olhei as mãos dele. - Você não se lembra de nada?

Nada o que Ucker? Se é que é esse seu nome.

Sua infância.

Até onde sei, eu fui embora daqui com minha mãe, que depois morreu em um acidente. Bom, o Fernando disse que ela também morreu por causa da doença que eu não tenho certeza se é verdade que ela tinha. - O vi negar com a cabeça olhando pra baixo.

Você não se lembra de nada.

Do que está falando Ucker.

É Christopher meu nome. - O vi ficar irritado.

Christopher. - Sussurrei. - Chris. - Ele levantou a cabeça me olhando. - Meu Chris. - Dei algumas piscadas tentando associar.

Se lembra agora? - Neguei.

Dulce o que aconteceu com você hein?

Comigo nada. Sou uma pessoa perfeitamente normal.

Vem comigo? - Ele se levantou me estendendo a mão.

Onde?

Na minha casa. Quero te mostrar uma coisa.

Eu nem te conheço. - Me encolhi.

Se eu tivesse que fazer algo contigo já teria feito não acha? - Ele ergueu uma sobrancelha ainda com a mão estendida.

Não sei. - O olhei receosa e por um milésimo de segundo me vi de pé com a ajuda dele. - Se você fizer algo comigo, ou me matar eu volto pra puxar seu pé de madrugada.

Baixinha eu jamais faria alguma coisa com você.

Para de me chamar de baixinha. - Bufei e me virei de frente pra ele o olhando com a cabeça meio erguida e ele sorriu. Aquele sorriso. Não me era estranho. Fechei meus olhos por alguns segundos tentando me lembrar e novamente meu corpo se paralisou quando senti a respiração quente e ofegante dele próxima a mim. Tive a impressão de que se eu respirasse minha boca se colaria à dele. Me afastei quase caindo sentada no sofá e abri meus olhos.

Está tudo bem?

Sim. - O olhei sem graça.

Tem certeza?

Já disse que sim Ucker.

Então podemos ir?

Claro. Mas lá fora está muito frio pra eu ir só com esse pijama.

Só -10 ºc. - Ele sorriu divertido.

Idiota. - Cruzei os braços.

Bobinha. Já sei, porque não espera aqui enquanto eu busco o que quero te mostar?

Tem chocolate na sua casa? - Perguntei e em seguida mordi o lábio inferior.

Chocolate? - Ele cruzou os braços me mirando.

Preciso de chocolate.

Acho que tem, mas você pode comer chocolate?

Com moderação sim. Não como sempre.

Espera aqui que eu já volto ok?

Ok! - O olhava feito boba enquanto ele saia pela imensa porta que dava acesso ao corredor. Me sentei no sofá e fiquei olhando pro chão enquanto pensava naquele nome. Christopher. Meu Chris. Porquê Meu Chris?! Porque ele fala que não me lembro de nada. Soltei um longo suspiro e me afundei no sofá fechando meus olhos me perdendo em meus pensamentos.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora