Capítulo 30

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Bati na porta do quarto de Maite e suspirei quando uma voz desanimada me mandou entrar.

- Poncho quer saber se você não vai tomar café da manhã? - entrei e cruzei os braços ao vê-la deitada.

- To sem fome. - respondeu desanimada.

- Mai você precisa se alimentar. Se não for por você, tem que ser pelo bebê.

- Any já tem quatro dias que eu contei tudo pro Derrick e ele desapareceu.

- Eu te disse pra dar um tempo à ele.

- Mas quanto tempo Any? E se ele nunca mais me procurar? - me encarou aflita.

- Então você vai seguir em frente, mesmo que for sem ele. - respondi.

Os olhos de Maite marejaram e ela repousou as duas mãos sobre a barriga.

- Às vezes eu queria que esse bebê não nascesse.

- Não diz uma coisa dessas nem de brincadeira Mai, isso é pecado!

- Mas eu não sei se eu quero ser mãe Any. - ela me olhou aflita. - Eu nunca segurei um bebê nos braços. Não sei trocar fralda, dar de mamar, dar banho, ver temperatura da água. Não vou saber o que esse bebê tem quando ele estiver chorando.

- Você vai aprender. - sorri. - Isso é um instinto que nasce com a gente Mai, e que desperta quando a gente se torna mãe. Você acha que eu também não tenho medo dessas coisas? - sorri. - Mas eu tenho certeza que quando você pegar esse bebê nos braços pela primeira vez, você vai saber o que fazer.

Maite abaixou a cabeça e voltou a encarar a barriga.

- Me perdoa pelo que você ouviu. Eu quero você sim! - ela conversou com sua barriga, e eu sorri aliviada. - Eu só estou assustada. - me encarou.

- Você pode estar assustada, mas não ta sozinha Mai. - acariciei sua mão.

- Obrigada! - sorriu. - Diz pro meu irmão que eu já vou descer.

- Ok! - sorri me levantando da cama.

Quando voltei pra sala de jantar, me sentei ao lado do meu marido.

- Mai ta terminando de se arrumar já vai descer. - sorri acariciando sua mão.

- O que a Maite tem?

- Ela está com alguns problemas. - achei melhor contar meia verdade do que deixa-lo mais intrigado ainda.

- Com o Derrick? - Alfonso arqueou as sobrancelhas desconfiado.

- Ela não me explicou direito, acho melhor a gente deixar ela, quando estiver pronta ela conta pra nós.

Alfonso me olhou desconfiado, mas por fim acabou assentindo, fiquei aliviada ao ver que que ele tinha ficado satisfeito com a minha resposta. Eu ia precisar conversar com Maite, estava na hora de Alfonso saber a verdade também.


Quando cheguei na empresa encarei a pilha de relatórios e papéis que eu teria que ler e assinar. As fotos da campanha da revista Holla estavam prontas e precisávamos nos reunir para sabermos quais iriam pro site e para a revista. Além disso faltava um mês para o desfile de Lorenzo.

Estava tão focada analisando as fotos que quando bateram na porta simplesmente mandei que entrasse.

- Muito ocupada?

Ergui a cabeça e na mesma hora assumi uma postura mais séria e desconfiada.

- Algum problema pai?

Por Ti ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora