Aquela semana passou rápido, graças a Deus, depois daquela noite confusa pra mim, dei um jeito de escapulir de casa para encontrar com o Jayme, tentando o máximo não encontrar com o Teo e sempre que entrava no quarto trancava a porta de imediato, não queria mais passar por tudo aquilo de novo, só de lembrar as cenas tenho ódio dele.
Não sei se foi impressão minha mais acho que Jayme estava me evitando, ligava para ele e nada, quando não caia na caixa postal, dava ocupado.
Depois de mil ligações e algumas tentativas em vão indo na casa dele, retornou a ligação com a desculpa que estava no sítio do avô, esqueço ligo depois que ele se declara todo manhoso. Não sou tão cruel assim.
Marcamos de nos encontrar no outro dia a tarde e foi a melhor de todas, sem imaginar que seria a última. Ele me avisou que teria que viajar por dois meses iria ajudar o avô no bendito sítio, nos despedimos com muita demonstração de carinho.
Passaram-se vinte dias, foi quando percebi que andava direto com azia e muito enjoou me sentia sempre estranha, como tinha muita amizade com Amélia a mulher de Júlio contei para ela o que estava sentindo.
- Ilza? Será que não é gravidez? - colocou a mão na boca arregalando os olhos.
- Não, claro que não.- falei com convicção.
- Você está morta, o que vamos fazer para esconder isso, caso você realmente esteja?
Ela conhecida muito bem quem era meus pais, já sabia o que mim aguardava, entrei em pânico.
- O Jayme já sabe?
- Não. - digo há com lágrimas nos olhos.
Ele tinha viajado um dia depois, do nosso encontro bem cedo e não estava sentido nada para dizer alguma coisa, na verdade até alguns minutos atrás não sabia de nada.
- Mas quando eu conversar com ele sei que vamos nos casar, ele sempre fala isso, que quer se casar, ter filhos.- Passo as mãos no rosto secando as lágrimas e tentando me alto convencer do que eu estava falando. - Ele me ama, ele vai mim apoiar nessa.
- É Ilza espero que esteja certa disso. - ela fala meio sem certeza.
Tentei o máximo disfarçar os enjoos, na verdade tentei levar na normalidade, passaram quatro meses e nada do Jayme voltar já estava ficando gordinha e as roupas largas não estavam mais escondendo.
Com quase cinco meses, minha vida era chorar, o desespero já tinha tomado conta e minha cova já estava aberta não dava mais para esconder, o que me ajudou foi que conseguir um trabalho no hospital de serviço gerais, trabalhava o dia indireto e quando chegava tomava banho e ia dormir, essa estava sendo minha rotina nos últimos três meses.
Aquele dia foi um dos piores, cheguei cansada e sentia muita cólica, tomei um banho quente deixando a água cair sobre aquela barriga, já tinha alguns dias que não fazia carinho nem conversava com ela, mesmo sem saber o sexo criança já nutria um amor tão grande que eu enfrentaria o mundo por aquele ser que estava crescendo dentro de mim. Por fim fui dormir ainda sentindo uma exaustão por todo aquele dia.
Estava no terceiro sono quando fui despertada.
-Ilza acorda, acorda minha linda.
Com o peso do sono em meus olhos não sabia quem era que estava em meu quarto, tinha certeza que estava deitado do meu lado, sentia suas mãos me acariciando.
-Ilza, Ilza.
Até que aquelas mãos tocaram minha barriga e se afastaram rápido. Virei dando de cara com ele.
-Você pode mim explicar isso??? - seu tom era rude e acusador, ele segurou meus braços com força. - Me explica agora Ilza?
Eu só me perguntava como ele tinha entrado no meu quarto se tinha trancado a porta? Como ele entrou não entendia, até que vi a janela do quarto, tinha deixado aberta por conta do calor.
Mesmo escuro, mas com os poucos reflexos do poste entrando podia reparar em seu rosto, ele estava irado, andava de um lado para o outro parecendo confuso.
Como eu iria contar se estava paralisada na cama, não imaginava ele ali e aquela hora.
- O que você está fazendo aqui? - foi o que conseguir dizer.
- Só me responde, isso não pode ser?
Não era essa a reação que eu imaginava dele, pensava que iria ficar feliz que iria me apoiar, ele sempre disse que estaria comigo para o que desse e viesse. E o que estava vindo era nosso filho.
Ele logo encostou na janela para ir embora, levantei de pressa e segurei em sua mão, nessa altura já estava chorando.
- Jayme não vai embora. - ele permaneceu em silêncio. - Você falou que voltava a três meses atrás, não te esperava aqui e a essa hora!
- Já entendi tudo Ilza, você mim traiu não foi?
- Não Jayme, não te trair como você pode pensar isso de mim?
- Isso aí explica tudo. - apontou para minha barriga.
- Não, não é isso aí, eu estou grávida, vamos ter um bebé! - falei rindo entre as lágrimas.
- Você é maluca, eu não queria isso.
- Jayme, você... -não conseguir terminar a frase, desabei chorando.
- Você acha que sou idiota, na nossa primeira noite, descobrir tudo. Você não era mais virgem, quem me garante que esse filho é meu?
Aquelas palavras me atingiram como punhais, ele não me deu tempo de ouvir minha resposta, pulou a janela, antes de me ouvir falar.
- Você que é o pai, não estive com nenhum outro homem. Eu te amo.Desabei na cama chorando, aquilo não estava acontecendo, porém estava muito cansada e dormir, depois de muito tempo não tinha aquele pesadelo, um pesadelo que não era sonho, mas pura realidade.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Um eu antes de mim.[Em Revisão]
RomanceQuase uma alto biografia, mais com muitos mistérios a serem desvendados. Ela vai ver sua inocência roubada, sem direito a reclamação... Será que conseguirá chegar ao final dessa história de vida com a sanidade intacta? Um belo rosto, com duas face...