POV LAUREN
Depois do ocorrido a senhora Pugliese foi embora, Camila e Priscilla foram para o quarto da Priscilla, Rodrigo, Rafa e eu ficamos na sala brincando com uma bolinha, chutando um para o outro.
Eu queria que o Rafa se acostumasse comigo, por isso pedi para o Rodrigo me deixar participar da brincadeira e pedi para que ele ficasse com a gente para o Rafa não estranha, o pequenino tinha apenas três anos, ainda estranhava ficar longo da avó ou da mãe, ainda mais com uma estranha, que no caso eu ainda era.
O pequenino tocou a bola para mim, mas não ficou parado, veio correndo em minha direção, na verdade ele sempre fazia isso, ele chutava a bola para qualquer lado e não esperava, ia atrás dela, o que achei uma graça. Ele novamente tocou a bola para mim e eu a prendi com o pé, Rafa tentou tirar a bola, mas eu não deixei, então ele sentou no chão, cruzou suas pernas sobre a minha perna esquerda, a que me servia de apoio e abraçou a mesma, eu tentei andar, mas era quase impossível. Consegui tocar a bola para Rodrigo, mas o pequenino não me soltou, acabei caindo de leve no chão e comecei a fazer cosquinha nele, que por sua vez soltou rapidamente a minha perna, sem força de tanto rir.
POV CAMILA
Eu tinha carregado Priscilla para o seu quarto, eu queria conversar, queria entender, não apenas por curiosidade, mas para poder ajudá-la e percebi também, que de certa forma ela queria conversar, desabafar. Pri estava sempre rodeada de amigos homens, poucas eram as mulheres de sua idade, de repente era isso que ela precisava, alguém que pudesse ser do seu sexo e da sua idade, no meu caso, quase da sua idade, já que tínhamos mais ou menos quatro anos de diferença.
Estávamos sentadas em sua cama, com as pernas cruzadas, pernas de índio, uma de frente para a outra. Um silêncio tomava conta do ambiente, Pri estava com a cabeça baixa, mexia em um anel em sua mão, a mesma mão que eu tomei entre as minhas e comecei um carinho leve. Eu não sabia bem como começar, eu não sabia bem se era eu quem precisava começar. Suspirei, fitei seu rosto que continuava abaixado e não precisei dizer nada, ela teve o seu momento.
- Eu tinha dezessete anos quando conheci o Thiago, a gente se conheceu no projac, fazíamos uma novela juntos. Em poucas semanas viramos o casal teen do momento, eu nunca vi tanto paparazzi no Brasil. Aqui não é igual lá fora, sabe? Aqui quase não tem essas coisas, mas acho que por Thiago e eu sermos reservados, qualquer flagra daria uma ótima fortuna. Tudo porque éramos o casal do momento.
Olhei para a menina que naquela hora me olhava, seus olhos brilhavam, em seu rosto um sorriso bobo, mostrando que ela gostava realmente do tal Thiago. Acariciei sua coxa de leve e voltei a segurar a sua mão, ela passou a língua sobre os lábios e continuou.
- Quando o Rafinha nasceu, o Thiago decidiu que nossa atenção em não aparecer na mídia seria maior ainda, então existia uma super proteção da parte dele, eu cheguei a concorda, sabe? Mas depois o Thiago ficou obcecado com isso, ninguém podia tirar foto do Rafa, nem mesmo nossos amigos. Ai um dia...
Priscilla deu uma pausa, seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas, como se estivesse lembrando de uma cena ruim, seus lábios se afastaram a procura de ar. Uma vontade forte de abraçá-la bateu em meu peito, eu até hesitei ir, mas antes que eu me aproximar, ela suspirou e continuou.
- O Rafinha estava completando dois anos, foi uma grande festa, choveu paparazzi no local. Thiago decidiu entrar pelos fundos, o que deu certo, mas na hora de sair... - Lágrimas escorriam pelo seu rosto sem pudor algum, seu olhar para baixo como se estivesse lembrando de toda a cena. - Na saída estava tudo tomada por repórteres, paparazzi, a impressa toda tinha descoberto a outra saída. Thiago ficou furioso com um fotografo que havia conseguido tirar foto do Rafa, eu tentei acamá-lo, mas ele só dizia para eu entrar no carro e foi o que eu fiz.
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Between Two Lines
FanfictionApesar de ser líder de torcida, popular e de namorar o Gregg, que era perfeito mas agregava mais um pouco a minha fama, ja que ele era jogador de futebol americano, eu vivia uma vida que nem achava assim tão boa. "Um dia como outro qualquer", foi o...