Eu não sei como conseguimos dormir juntos em um sofá tão pequeno como o do quarto desse hospital, mas como nada são flores. Fiquei com uma dor no pescoço e nas costas, devido ao mal jeito em que dormi. Guilherme ficou dormindo sereno, enquanto eu dava um jeito no meu cabelo.
Amarrei em um rabo de cavalo e fui ao banheiro. Escovei os dentes, lavei meu rosto e quando voltei levei um susto.
— A senhora está bem? — Sentei ao seu lado na cama, segurando suas mãos. Ela me olhou nos olhos e quase tive vontade de chorar, mas ela não merecia me ver em prantos. Então dei um sorriso fraco, parecendo bem.
— Maria!
— Eu não quero que se esforce muito. Pode descansar eu e Gui estamos aqui com você.
Ela soltou um suspiro, depois tentou se desvencilhar dos aparelhos me deixando assustada.
— Guilherme! — Exclamei alto. Dona Lou começou a tirar os aparelhos e seu coração acelerou, um caos se formou dentro do quarto. — Pelo amor de Deus, alguém me ajuda!
O menino que até então dormia calmo no sofá deu um pulo, esfregando os olhos e se deparando com sua avó em um surto.
Correu e tentou acalmá-la enquanto eu chorava no canto do quarto, em estado de choque em vê-la tão desesperada. Abraçei meu próprio corpo, enquanto enfermeiros e um médico entrou para tentar dopá-la novamente. Senti um frio na espinha, um arrepio percorreu todo o meu corpo. Isso não está me fazendo bem, não posso ver Dona Lou nesse estado.
— Eu preciso tomar um ar!
Saí do quarto meio que sem rumo. Os meus olhos possívelmente vermelhos e o nariz e bochechas rosados. Todos me olhavam com certo receio, talvez tivessem medo de perguntar o porque do meu choro.
— Alana!
Avistei Lucas e Vitor assustados vindo de encontro a mim. Eu deixei que eles me consolassem. Chorei ainda mais nos braços de Lucas, ele ofagou meus cabelos me pedindo calma.
— E-ela surtou! — choraminguei baixo.
— Lucas fica com ela, eu vou ver como estão as coisas lá dentro.
Meu primo beijou-me no rosto. E me abraçou carinhosamente.
— Vamos levar você pra casa. — falou Vitor decidido. — Lana, já passou por coisa demais hoje. Vou conversar com o Guilherme. Se é que ele tem condições de conversar.
Vitor nos deixou a sós.
Lucas sentou no sofá da recepção e me levou junto consigo. Fiquei em silêncio por segundos, minutos, talvez uma hora. Não sei ao certo. Em momento nenhum ele se aproveitou da situação para me agarrar, ou me beijar á força. Foi o garoto que eu conheci naquele bendito corredor, no dia do aniversário da Rapha.
— Por quê está fazendo isso? Quero dizer, como soube que eu estava aqui em choque?
— Eu não sabia — afastou meu cabelo, me olhando nos olhos. Um sorriso doce se formou em seus lábios, aquele sorriso que me derreteu tantas vezes quando estávamos juntos. — Quando te vi naquele estado no corredor, eu não pensei em mais nada. Só queria te abraçar e acabar com esse sofrimento todo.
Como não amar, Lucas?
Eu devo estar horrível. O rosto todo vermelho, como nariz e bochecha. Os olhos estremamente enchados e a boca vermelha, devido a minha péssima mania de mordê-la quando estou nervosa demais. Quando vi Lou naquele estado, fiquei assustada e com muito medo. Medo, de ela ficar mal por conta do próprio surto.
— Você está linda. Não se preocupe com isso — passou o dedo em minha bochecha e sorrio fraco.
— Para de ler meus pensamentos!
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Garoto Errado
RomanceAlana tem uma amizade de anos com Guilherme, seu melhor amigo. Os dois acabam se envolvendo em um lance, mas não dura muito quando ela conhece Lucas Harper. Um garoto arrogante e por obra do destino, ele é o irmão do namorado de sua irmã Raphaela. O...