Capítulo 6

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Passamos o restante do dia trancados no quarto sem se quer nos falarmos. Eu sabia que Christopher estava certo, mas o que eu não sabia era o que eu devia fazer. Não posso fingir que está tudo bem, quando não está.

No dia seguinte Christopher levou-me novamente para fazer os exames. Fiz tudo o que me mandaram e depois voltei para o hotel. No terceiro dia de exame também não foi muito diferente. A única diferença é que, ao invés dele me levar direto para o hotel, ele desviou o caminho.

Onde está indo Christopher? - Perguntei olhando-o de esguio.

Vou te levar em um lugar.

Estou cansada Christopher, não quero ir a lugar algum.

Você vai gostar, eu acho. - Ele mantinha os olhos na estrada. - Confia em mim?

Confio. - Respondi após hexitar um pouco.

Mais de uma hora haviam se passado e Christopher ainda dirigia. O sono já havia tomado conta do meu corpo, então eu simplesmente encostei minha cabeça na janela do carro e adormeci.

Acordei com uma buzina e um farol alto vindo em nossa direção. Christopher desviou o carro num impulso fazendo minha cabeça bater no vidro da janela. Uma freada fez com que meu corpo fosse jogado para frente, e enquanto Christopher manobrava o carro com uma mão, ele me mantia meu tronco encostado ao banco. Tudo à nossa volta agora eram poeira, um caminhão tombado no meio da estrada e um carro completamente destruido.

Dulce. - Christopher me chamou. Eu estava completamente sem reação. - Está tudo bem? - Eu mantinha meus olhos fixos em algum ponto que nem eu mesma podia definir e mordia meu lábio com tanta força que tinha quase toda a certeza que já estava sangrando. - Espera aqui. - Ele abriu o carro e saiu. Minhas pernas tremiam. Eu apenas conseguia ver duas coisas à minha frente. Minha mãe, e as pessoas que provavelmente estariam dentro do outro carro.

Flash Back

Você deveria ir com a gente Dulce, meus pais te deixam em casa. Já está tarde. - Ivalu disse enquanto via os pais estacionarem em frente ao colégio. - E não pode ficar aqui sozinha, já foram todos embora.

Ela disse que viria hoje. - Olhei no relógio que eu havia ganhado de aniversário, embora se quer sabia olhar as horas direito. Depois olhei para cima e vi que o céu já estava escurecendo. - Tudo bem, ela deve ter tido algum imprevisto.

Vamos? - Ela me estendeu a mão.

Vamos sim. - Peguei minha mochila no chão, e fui em direção ao carro junto com Ivalu.

Entramos no carro e fechamos a porta. Cumprimentei os pais dela e logo eles deram partida.

Conheço ivalú desde o primeiro dia de aula. Somos muito amigas, e tenho medo de que algum dia o destino possa mudar isso. Sei que somos apenas duas crianças, mas ela sempre é a adulta da historia. Ela foi criada em uma família maravilhosa. Ela é simpática, simples, carinhosa, engraçada. É a amiga que eu pedi para Deus.

O transito estava caótico. Eu olhava pela janela enquanto meu pensamento vagava longe. Ambulâncias, bombeiros, polícias e três carros completamente destruídos formavam um novo cenário na avenida. Mas um carro, apenas um deles chamou minha atenção. Um Cruise prata, cujo em sua traseira havia um adesivo escrito "Dulce Maria". Minhas pernas gelaram, meu coração acelerou.

Para. - Gritei e o pai de Ivalú freiou. Rapidamente tirei o cinto e desci do carro.

Dulce. - A mãe dela me chamou, mas eu a ignorei.

Saí correndo pela multidão que se formara. Cheguei o mais perto que consegui e lá estava ela, dentro do carro. Desacordada, machucada, sangrando. Morta. - Mamãe. - Gritei e tentei me aproximar mas alguém me segurou. - Me solta, é a minha mãe. - Algumas lágrimas traçaram minha face. Ela estava pálida, e seus lábios estavam roxos.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora