Capítulo 48°

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Silêncio.

O silêncio pode ser bom e ruim isso depende muito da situação em que é empregada. No meu caso, estou muito chateada com o silêncio de Melanie, ela não me dirigiu a palavra desde que voltou para casa e isso está me deixando preocupada.

Fiz algo errado?

Resolvi visitar os meus pais, já que não os via com frequencia. Assim que chegamos meu namorado resolveu logo fazer coisas de "garotos" com Dylan, Daniel e meu pai. Sobrou para mim, Rapha e minha mãe o trabalho de cozinhar para os marmanjos.

— E como vocês estão? Rapha está dando trabalho? Você está dormindo bem?

— Tá tudo sob controle — digo para acalmar o coração preocupado de mamãe. — Guilherme tem mantido contato?

Corto alguns legumes e verduras e as coloco em uma travessa.

— Sempre. Ele está muito bem.

— Sei disso — mecho a carne moída com uma colher e provo para ver se não está muito salgada. — Gui sempre me manteve por dentro dos assuntos. A única coisa que tem me preocupado é a mudança repentina de Melanie. Ela simplesmente mudou depois que comprou a casa.

Minha mãe preparou um mousse de chocolate para a sobremesa e veio me auxíliar com o restante do almoço.

— Melanie é cabeça dura. Guilherme está pensando no futuro do filho deles, esse dinheiro que ela tem guardado já serve para os estudos do garoto.

— É o que eu falei para Lucas, mas ela não tem conversado muito comigo. Ás vezes eu tenho a impressão de que ela está me evitando.

No mesmo instante Lucas entra na cozinha acompanhado do pequeno Dylan que está muito intertido com sua chupeta nova.

— Isso é coisa da sua cabeça, anjo.

— Já te disse que não é.

— Melanie só está muito estressada nos últimos tempos — ele diz se aproximando para um beijo rápido, mas é impedido pelo meu pai que me abraça apertado.

— Como eu estava com saudades de você, filha.

— Eu também papai.

Dei um beijo casto em seu rosto e o abraçei apertado. Eu poderia ficar ali por horas, era como se eu ainda fosse sua garotinha, era assim que me sinto nos braços dele.

— Cheguei a pensar que o Harper estava te mantendo em carcere de privado — brincou rindo.

Lucas passou o pequeno Dylan para o meu pai e me abraçou, sussurrando em meu ouvido para que ninguém além de mim escutasse.

— O único lugar que eu te manteria presa é na nossa cama — dito isso ele beijou-me rápido, pois meu pai fingiu uma falsa tosse.

Meu pai deu umas batidinhas no peito.

— Acho que estou doente — disse e todos cairam na gargalhada. Era tão bom tê-los ali todos reunidos como nos velhos tempos. Eu só queria que Guilherme e Melanie estivessem conosco desfrutando desse maravilhoso almoço em família.

Depois do maravilhoso almoço que tivemos, passamos a tarde jogando e batendo papo. Quando a noite enfim chegou nos despedimos dos meus pais  com beijos e abraços, Rapha e Daniel resolveram ficar alguns dias na casa deles o que não nos incomodou.

Lucas levou o bebê para o carro e com minha ajuda colocamos ele no banco de trás em sua cadeirinha para bebês.

O pequeno dormiu na metade do nosso trageto para casa. Fitei o vidro e as coisas que passavam do lado de fora pareciam prender minha atenção por completo, Lucas percebeu que eu estava distante e tocou minha mão chamando minha atenção.

— Tudo bem?

Assenti com um sorriso fraco. Ele levou minha mão aos lábios e beijou carinhosamente, me arrancando um suspiro.

— Fica bem meu anjo.

Estendi a mão até que tocasse sua nuca e enquanto ele dirigia eu fazia carinho em seu pescoço e cabelo.

Chegamos pouco tempo depois. Lucas pediu que eu fosse na frente que ele cuidaria de levar o bebê para o nosso apartamento, concordei mais antes lhe dei um beijo demorado. Fazia muitas horas desde que ficamos sozinhos, era impossível beijá-lo na frente dos meus pais ou das crianças. Era até uma falta de respeito com os nossos parentes.

Ficamos ali nos beijando, não sei ao certo quantos minutos, mas aqueles minutos pareceram horas. Me afastei dando um selinho nele e sussurrando que o amava. Ele me abraçou forte e disse que logo me encontraria para que matassemos a saudade um do outro.

Quando subi para abrir a porta acabei escutando a voz auterada de Melanie ao telefone. Deixei a porta entre-aberta para escutar melhor, sei que é errado, mas assim que ela disse o meu nome quase aos gritos eu não poderia deixar de ouvir o que ela estava falando de mim.

— Eu encontrei a porra daquele envelope. Lembra dele?... Aquele mesmo que você deu pra ela antes de viajar... sim, assim que a pediu em casamento. Não acredito que fez isso comigo, seu...

Lucas chegou e eu me assustei dando um pulo no lugar o que acabou chamando a atenção de Melanie que nos olhou assustada.

Entramos no apartamento mas o clima não estava nada bom entre nós duas. Lucas não havia percebido a tensão que nos rodeava quando disse que levaria o pequeno até o nosso quarto, deixando nós duas a sós na sala.

— Então é assim? Eu te dou abrigo, te trato com o maior cuidado do mundo. Cuido do seu filho, trato ele com todo o amor que eu poderia dar, cuido dele como se fosse meu próprio bebê. Faço tudo por você, movo rios e mares pela nossa amizade e é assim que fala de mim?

— Eu posso explicar...

— Espero que você tenha uma boa explicação. Caso não tiver acho que vamos ter problemas — digo com a voz embargada. Não quero chorar na frente dela, não sem antes saber o porquê disso tudo.

—  Alana era Guilherme ao telefone.

— Sim... e o quê que eu tenho com isso? — pergunto ainda sem entender porquê estamos tendo essa conversa.

— A casa. A casa que compramos... quero dizer. A casa que Guilherme comprou — ela deu uma pausa, me olhando com os olhos cheios de lágrimas. — Aquela casa está no seu nome, Alana. A casa que ele comprou era pra você e não pra mim.

Lucas entra na mesma hora em que ela disse isso. Estou chocada com o que Melanie acabou de dizer, não sei do que ela está falando, mas suas mãos tremem e seus olhos vão em direção ao meu dedo.

— Que casa, anjo? — Lucas para ao meu lado, envolvendo minha cintura com o braço. — Quem comprou uma casa? Do que vocês estão falando?

Melanie me olha e pede desculpas baixinho.

— Guilherme comprou aquela casa para, Alana. A casa está no nome dela, eu tenho todos os papéis que provam o que estou falando.

Fecho os olhos sem reação.

Lucas segura meu rosto forçando-me a olhar em seus olhos. Não quero que ele pense que eu tenho algo a ver com isso, eu não sabia de nada disso antes de Melanie jogar a merda toda no ventilador.

— Isso é verdade? Ele comprou uma casa pra você?


♥♥♥♥

Estão bem? Espero que sim. Bom, mais um capítulo de GE, tá acabando meu povo. O coração chega a doer, mais um livro meu quase concluído aqui. Quero agradecer a todos por ter abraçado essa história, vcs são demais. Não esqueçam de comentar e votar, beijinhos XOXO!

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