Capítulo 2 - Parte 8

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Não sei exatamente por quanto tempo eu dormi. Acordei e estava completamente escuro. A porta do quarto estava apenas encostada e um feixe de luz invadia o mesmo. Sentei-me na cama com um pouco de dificuldade, meu corpo estava suado e meu estômago doía. Talvez o fato de eu estar vomitando feito uma condenada à morte estivesse afetando meu estômago. Parecia que tinha uma pedra sobre minha barriga. Levante-me e fui até o corredor. Ouvi umas vozes, talvez umas duas. Uma eu reconhecia, parecia ser a de Fernando. A outra, não fazia ideia de quem provinha. Era grossa e meio rouca. Na verdade, nada tão sexy como a de Christopher. Fiquei curiosa, e fui até a escada. Desci em passos de gato e segui para onde vinha aquelas vozes. Jurava que o local que estava não daria para me verem, se não fosse o fato de terem um enorme espelho que fizesse com que ambos vissem minha pessoa.

Filha. – Ouvi a voz de Fernando e quis sair correndo naquele momento. Quis sair correndo, mas nem se quer tive força e tempo pra isso. Em questão de segundos ele se veio até mim. – Está pálida. Se sente melhor? A febre passou? – E todo esse blá blá blá.

"Não sou mais criança Fernando." – Pensei em dizer isso, mas meu outro instinto falou mais alto. – Meu estômago dói. – Acredite, não faço ideia de onde as lágrimas que inundaram meus olhos saíram! Pude ver um homem se aproximar. Ele não era alto, mas também não era baixo. Ele não era o cara mais lindo do mundo e nem era um cara musculoso, mas até que era charmoso. Vestia-se muito bem.

O que ela tem? – Perguntou o mesmo com um tom preocupado e eu desviei meu olhar.

Está assim desde antes de viajar, mas pelo que me disseram ela começou a dar febre pela tarde. – Respondeu Fernando me guiando até um sofá. – Sente-se aqui, vou pegar um antitérmico pra você.

Não precisa. – Falei baixo me encolhendo.

O que sente? – Aquele cara perguntou se sentando ao meu lado, mas fiquei calada.

Acho que ela não é muito sociável. – Fernando falou e o mirei como quem gostaria de mata-lo. – Já volto. – Ele depositou um beijo em minha cabeça e se retirou.

O que sente? – Ele tornou a perguntar-me e eu o mirei.

Não é nada de mais. – Falei o mais baixo que consegui.

Mas o que sente? – Ele insistiu.

Já disse que não é nada. – Falei nervosa. Odeio que insistam as coisas.

Dulce. – Ouvi aquela voz que me fez arrepiar e pude ver que aquele cara que eu se quer sabia o nome se retirar.

Christopher. – Dei um sorriso fraco vendo-o se aproximar. – Quem é ele?

Luis Rodrigo. – Ele revirou os olhos.

Não gosta de você. – Mordi o lábio inferior.

Eu sei. – Ele deu de ombros se sentando ao meu lado. – Seu pai me disse que você está sentindo dor no estômago. Está muito forte?

Um pouco, mas eu aguento. – Suspirei me deitando encolhida no sofá e ele se ajoelhou próximo a mim levando uma de suas mãos à minha testa.

Ainda está com febre baixinha. – Ele falou calmo.

Vai passar. – Falei sem dar importância.

Vai sim. – Ele me olhou nos olhos.

Você me parece preocupado. – Tentei quebrar a tensão do momento, mas acho que sem êxito.

E estou. – Ele respondeu rápido. Até parecia que já queria dizer isso. Conhecendo os garotos como conhecia, parecia que ele iria me beijar a qualquer instante. Apenas fechei meus olhos e pude sentir a respiração dele próxima e logo em seguida uma voz. Abri os olhos assustada e vi que ele se afastara. Fiquei completamente sem graça e vi que ele também ficara.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora