Capítulo 4 - Parte 2

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Dulce? - Ouvi Ucker se pronunciar atrás de mim. Provavelmente havia entrado pela porta da cozinha.

Ucker quem são esses? – Perguntei ainda os olhando.

São teus avós paternos Dulce.

Meus o quê?

Eu não sou avó dessa garota.

Hã? – Franzi o cenho.

O que a senhora quer aqui? Sabe que não é bem vinda.

Vim visitar meu filho. Onde ele está?

Trabalhando.

Pois eu espero. – Disse entrando e esbarrando em mim e sendo seguida por aquele senhor.

Ei, olha por onde anda. – Resmunguei.

Dulce, quero que vá para o seu quarto e não saia de lá.

Ucker, você disse que são meus avós, porque ela me tratou daquela forma. – O olhei.

Apenas faz o que estou falando ok. – Ele pincelou meu nariz e eu assenti. Logo segui para meu quarto embora tivesse vontade de conhecê-los. Fiquei alguns minutos até ouvir alguns gritos. O que me deixou um tanto assustada. Abri a porta do meu quarto e pude ouvir aquela senhora gritando.

"Pois diga a ele que a quero longe daqui. Já não foi fácil me ver livre da mãe agora tenho que aguentar a filha. Ela deveria saber qual é o lugar dela. Deveriam mandá-la pra onde a mãe dela nunca deveria ter saído."

"Pois fale baixo." – Agora era Christopher a falar. – "Fernando me deu ordens para colocá-la para fora daqui se aparecesse. Ele que você e seu marido longe daqui."

"Christopher, aqui é a casa do meu filho e não sua. Eu fico onde eu quiser coloque-se no seu lugar."

"Coloque-se você no seu lugar que é bem longe daqui."

"Onde está aquele projeto de garota de programa?"

"Olha como fala da Dulce." Christopher gritou. Como assim "projeto de garota de programa"? Senti meus olhos arderem.

Do que estão falando? – Perguntei enquanto chegava rapidamente na sala.

Ora menina! Vai me dizer que não sabe de que bordel saiu sua mãe?! - Ela perguntou seca.

Bordel? – Perguntei com a voz falha.

Não dê ouvidos a ela, Dulce. – Christopher veio até mim.

Pelo visto não te contaram que seu pai engravidou sua mãe quando ela trabalhava como striper em uma boate. – Do que ela falava? Striper? Me perguntei em pensamento tentando absorver tudo aquilo.

Cala sua boca, minha mãe não era striper. – Me alterei.

Baixa seu tom comigo mocinha. Você me deve respeito.

Christopher do que ela está falando? – Perguntei sentindo a primeira lágrima traçar meu rosto.

Não duvido nada que siga o mesmo caminho que ela. - Ela deu de ombros.

Cala a boca. – Gritei. – Christopher me responde! – Ele mantinha-se calado.

Quer saber, diga a meu filho Fernando que volto em breve e espero ver essa garota longe daqui. – Ela me olhou com certo desprezo e se retirou puxando aquele senhor com ele. Olhei Christopher que tinha um olhar furioso enquanto mirava os dois se retirarem.

Dulce. – Ele falou baixo.

Não! Isso não é verdade. – Gritei e subi correndo para meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na cama em prantos.

Logo em seguida Christopher veio bater na porta. Mas eu não queria vê-lo. Não queria ver ninguém. Estava me sentindo horrível. Por que ele não defendeu minha mãe? Estaria aquela senhora certa sobre isso?

Acabei adormecendo e quando acordeicordei e já estava escuro. Quando abri meus olhos vi Fernando sentado na cadeira de balanço no canto do quarto.

O que faz aqui? – Perguntei baixo ainda sem me levantar.

Como se sente? – Ele perguntou enquanto se levantava e caminhava até mim.

O que ela disse é verdade?

Filha. – Ele suspirou talvez buscando coragem. – O que importa é que sua mãe era uma mulher maravilhosa ok . – Ele se sentou ao meu lado.

Não foi isso que perguntei. – Me sentei arrumando o meu cabelo.

Sim Dulce. – Ele deu uma pausa e eu senti meus olhos arderem. – Ou melhor. Não era exatamente uma.. uma... – Ele gagueijou.

Prostituta? – Perguntei com a voz falha.

[REVISÃO] Trezentos e Sessenta e Cinco Dias VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora