Capítulo 41°

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Lucas me levou em um restaurante no centro da cidade. Era um pouco longe de onde moramos, alguns minutos de carro. Fizemos as reservas ontem á noite quando ele foi deixar Rapha no meu apartamento. A nossa mesa era um pouco distante de todas as outras mesas.

Ele afastou a cadeira para mim, sorri com o seu cavalherismo.

— Você está tão bonito hoje. — digo colocando o guardanapo borbado em meu colo.

— Pensei que eu fosse bonito todos os dias. — ele retrucou rindo. Lucas está tão lindo em roupas sociais, sua blusa preta está arregaçada até o cotovelo, sua calça lisa o deixa ainda mais inresistível do que já é.

— Não seja tão convencido, querido.

Pisco um dos olhos fazendo-o rir.

O garçom nos trouxe o menu assim que prencheu nossas taças de vinho branco. Lucas deu um gole, torcendo o nariz. Eu ri com a cena, ele é tão adorável.

— Podemos fingir que gostamos de vinho. — proponho, dando um gole no vinho branco. Lucas faz o mesmo, tentando não fazer uma careta.

Ele colocou a taça de volta na mesa e me olhou por alguns instantes.

— O que foi? — pergunto corando.

— Não é nada. Só estou admirando a minha bela namorada.

Sorrio largo.

— Hm... Estão somos namorados?
— pergunto, tomando um pouco de água para tirar o gosto do vinho da língua.

— E não somos? — ele indaga, com um sorriso tentador nos lábios. Tento me controlar ao máximo, mesmo com a nossa mesa afastada das outras, eu não posso agarrá-lo aqui em público.

— Não lembro de você me pedindo em namoro.

— E eu lembro muito bem de você dizendo que isso é bobeira — ele fala, mais próximo de mim. Lucas segura minha mão por cima da mesa, dando um leve beijo.

— Eu disse isso?

— Disse sim. Eu lembro.

— Já que é assim! — dou de ombros rindo. Eu falei isso mesmo, mas Lucas não levou na brincadeira. Estávamos brincando e pelo jeito ele levou isso muito a sério. — Você me conhece muito bem. Sabe que eu não ligo pra anel caro, pedido estravagante, festas nem nada do gênero. Eu sou sua e eu tenho total convicção de que você é meu, eu não preciso de um anel para comprovar o nosso amor, me entende?

Ele concorda com a cabeça.

Nossas entradas chegaram. A comida desse restaurante é bem requintada para o meu paladar, não estou nem um pouco acostumada a comer esse tipo de comida. Esse é o lugar favorito dele, então eu relevo. Meu prato é um típico prato francês, eu gosto muito do contraste e das texturas. A comida é simplesmente impecável.

— Gostou? — ele pergunta mordendo o lábio.

— Eu amei.

O garçom retirou os pratos e encheu novamente as taças com vinho branco e água.

Fazia horas que chegamos nesse lugar e eu ainda não havia nem se quer dado um beijo direito em Lucas, ele parecia não ligar para isso. Mas eu sim, eu ligo e muito para isso. Tento me inclinar para beijá-lo mas ele coloca o dedo em meus lábios me impedindo, abro os olhos sem saber o motivo de ele me evitar desse jeito. O rosto de Lucas está sem expressão alguma, tento desvendá-lo de alguma forma mas não consigo. Volto a sentar na cadeira como se nada tivesse acontecido.

— Eu preciso te falar uma coisa muito importante.

Fico assustada com sua declaração.

Eu não queria que nosso jantar fosse acabar em um problema, já temos coisa demais para se preocupar. Solto um suspiro alto, tentando de algum jeito relaxar. Mas estou tão tensa, tão cansada. Eu só queria uma noite com Lucas, sem gritaria, problemas, coisas pra resolver, crianças. Nada. Só nós dois.

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