Capítulo 17°

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Gui adormeceu com a cabeça em meu colo, enquanto esperávamos o doutor com os resultados do transplante de sangue. Deslizei os dedos, pelos fios de Guilherme. Tão lindo enquanto dorme, que eu não quis acordá-lo.

— Sinto muito lhe informar que o seu sangue não é compatível com o de Melanie. Então, precisamos de outro doador — O doutor olhou pra todos na sala e seus olhos pararam em Lucas do outro lado.

— Faço isso por ela.

— Oh, o heroí Lucas! — Revirei os olhos.

— Seja menos egoísta!

— Eu egoísta? — Faço uma careta e Gui se meche em meu colo. — Você tem sorte de Gui estar dormindo em meu colo, zelo pelo sono dele. Se não fosse por isso, eu daria uns bons tapas nessa sua cara. Idiota!

— Siga-me rapaz.

O doutor some pelo corredor.

Dou um beijo na testa de Guilherme e seus olhos se abrem devagar. Sorri de lado e ele retribuiu. Acariciei com os dedos o seu cabelo, bagunçando por onde passavam. Ele beijou os nós dos meus dedos e levantou-se rápido.

— Por quanto tempo dormi?

—- Algumas horas — Os cantos de sua boca se inclinaram em um sorriso de lado — Eu não quis acordá-lo. Você é tão lindo enquanto dorme, que seria um pecado te acordar.

Ele se aproximou encostando o nariz no meu e um ruído nos faz se afastar rápido. E quando olho, me deparo com Lucas e seu sorriso sínico. Bufo, cruzando os braços e sentando reta no sofá. Gui põe a cabeça em meu ombro, e dá um beijinho em meu braço.

— Não liga pra ele.

— Acho que tudo isso é falta de sexo!

Lucas me olha assustado.

— Olha quem fala — Diz debochado.

— Se dirigir uma se quer palavra a ela, o negócio aqui vai ser mais em baixo — Fala Gui, se indireitando ao meu lado — Você é amigo dela? Ou é da família? Conhecido? Não. Então, já deu tempo de você ir embora.

— Passar bem — Digo sorrindo.

Encosto a cabeça no ombro de Gui e o digo "Tudo bem".

— Falei pra sua namorada que não vou sair daqui — Lucas senta em uma poltrona — Pra ser sincero, tenho que ver como Melzinha está. Com licença.

Levanto com tudo, puxando seu braço.

— Babaca do cacete! — Grito e todos a nossa volta me olham assustados. Não podemos fazer barulho, afinal, é um hospital — Deixa ela em paz!

— Eu lhe digo o mesmo.

— Melanie é minha amiga, porra!

— Eu falei que ela é especial — Diz me deixando pra trás. Viro e me deparo com todos me olhando — Tudo bem pessoal! O showzinho acabou.

Me jogo no sofá com os olhos marejados.

Lucas é um babaca ao quadrado. Me arrependo de ter beijado ele, de ter ido á aquele maldito bar e implorado um beijo seu. Droga! Filho da mãe! E ainda por cima nos impede de ver a nossa amiga. Choro nos braços de Gui enquanto ele acaricia minhas costas com todo o carinho do mundo.

— Estou aqui, baby — Sussurra. — Eu sempre estive aqui. Olha pra mim. Ei, olha pra mim — Viro-me e fito seus olhos como pediu — Esqueçe ele.

— Complicado.

— Tenta pelo menos — Diz baixo. — Por mim.

Levanto do sofá e levo Gui até um dos inúmeros corredores do hospital.

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