Capítulo 38

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Alfonso

As semanas pareceram voar depois que eu e Any descobrimos que íamos ser pais, em meio a correria dos preparativos do nosso casamento.

Maite contou à mim e Any de forma resumida o que tinha acontecido no tal almoço na casa de Derrick. Eu quis ir na mesma hora falar poucas e boas para aquela mulher, mas minha irmã não deixou, me implorou para que eu não me metesse e para que se Derrick telefonasse para ela que pedíssemos que ele a deixasse em paz.

Derrick ligou inúmeras vezes, veio ao apartamento incontáveis vezes, mas em todas elas minha irmã se recusou a retornar as ligações ou a recebe-lo. Ela se trancava no quarto por horas e só saia depois que ele fosse embora. Eu tentei ajudar, mas minha irmã é teimosa e estava determinada a sacrificar sua felicidade, em troca da chance de Derrick ter um relacionamento "normal e feliz" com outra garota que não estivesse grávida. O que ela não percebia é que Derrick tinha feito a escolha dele, tinha escolhido ela.

Com toda essa situação, Maite andava cabisbaixa pelos cantos, nem mesmo a notícia de que iria ganhar um sobrinho a animou. Ela parecia desanimada, triste, vivendo e comendo por causa do filho. Aquilo estava me preocupando porque não sabia mais o que fazer para ajudá-la, porque Maite não queria ser ajudada.

Na quarta-feira na hora do almoço, entrei na cozinha e parei arregalando os olhos quando vi Anahí cortando uma fatia de peixe.

- O que é isso amor?

- Peixe ué! - deu de ombros.

- O que? - corri até ela. - Nada disso, você não pode comer isso. - arranquei o prato da mão dela.

- O que? - ela piscou.

- Meu amor, os peixes tem substâncias que podem fazer mal pro desenvolvimento do bebê. Você já tomou seu comprimido de ácido fólico hoje?

- Já. - ela resmungou, revirando os olhos. - Assim que acordei, doutor. - debochou.

- Que bom, agora esquece esse peixe. - guardei o prato no micro-ondas.

- Eu estou com fome, o que eu vou comer?

- Eu faço um grelhado de frango pra você, é rico em proteínas e faz bem ao desenvolvimento do bebê.

- Onde você arruma todas essas informações? - Any revirou os olhos.

- Tem um site ótimo que tem várias dicas para enjoo, alimentação da gestante, essas coisas. Você devia dar uma olhada.

- Pra que se você já retém todas as informações necessárias por nós dois. - ela suspirou.

Quando passei por ela, segurei seu rosto e a beijei. Automaticamente minha mão repousou sobre a barriga dela. Any jurava que não dava pra ver, pois, estava quase atingindo o segundo mês de gestação, mas eu conhecia muito bem o corpo da minha mulher pra começar a notar as diferenças por mais sutis que fossem.

- Eu te amo sabia? - sussurrei.

- Eu também. Mesmo quando você tenta me irritar. - ela respondeu com um sorriso nos lábios.

- Não estou tentando te irritar, estou cuidando de você. Melhor, de vocês. - acariciei sua barriga e me afastei.

- Se eu soubesse que você ia ficar insuportavelmente fofo, eu tinha engravidado antes. - sorriu.

- Podemos providenciar outro bebê, assim que este nascer, assim você não sentirá saudades do meu jeito insuportavelmente fofo. - pisquei.

- Acho que prefiro ficar com saudades por um tempo. - brincou.

Por Ti ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora