Capítulo 35°

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Guilherme conseguiu a proeza de me encontrar no meio do mar de pessoas  aglomeradas dançando, bebendo, ficando. Em todo lugar que podemos olhar tem alguém atracado a outra pessoa, isso está uma loucura. Eu me encontrava sentada em um banco de madeira, ele sentou-se ao lado.

— O que deu em você? — Pergutou ele

— Nada. Por quê?

— Não sei. Você está... Hm, diferente.
— ele resolveu procurar em meu  rosto, algo que o alertasse de que eu não estava bem.

Ele me fez rir com a careta que fazia ao tentar me decifrar.

— E então... Encontrou algo que me entregasse?

— Tecnicamente não, mas os seus olhos não mentem Alana. — ele disse como se estivesse certo do que falava.

— Meus olhos? — franzo o cenho.

— Acha que eu não percebi as trocas de olhares entre você e o Lucas? Só se eu fosse cego. — ele riu, olhando pro ponto exato onde Lucas se encontrava  com Vitória.

Lucas percebeu que estavámos os dois   falando dele então ele nos presenteou com um tchauzinho seguido por um sorriso clássico dele.

E que sorriso...

Se estivéssemos próximos talvez eu estivesse desconcertada nesse exato momento. Ao meu lado Guilherme me tocou no braço, chamando á minha  atenção.

— Está vendo? — ele riu afetado.

— O quê?

— O jeito como olha pra ele e suspira. Alana só você não vê o obvio? — Eu não sabia ao certo o que sentir ao ouvi-lo falando de Lucas, é como se fossémos confidentes denovo.

Eu passava horas e mais horas do meu dia escutando Guilherme falar de Mel. Nos finais de semana quando saíamos os três juntos, ele sempre tinha algo pra falar, elogiar ou até mesmo provar a ela. Não sei ao certo o que aconteceu entre os dois, mas de uma coisa eu sei. Ninguém consegue por mais difícil que seja esquecer um grande amor. Talvez não seja o caso, mas agora todas as nossas conversas me veio na cabeça.

Guilherme sempre, sempre amou ela.

Desde os traços, os gestos, até mesmo os defeitos dela como um todo. Ele me dizia que isso fazia dela ainda mais especial. Eu não entendo quando isso acabou, e o porque namoramos. Agora tudo está mais claro pra mim.

Acho que acabamos confundindo o  que nós dois tinhamos. Era um amor grande, algo inesplicável, mas era um amor de amigo, de irmão. Ele era uma das pessoas que eu mais queria por perto, a pessoa que eu queria que meus filhos tivessem como o Tio babão.

— Por quê está rindo? — ele me perguntou interessado.

— Nossa amizade é isso. Cheia de altos e baixos, nós sempre fomos assim Gui. Cheios de exageros, impulsivos, afinal somos jovens e estamos aprendendo com nossos erros — seguro as mãos dele, olhando em seus olhos que eu tanto amo. — Não quero dizer que o nosso namoro foi um erro, prefiro a palavra aprendizado. Aprendemos um com o outro, está fazendo sentido pra você?

— Muito sentido.

— Eu quero muito, muito mesmo que o que temos não acabe. Quero ser sua amiga, sua confidente. Como éramos, lembra? — sorri, aciriando a mão dele com os dedos.

— Vou apoiar todas as suas escolhas, sempre.

Eu não consegui segurar as lágrimas. Sorri, sem mostrar os dentes.

— Não chora. — Guilherme se inclinou pra limpar minha bochecha.
— Vá em frente. Não perca tempo achando que eu vou ficar com raiva de você por causa do...

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