Acordei com um ótimo humor, fiz tudo o que tinha que fazer em casa. Fui para o colégio, copiei a matéria como sempre, prestei atenção na aula como nunca. Eu estava feliz, alguns problemas resolvidos e outros esquecidos, fazia tempo que eu não me sentia bem. O Sinal tocou. Vero disse que precisava resolver umas coisas e que me encontraria no pátio, assenti com a cabeça e sai. Passei pelo corredor e bati de frente com a senhorita Pieterse.
- Camila, preciso de um favor seu!
A senhorita Pieterse me chamando de Camila? Me pedindo um favor? Eu devia estar dormindo ainda, não era possível! Tá Camila! Pára de reclamar, se ela te tratava mal você reclamava, se ela te tratava bem, você também queria reclamar? Era melhor eu dar um desconto.
- Diz, professora!
- Preciso acerta sua nota de Inglês dos dois semestres que você perdeu. A de espanhol te avaliei com aquela prova, mas a de inglês eu não tenho nada e a chefe tá me cobrando isso.
Ah! Esqueci de falar. A senhorita Pieterse também era minha professora de inglês. Mas o que ela queria que eu fizesse? Ela que era a professora, ela podia me dar uma prova e pronto! Faria como ela fez na de espanhol.
- E o que eu posso fazer?
- Quero que você compunha uma música em inglês para amanhã. Só quero a letra por enquanto - Ela falou se retirando.
What The Hell? Ela era professora de inglês ou de canto? Como que eu ia compor uma letra em menos de vinte e quatro horas sem saber se quer rimar duas frases. Eu sabia que ela estava boazinha demais! Essa mulher não desistia de mim. Não era possível!
Eu precisava fazer aquilo logo, então resolvi não ir para o pátio, fui para a biblioteca. Entrei e fiquei observando, ela era enorme, com muitas estantes, alguns computadores. Eu já estava a meses naquele colégio e nunca tinha ido ali. Sentei em uma mesa no cantinho da biblioteca, peguei um caderno e uma caneta. Fiquei olhando o papel durante alguns minutos. Coloquei a tampa da caneta na boca e comecei a morder. Pense... Pense... Olhei para o caderno e ele continuava em branco. Senti a presença de alguém sentando na cadeira do meu lado, mas eu estava tão concentrada que nem falei nada.
- Não vai voltar para a sala? O intervalo acabou - Olhei para a pessoa e era Lauren.
- Acabou? Que horas tem? - Perguntei sorrindo.
- Dez e vinte! Você passou o intervalo todo aqui? - Ela me olhava sorrindo.
- Passei - Fiz careta - Pior que nem consegui fazer o que tinha que fazer.
- E o que você tanto precisava fazer aqui nessa sala super maneira? - Ela riu e eu também.
- A senhorita Bitcherse resolveu pegar no meu pé de novo! - Falei sem pensar.
- Senhorita o que? - Lauren riu.
- Pieterse. Ela cismou comigo e agora preciso compor uma música para a amanhã - Fiz uma carinha triste.
- Eu te ajudo!
- Sério? - Ela assentiu com a cabeça - Ótimo então - Peguei a caneta, apoiei no caderno e olhei para ela.
- Mas agora não, o sinal tocou, lembra? - Ela disse fechando o meu caderno - Faz assim. Você almoça comigo, depois vai no ensaio comigo... e depois vamos para a sua casa.
- Você está me chamando para sair, Lauren? - Mordi a tampa da caneta a olhando.
- Não foi bem isso o que eu disse! - Ela me encarou - Apenas sugeri que você almoçasse comigo para irmos no ensaio depois e depois fazermos o seu trabalho - Tirei a caneta da boca.
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Between Two Lines
Hayran KurguApesar de ser líder de torcida, popular e de namorar o Gregg, que era perfeito mas agregava mais um pouco a minha fama, ja que ele era jogador de futebol americano, eu vivia uma vida que nem achava assim tão boa. "Um dia como outro qualquer", foi o...