Capitulo 13

918 75 0
                                    

Protesto! - Disse em um tom alto o advogado de Rodrigo, fazendo meu coração dar um salto. Estava sentada no fundo da sala. Não há muitas pessoas aqui, o que me conforta um pouco.

Protesto negado. - Alegou o juíz. Vi o advogado voltar a se sentar em silêncio e então Alfonso recomeçou a falar. Eu se quer prestei muita atenção no que cada um falava, apenas queria que tudo acabasse e que Rodrigo fosse acusado com pena de prisão perpétua.

O ar me faltou quando o Juíz chamou meu nome. Eu fiquei olhando sem saber o que fazer. Um cara que eu não faço ideia de onde saiu me ajudou a ir até o local para poder testemunhar. Minhas mãos suavam, tremiam e formigavam.

Qual o seu nome? - Perguntou o juíz.

Du... Dulce María Espinosa Saviñon. - Nunca foi tão difícil pronunciar meu nome. Depois disso fui instruida a fazer o juramento solene.

Senhorita Saviñon, poderia nos contar exatamente o que houve no dia em que o senhor Uckermann sofreu um atentado?

Eu...eu... - Olhei para as pessoas à minha frente e todos me encaravam sérios. Meu pai deu um sorriso e sussurrou algo para mim, então tomei um pouco de coragem. Não muita, mas o suficiente para começar. - Eu estava no meu quarto conversando com minhas amigas que vieram de Nova York, quando ouvi alguns passos no corredor próximo ao meu quarto. Tentei ver quem era, mas quando cheguei na porta não vi ninguém. Então fui até a janela e vi o carro do... o carro do Rodrigo. Segundos depois eu ouvi dois disparos seguidos. Quando cheguei no andar debaixo, Rodrigo já estava fugindo e então corri até o local do disparo e encontrei Christopher caído.

Senhorita Saviñon, o meu cliente alega que todo o tempo você sabia do que poderia acontecer. - Disse o Advogado dele há quase um metro longe de mim.

Sim. Eu estava ciente de que poderia acontecer. - Senti a primeira lágrima escapar.

Então a senhorita confirma que foi cumplice dele.

Não! - Que absurdo! - Eu nunca fui cumplice de Rodrigo. Se eu estive com ele todo esse tempo foi porque ele me ameaçou. Foi para impedir que ele fizesse mal a Christopher.

E mesmo sob ameassa não recorreu a nenhuma ajuda.

E quem acreditaria em mim? Eu não tinha provas. E mesmo que meu pai, ou meus amigos acreditassem, a lei não acreditaria, ele sairía impune e sabe-se lá o que ele faria comigo. Rodrigo é um psicopata, um doente mental sem cura. Ele sabia que eu não queria nada com ele, mas mesmo assim ele continuou com a ameassa. Eu tentava fugir dele o máximo possível, mas mesmo assim eu era obrigada a sair com ele sem nem saber se voltaria viva para minha casa. Ele se mostrou uma boa pessoa no início, mas depois se revelou um monstro. Um monstro! - Terminei de falar quase gritando. Eu queria que isso acabasse logo.

Agradesço seu testemunho. - Disse o juíz. - Pode voltar ao seu lugar. - Assenti e saí o mais rápido que pude dali. Eu não estava me sentindo nada bem. Voltei para o meu lugar sem olhar para ninguém. - Que entre o réu. - Assim que a porta foi aberta algumas pessoas começaram a gritar, chamando-o de todos os nomes ruins possíveis. - Ordem no tribunal. - Disse enquanto batia o martelo levantei minha cabeça e o encarei. Ele estava acabado. Tive a sorte de ele não ter que responder ao processo em liberdade. Seu olhar me amedrontava então quando ele me encarou voltei e olhar para baixo.

Ele começou a responder as perguntas do advogado que meu pai havia contratado. Ele falava de mim como se eu tivesse sido o grande amor da sua vida e que o decepcionara muito. Cada segundo que se passa tenho mais certeza que ele é doente.

Então o senhor se declara culpado? - Perguntou o advogado.

Sim. - Ele sorriu cínico como se não se importasse com o que tivera feito.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora