Foi mal, eu só...
Nem pense, já disse. Vocês estavam lá fora brincando na neve e quer ir pra cima da Luna?
Deve ter levado uma baita bolada de neve na cabeça. - Brinquei.
Eu comprei alcool gel pra passarem nas mãos. - Meu pai falou. - Não quero que ninguém passe nenhuma bactéria pra ela. Ela ainda é muito nova e pode adoecer muito fácil então vamos cooperar.
Eu vou trocar de roupa e lavas as mãos para almoçar. - Ivalú falou.
Eu vou com você. - Pedro falou e saiu com ela, logo em seguida Fuzz também se retirou.
O que deu neles? Nem falaram comigo. - Olhei em direção à porta que dava para o corredor.
Não sei. - Poncho deu de ombros e saiu pela porta que entrara minutos antes.
Estranho. - Voltei minha atenção à Luna que parecia um anjinho. - Ah meu Deus, o remédio dela. - Saltei do banco em que estava sentada.
Eu já dei Dulce. - Christopher falou calmo. - Antes do banho eu dei.
De verdade?
Sim. E ela já está melhor também, a febre passou, e agora só falta essas manchas sumirem, mas isso é só com o tempo.
Olhar pra ela dessa forma me dá um ódio mortal daquela enfermeira. Ela podia ter matado a minha filha. - Falei entredentes.
Mas não matou filha, então vê se relaxa e curte a sua filinha, porque ela vai crescer e você nem vai ver o tempo passar direito.
Eu não quero que ela cresça.
Mas ela vai, e ela pode ter um, cinco, dez, vinte, trinta anos. Ela sempre vai ser sua filinha.
É exatamente assim. Os filhos crescem, mas pra gente sempre serão nossos bebês. - Tia Alê completou. - Christopher me ajuda a levar as coisas lá pra sala de jantar.
Claro. - Ele pegou os pratos que estavam empilhados sob a mesa da cozinha e os levou para a sala.
Quer ajuda? - Perguntei. É horrível não poder fazer nada.
Não precisa, a gente dá conta.
Aos poucos os dois levaram as coisas para a sala de jantar. Meu pai ficou com Luna para eu poder comer. Comemos enquanto conversávamos coisas alheias. Christopher terminou a comida rápido e pegou Luna com meu pai para ele poder comer. O vi sair da sala de jantar conversando com ela como se ela o estivesse ouvindo. Encarei Ivalú que parecia concentrada em seu prato. Eu sabia o que estava por vir, mas qual o motivo de eles mal terem falado comigo? Esperei-os comer e depois do almoço fui para o meu quarto.
Alguém bateu na porta instantes depois de eu ter me deitado. - Entra. - Falei me arrumando embaixo do edredom enquanto a porta se abria.
Ei Dulce. - Era a voz de Pedro. - Será que a gente pode conversar? - Mirei a porta, e ele não estava sozinho.
Entrem. - Desviei meu olhar para a janela enquanto eles entravam e se sentavam na minha cama. - Não precisam parar de falar comigo porque está chegando a hora de vocês irem embora, eu já estava esperando por isso.
Desculpa, é só que é difícil sabe. - Falou Ivalú. - Pensávamos que quando voltássemos pra Nova York você voltaria com a gente, mas não é possível.
Eu sei. Agora realmente é tudo diferente. - Me sentei. - Eu tenho medo, porque o ultimo amigo meu que foi embora nunca mais tive notícias.
É diferente Dul. - Fuzz enfiou embaixo da coberta ao meu lado. - Nós não paramos de nos falar nesse tempo que estivemos longe e manteremos assim. Não acha que vamos querer saber da nossa bonequinha?
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[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias Vondy
FanfictionTrezentos e Sessenta e Cinco Dias Narrado em primeira pessoa, a trama ocorre com Dulce Maria, uma adolescente de 17 anos, que após a morte de sua avó com quem vivera por anos, se vê obrigada a deixar sua vida e seus amigos em Nova York para viver co...