Ferragni Lane

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“Na...” – Ethan me interrompeu.

“Eu que escutei você a chamando. Não achei que fosse algo exclusivo.” – Ethan respondeu por mim.

“E não é.” – Disse Ed.

“É sim!” – Falei.

Percebi que Ed queria sorrir, porém foi algo de leve que logo sumiu em seu rosto.

“Eu tenho a capacidade de inventar um apelido.” – Disse Ethan.

“Não preciso de apelidos, gosto de Yolanda.” – Eu disse.

Como de costume, um silêncio desconfortável aconteceu. Eu não tinha o que dizer e esperava alguém quebrá-lo por mim. Talvez eles estivessem pensando assim também.

“Então... vamos começar a aula?” – Perguntei para Ethan.

A aula demorou bastante. Dessa vez, Ethan me ensinou como ler as notas e utilizá-las no violino. Usamos uma música como exemplo e até que me sai bem. Como ambos disseram, evoluindo. Ao terminar a aula, Ethan me avaliou com a nota seis..

“Estou com preguiça de ir embora.” – Disse Ed, se deitando na grama.

“Vou indo. Se cuida, Yolanda! Tchau Ed.” – Disse Ethan, se levantando.

Eu me deitei de bruços, com meu rosto em direção ao de Ed. Apoiada sobre meus cotovelos, acenei para Ethan e me voltei para o ruivo.

“Preguiça é pecado.” – Eu disse.

“Perto dos que já cometi, preguiça não é nada.” – Ele disse sério.

Depois de segundos ele começou a rir e por um momento eu acreditei no que ele havia dito. Só depois que entendi a brincadeira, comecei a rir também. Fiquei o observando sorrir e ele finalmente olhou para mim. Toda vez que ficávamos assim, nos observando, eu sempre imaginava como seria meu primeiro beijo com ele. Mesmo que eu nada quisesse com Ed agora, meu coração batia cada vez mais forte, com cada contado dos olhos dele com os meus.

“Vou escrever um pouco.” – Eu disse, para quebrar o silêncio.

“Vai escrever o que?” – Ele perguntou.

“Como eu já disse, coisas que vagam pela minha mente!” – Eu disse, pegando o caderno.

“Posso ver?” – Ele perguntou.

“Talvez depois, quando eu terminar.” – Eu disse abrindo o caderno.

Comecei a escrever e dessa vez, nada tinha a ver com ele, ou talvez tivesse um pouco. “Coisas ruins acontecem em sua vida para você dar valor as coisas mais singelas e simples. Cada sorriso novo que você conquista, sua vida valerá a pena. Chore o quanto for preciso, mas sorria o dobro do tempo que perdera chorando. Demorei muito para descobrir o real significado de felicidade e foi da melhor maneira possível. Não deixe a vida te tornar cruel e amarga. Seja uma boa pessoa com as pessoas que nada tem a ver com seu sofrimento. Você nasceu para tornar alguém feliz, talvez esse alguém, seja você mesmo.

Terminei de escrever e dei para Ed. Não demorou muito e ele devolveu o caderno.

“Você escreve bem. Poderia escrever músicas também.” – Ele disse.

“Acredito que não.” – Eu disse, fechando o caderno.

“Tenta escrever um dia. Ou melhor, vamos escrever juntos!” – Ele sugeriu.

“Talvez contigo eu consiga.” – Eu disse.

“Depois que Mary assinar os papéis de adoção, vamos escrever uma música. Feliz, triste, não importa. Uma música.

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