Capítulo 47

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Alfonso

Fazia uma semana que Anahí tinha descoberto a verdade sobre seu pai e mesmo assim ela continuava me evitando. O que me doía é que eu conseguia entendê-la, ela estava se reaproximando e perdendo o pai dela e as únicas pessoas que saibam disso tinham escondido isso dela.

A única coisa boa que essa notícia trouxe foi que Anahí parou de se culpar pela morte do pai dela e finalmente começava a dar sinais de que estava superando a morte dele. Mas toda a vez que eu tentava chegar perto dela, ela me evitava, eu chegava ao quarto e ela já estava dormindo ou fingia que dormia. E quando tentava conversar com ela, Any me respondia com indiferença e frases monossilábicas.

Era terça-feira de manhã, ela estava tomando café, quando cheguei na cozinha, após sair do banho. Assim que me viu ela terminou o café depressa, percebi que ela mal tinha tocado na comida e se levantou.

- Espera, Any! - segurei sua mão.

- Eu tenho que ir pra empresa, o que você quer?

- Por que você está me evitando Any?

- Você ainda pergunta? Você escondeu de mim que meu pai estava doente, achei que você me amasse, que eu pudesse confiar em você. - o jeito que ela me olhou, partiu meu coração.

- Mas eu amo você e você pode confiar em mim. - respondi.

- Eu achei a mesma coisa, mas se fosse assim você devia ter me contado sobre a doença dele Poncho. Se eu soubesse eu poderia ter dito todas as coisas que estavam presas aqui, que ainda estão presas aqui.

- Me perdoa, meu amor! - supliquei.

- Olha eu preciso ir trabalhar, sem meu pai.... As coisas estão bem ruins.

- Você precisa de ajuda com alguma coisa?

- Não, eu tenho que ir! - ela se soltou e me deu as costas antes que eu pudesse lhe pedir um beijo.



Anahí

Assim que cheguei na empresa minha secretária veio me encontrar e pela sua cara saquei que alguma coisa estava errada. Muito errada.

- O que aconteceu Julia? - perguntei sem dar tempo a ela de falar.

- A senhora tem duas reuniões hoje à tarde para discutir a pauta sobre o tema das próximas estações e também ficou de apresentar alguns modelos novos da nossa grife Portillo.

- Droga! - fechei os olhos e cobri o rosto com as mãos. - O que eu faço? Eu não preparei nada, normalmente quem cuidava disso era meu pai e... - lembrar dele fez um nó se formar na minha garganta.

- Me perdoe senhora, eu não deveria estar lhe cobrando por isso.

- Tudo bem, vou ver o que consigo fazer na reunião. - respondi.

Julia assentiu e suspirando fui até minha sala. Assim que sentei na cadeira a porta se abriu e Angelique entrou.

- Posso falar com você?

- Claro, algum problema com as modelos? - perguntei.

- Com as modelos não, mas com você...

- Eu estou bem Angelique, não precisa se preocupar comigo. - menti.

- Não você não está bem e sabe que pode se abrir comigo, sempre fomos amigas.

Suspirei e senti minha garganta começar a formar um nó.

Por Ti ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora