O que pretendias fazer?

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Mary ficou em silêncio me olhando. Desviei o olhar e caminhei em direção a saída.
“Landy! Me espera!” –Dizia Teddy vindo atrás de mim.

Parei de andar, porém não me virei para ele. Teddy parou na minha frente e segurou meus braços.

“Hey, pequena! Não fique assim.” –Ele disse.

Olhei em seus olhos e o abracei.

“Mary está vindo.” –Ele sussurrou em meu ouvido.

Teddy me soltou e me virei para Mary.

“Só quero ir para casa.” –Eu disse, antes que ela pudesse dizer algo.

Fiquei de costas para ela novamente e segurei a mão direita de Teddy e fomos para a porta principal da escola. Chegamos no carro de Mary e Teddy abriu a porta do carona para eu entrar. O carro possuía apenas duas portas e me sentei no banco de trás, a deixando sozinha na frente. Teddy fechou a porta, ele ainda tinha que permanecer na escola. Ele acenou para mim e Mary enfim, partiu com o carro.

Ainda não era nem 12 p.m quando finalmente chegamos em casa. Sai do carro, antes de Mary e abri a porta de casa com a minha chave. Fui direto para o meu quarto e lá me tranquei. Joguei a mochila no chão, próxima a cama e me deitei. Não demorou muito e comecei a chorar. Várias vezes pensei se eu havia mesmo motivo para estar chorando, mas ainda assim minhas lágrimas saiam descontroladamente. Talvez eu estivesse chateada comigo mesma, realmente agi de forma errada batendo em Susan, perdi a minha razão. Ela deu sorte de eu não ter batido como sempre bato em minha mente. Confesso que, eu não ia bater nela, eu já havia um diálogo formado mas ao ouvir seu deboche, agi por impulso, assim como Teddy já havia dito. Juro que não sou uma má pessoa...

Terça-feira: era uma manhã chuvosa e o silêncio invadia meu quarto. Eu conseguia ouvir o barulho da chuva batendo em minha janela, o que me dava mais sono. Me sentei e me espreguicei. Olhei para o meu celular, que estava ao lado do jarro com flores, e havia uma mensagem do Teddy. “Bom dia! Pensei em faltar hoje, para lhe fazer companhia, mas as provas foram adiadas para a próxima semana e tem revisão hoje. A tarde passo aí para estudarmos junto. Te amo. T. x”. Eu nem me lembrava mais das provas, vivem adiando-as.

Antes de ir tomar o café, fui até o escritório e me sentei a frente do computador e o liguei. Sua demora para ligar me fazia pensar duas vezes antes de usá-lo. Abri no blog de Susan e não havia atualização, as fotos da festas ainda eram a última postagem. Fui nos comentários do post e só haviam comentários dizendo o quão Teddy canta bem e o queriam em suas festas. A cada comentário eu ficava mais feliz porque, na festa de Susan, quem brilhou foi Teddy. Deixei o computador ligado e desci para tomar café. Ao chegar na cozinha, não encontrei Mary, o que era estranho, porque a essa hora já era para ela estar acordada e servindo o café. Sai da cozinha e fui olhar na sala, ela também não estava lá. Fiquei olhando para o sofá da sala, tentando entender onde Mary estaria e decidi subir as escadas. Ao chegar no topo, lembrei que eu estava chateada com Mary, mas mesmo assim fui até a porta de seu quarto e encostei na maçaneta, não a girei. Respirei fundo e soltei, olhei para a minha mão na maçaneta e a soltei. Permaneci parada em frente a porta e notei que a maçaneta havia se mexido e logo em seguida, Mary abrira a porta.

“Yolanda! Oque faz aqui?” –Ela perguntou, com um tom baixo na voz.

Fiquei olhando para ela, que tinha uma feição um pouco triste, sem ela esperar, a abracei. Mary demorou a reagir e por um momento achei que ela não me abraçaria de volta, mas logo ela me envolveu com seus braços. Senti uma de suas mãos fazer carinho em minhas costas.

“Está tudo bem, querida.” –Ela disse.

Já estava quase na hora de Teddy chegar para estudarmos, supostamente. Arrumei meu quarto com os materiais necessários para o estudo e coloquei outra cadeira em minha mesa e aguardei Teddy. Meia hora depois, a campainha finalmente tocou. Desci correndo as escadas e observei Mary chegar até a porta, lentamente. Parei no quarto degrau e Teddy entrou pela porta.

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