Teto infinito

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"Essa é a parte que a gente comenta que estamos grávidos de uma pizza?" –Ed perguntou após engolir o úlimo pedaço de pizza.

"E..." –Me levantei para ir até a pia. –"A hora que as crianças vão escovar os dentes."

"E depois ir para cama?"

Por cima do ombro esquerdo, olhei para Ed que ainda esava estava sentado, e entendi muito bem onde ele queria chegar com isso.

"Para dormir, claro." –Ele completou.

"Claro!" –Eu ri, me virando para ele. –"O que mais duas crianças poderiam fazer?"

Com um sorriso no rosto, Sheeran se levantou, em silencio, e veio em minha direção sem pressa alguma.

"A gente poderia descobrir." –Ele disse.

Teddy apoiou suas mãos na pia, me prendendo entre seus braços, e ficou me encarando com seus lindos olhos azuis. Eu conseguia sentir sua respiração quente tocar meus lábios e seu rosto não se aproximar, se quer, um centímetro. Estavamos preso ali, num tempo que era todo nosso. Sem pressa, sem medo.

"It's time to play." –Eu sussurrei, em referencia ao Chucky.

Tomei a iniciativa, beijando Ed, quase que por impulso, e mordendo seu lábio inferior. Com isso, ele parou o beijo para poder me olhar, com o sorriso torto e um olhar de aprovação. Quando tomei conta do que estava acontecendo, eu já estava sentada sobre a bancada onde havíamos comido a pizza, as mãos dele estavam nas minhas costas, por baixo da blusa, e ele estava entre minhas pernas. Se, antes, o tempo parecia ter parado nos olhos de Teddy, agora, parecíamos correr contra o tempo.

"Ai meu Deus!" –Ouvi alguém dizer atrás de mim.

"Jesus!" –Eu disse, me jogando da bancada.

"Espera ai..." –Matt começou a rir. –"Voces não iam fazer... iam?"

Ed e eu nos entreolhamos em meio a respirações aceleradas.

"Que nojo!" –Matt continuou. –"Eu como aí!" –Ele apontou para a bancada.

Ainda permanecemos em silencio, sem arriscar dizer nada.

"Pelo visto, você também, né?" –Matt olhou para o irmão levantando as sobrancelhas por diversas vezes.

"Cala essa boca." –Ed quebrou o silêncio, parecendo nervoso por ter sido pego.

"Calma, cara." –Matt disse, abrindo a geladeira. -"Sorte a de vocês, que sou eu. Agora, imagine só se fosse mamãe."

Olhei para Sheeran, assustada, pensando que aquilo poderia, realmente, ter acontecido. E eu me sentia a pessoa mais suja do mundo por estar faltando com respeito na casa de Imogen.

"Não. Sério." –Matt mordeu a maçã que pegou na geladeira. –"Oh! Meu Deus! Meu filho já transa! Onde foi que eu errei? É só uma criança."

Ainda com um pedaço da maçã no canto da boca, Matt imitou a voz de sua mão e assim foi, até Ed me arrastar, pelo braço, para fora da cozinha. Eu só conseguia pensar na cara de decepção de Imogen ao me ver sentada em sua bancada, em plena cozinha.

"Eu não acredito que deixamos isso acontecer." –Eu disse, assim que entrei no quarto.

"Não aconteceu nada demais." –Ed tentou amenizar.

"Nada demais?" –Perguntei, espantada. –"Sexo. Cozinha. Eu. Voce. Bancada. Seu irmão." –Fui numerando com os dedos da mão direita.

"Não foi um erro." –Ele disse, segurando meus ombros. –"Aposto que eu fui feito em cima daquela mesma bancada."

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