Capítulo 30°

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Paramos no meio do nada. Ele tirou o cinto de segurança e suspirou alto, em seguida olhou pra mim com um meio sorriso. Aquele gesto me fez sorrir de lado, então segurei uma de suas mãos entre as minhas, tranquilizando-o.

Descemos logo depois do carro e um sorriso inesperado brotou em meus lábios.

— Como?

— Escutei seus avós comentando no café da manhã, então eu não pensei em lugar melhor para conversar com você. — ele deu de ombros, colocando as mãos no bolso. — Não queria te levar em um restaurante nem nada do tipo.

— Eu gosto desse lugar.

— Ótimo. — ele sorri tímido.

Lucas parou o carro estrategicamente para podermos sentar no capô do carro e admirar a pequena cidade de interior em que meus avós moram.

Ali tinhamos uma vista privilegiada de toda a cidade. Estamos á muitos metros de altura, e lá em baixo é possível ver as casas iluminadas por postes de luz. O local é totalmente afastado de tudo que conheço, mas não podíamos ter ido em lugar melhor se não esse. Sento no capô ao lado de lucas e deito, fitando o céu estrelado.

Lucas deitou em seguida fitando junto o céu estrelado.

— A vida é feita de escolhas. — ele dispara, viro-me para olhar seu rosto iluminado somente pela lua cheia do céu. — Sejam elas boas ou ruins, mais cedo ou mais tarde elas vão afetar em sua vida de algum jeito, e o resto são consequências das suas escolhas, afinal, somos livres para escolher o que achamos melhor.

Fico calada absorvendo suas palavras enquanto um frio me invade. Ele sorri ao perceber que estou abraçando meu próprio corpo.

Lucas retira sua jaqueta preta e me entrega com um meio sorriso. Depois de vestir a jaqueta eu volto a deitar ao seu lado e espero ele voltar com o seu raciocínio.

— Sabe Lana, esses últimos meses tem sido bastante difício pra mim e pros meus pais.

— Porquê não contou antes?

— Espera. Deixa eu falar, por favor. Só escuta, tudo bem? — ele segura minha mão, e eu aperto a sua, concordando em silêncio. Ele prossegue com o seu discurso — Vou te contar tudo o que você precisa saber sobre os últimos meses e depois eu posso responder as suas dúvidas... se tiver alguma, claro.

Rimos baixinho e ele prossegue.

— Tenho medo do que pode acontecer futuramente quando todos souberem o que eu fiz...

Ele para de falar e eu entrelaço nossos dedos.

— Se não quiser falar...

— Eu quero! — Lucas me interrompe imediatamente. E eu sinto ele apertar nossos dedos, isso significa que ele está tenso. Mas pra todos os efeitos eu estou aqui, ao lado dele.

— Tudo bem.

Ele respira fundo e dispara.

— Eu menti pra todo mundo.

— O quê? — me espanto com a sua revelação.

— Naquele dia em que você saiu com o Guilherme e as crianças, eu... fiquei puto com aquela historinha de ela me viu e ficou afim de mim...

— Lucas! — solto uma risada, mesmo que sem humor e tento relembrar o que aconteceu aquele dia.

Lucas entrou no quarto enquanto eu me trocava e ele não me falou nada disso. Então ele estava puto com a historinha que Gui contou de quando nos conhecemos.

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