Parte 20

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Passaram alguns meses que que minha mãe tinha feito a cirurgia, teve que ser retirado uma parte do intestino e os ovários, mas já estava se recuperando bem as cicatrizes só tinha as marcas. Fiquei espantada com a rapidez de regeneração de seu organismo. Nós já estávamos de volta a casa da igreja, infelizmente meus irmãos mais novos não estava com agente por conta da saúde de minha mãe.

Compreendo hoje que ela não teve os cuidados adequados para uma boa recuperação pós cirúrgica. A família quase não ia visitar e Damon só tratava bem ela bem quando estava na frente dos outros.

O bom é que não faltou amigos e ela tinha uma amiga e irmã de igreja a Sidalia que todos os dias vinha fazer o almoço que era delicioso por final e lavar as roupas de casa. Eu ficava com o trabalho de limpar a casa e cuidar de meu irmão de 6 anos, ir para a escola e as vezes ajudava na limpar da igreja. Damon dizia que era nossa obrigação por morar no fundo.

Estava tudo indo aparentemente bem até uma noite ser acordada com um choramingar.

Pensando que fosse meu irmão que dormia comigo ainda sonolenta passei a mão sobre ele que dormia tranquilamente, mas o choro continuava, sentir alguém fazendo carinho nos meus pés, quando olhei era minha mãe que estava como uma criança encolhida no cantinho da cama.

Dei um pulo que até o sono passou de imediato logo a abracei.

- Mãe o que aconteceu?

Ela colocou a mão em minha boca e mandou eu ficar em silêncio.

Eu estava com um aperto no peito.

- Seu pai não teve cuidado comigo e me machucou muito e ainda teve a coragem de dizer que tem algo dentro de mim que machuca ele, que nem pra isso eu estou servindo mais. E agora estou sentindo tanta dor. Eu não queria, não estava bem.

Ela falava em sussurros e aquelas palavras me atingiram como punhais, não existe nada nesse mundo capaz de expressar tamanha dor espiritual, física e aquela terrível sensação de impotência, que eu não podia proteger minha mãe de nada.

- Filha vou dormir aqui um pouquinho viu.

Toda aquela postura de protetora desmoronou e eu desabei chorando e abraçando ainda mais ela, choramos por mais um tempo não tive palavras alguma para consola-lá, então coloquei ela no meio. Ela abraçada ao meu irmão e eu abraçada a ela.

No outro dia quando a irmã Sidalia chegou, ela já estava de pé e tomada banho, quando a irmã perguntou como ela estava disse que a dias não acordava tão bem. Não entendi.

Depois daquele dia realmente ela melhorou.

Fico só me perguntando se ela não estava só fingindo como sempre fez. Já era um hábito nosso.

Um eu antes de mim.[Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora