Já no mês de março fui convidada a uma festa de um dos meninos da minha sala. Não queria ir, porém Anahí insistiu para que eu fosse, assim poderia levar Alfonso e Christopher junto. Às vezes me pergunto se deveria mesmo ter contado pra ela o que houve, já que depois que contei ela não parava mais de encher a minha paciência. Ela já havia me casado mentalmente com Christopher e me dado um filho e duas filhas os quais deveriam se chamar Victor, em homenagem ao pai de Christopher, Blanca em homenage à miha avó e Emilia, nem sei de onde ela tirou esse nome. Que absurdo!
Estava arrumando para a festa. Usava uma calça preta bem justa com algumas partes rasgadas e manchas brancas, um sapato preto salto 15 , e uma blusa branca com decote em "v" e por cima um casaco de couro preto. Cabelos soltos, uma maquiagem bem leve e alguns acessórios.
Está pronta? – Ouvi a voz rouca de Christopher provavelmente atrás da porta do meu quarto.
Acho que sim. Entra. – Disse meio desanimada enquanto procurava meu celular.
Uau, você está linda. – Ele me olhava da porta.
Eu sou linda, Christopher. – Tentei quebrar a tensão do momento. – Gostou?
Harram. – Ele veio até mim me abraçando por trás. – E está cheirosa.
Estou?
Sim. – Ele beijou o canto de minha boca. Nos últimos dias estávamos um tanto íntimos, mas nada sério.
Temos mesmo que ir? - Me virei de frente pra ele fazendo um biquinho.
Está com uma carinha de desanimada.
E estou. - Me soltei dele voltando a procurar meu celular.
Não podemos deixar a Annie plantada lá, e ela está esperando a gente né. - Bufei. - Acho melhor a gente ir. Já devíamos estar lá. Annie deve estar ficando louca.
Ela aguenta. – Dei uma piscada pra ele. – Você também está cheiroso.
Eu sou cheiroso. – O olhei e começamos a rir. - Vamos logo, quero ver o que as crianças tem naquela festa. – Ele me olhava. – O que está procurando?
Meu celular.
Ai, deixa ele aí.
Não gosto de sair sem ele. E se eu precisar?
Não vamos precisar.
Ta bom. – Bufei. – Vamos. Meu pai está aí?
Sim. Está lá na biblioteca.
Ok! Vai indo que vou dar uma passada lá.
Está bem melhor desde que conversaram né? - Fui até ele e ele passou meu cabelo para trás da orelha.
Sim Christopher. Acho que precisávamos conversar. - Olhei para o lado.
Fico feliz por isso. Te espero no carro, porque Poncho deve estar em cólicas lá. – Descemos juntos para o andar de baixo, e enquanto fui me despedir de Fernando Christopher seguiu para o carro.
Já vai? – Ele perguntou assim que me aproximei da porta ainda com os olhos fixos em um livro.
Gosta muito de ler?
Às vezes. – Ele levantou os olhos e me olhou. - Está linda filha.
Obrigado. Vim apenas dizer que estamos indo.
Ok! Divirtam-se e não voltem muito tarde viu.
Não prometo. – Dei meio sorriso.
Juízo vocês três.
Também não prometo isso. Vou indo.
Ok! Até mais.
Depois disso me retirei e fui até o carro, onde Christopher e Poncho já me esperavam. Fomos conversando até a casa onde seria a festa. Estava lotada, juro que não fazia ideia de onde surgira tantas pessoas. Entramos procurando por alguém conhecido e por fim encontramos Anahí conversando com umas meninas da escola.
Assim que nos viu ela veio se encontrar conosco.
Olá. – Disse enquanto me cumprimentava com dois beijos no rosto. – Demoraram em. – Cumprimentou Christopher. – Oi meu amor. – A vi dar um beijo desentupidor em Alfonso.
Ei, não engole meu irmão Anahí. – Christopher disse divertido.
Alguém pelo menos se diverte né. – Dei de ombros.
Podemos fazer o mesmo. – Ele falou perto do meu ouvido e eu sorri. Não seria má ideia, mas tinha a boca seca e queria tomar algo.
Acho que vou ver algo pra beber, vamos deixar os dois se divertirem. Vem. – O segurei pela mão e o puxei no meio da multidão. Encontrei o meu colega há poucos metros de onde estávamos e fui cumprimenta-lo, depois Christopher e eu fomos para um lugar mais calmo, onde o som alto não incomodava tanto e onde haviam menos pessoas.
Pensei que estava acostumada. – Ele disse enquanto se sentava ao meu lado no sofá da sala de estar.
Com essa bagunça? – O olhei e ele assentiu. – Olha, eu realmente amo baladas e essas coisas, mas hoje não estava muito a fim de aparecer em uma festa. Só queria ficar em casa, na minha cama.
Está tão chata hoje. - Ele revirou os olhos.
Eu su chata. - Dei de ombros.
O que você fazia nos seus fins de semana em Nova York?
Coisas pra fazer é o que não faltavam. Eu ia em baladas -18, conhece?
Já ouvi falar. – Ele tomou um gole de refrigerante. Sim, eu o havia proibido de beber, pois não estava a fim de voltar em um carro com um motorista bêbado.
São bem legais, e o mais legal é que não podem entrar adultos. – Sorri sapeca. – E também íamos a vários lugares meus amigos e eu. Parques, shoppings, restaurantes, lanchonetes, clubes, cinemas e outros.
Entendi. Conte-me mais sobre você. – Ele virou-se para mim, apoiando um de seus braços no encosto do sofá.
Não é nada curioso. – Mordi a borda do copo. – O que quer saber?
Não sei. – Ele riu.
Pergunta que se eu puder eu respondo.
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[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias Vondy
FanfictionTrezentos e Sessenta e Cinco Dias Narrado em primeira pessoa, a trama ocorre com Dulce Maria, uma adolescente de 17 anos, que após a morte de sua avó com quem vivera por anos, se vê obrigada a deixar sua vida e seus amigos em Nova York para viver co...