Mesmo após comer, banhar-se e se vestir, Ana continuava dormindo. Era de fato um ser noturno, ele pensou. Fontes, entretanto, não poderia acompanhá-la. Aproximavam-se as duas horas da tarde e Silas o esperava. Mostrar-se-ia irritado pela maneira como ele agira na noite anterior, mas ficaria feliz ao saber que seu querido amigo não acordara sozinho; ele julgava que não dividir os lençóis com, pelo menos, uma mulher numa manhã de sexta-feira seria um tremendo mau agouro. Fontes, por sua vez, não poderia reclamar de ter acordado sobre os fartos seios da jovem senhorita.
– Onde você vai, garanhão? – ela disse com a voz sonolenta, revirando-se lentamente na cama e deixando as grandes auréolas de seus mamilos à mostra.
– Tem comida na cozinha – ele disse, ajeitando o colarinho da camisa. – Sinta-se à vontade, Ana. O Silas tá me esperando.
– Não tem tempo nem pra uma rapidinha? – mordia os lábios.
– E eu lá sou homem de rapidinha, Anita, minha querida? Tem rum na cozinha e você deve achar um pouco de pó nessa cômoda ao lado. Não precisa trancar a porta quando sair. Até outra hora.
– Zé! Já falei que não gosto que me chame assim! Meu nome é ANA! – ela chamou, mas ele fingiu não ouvir. Não havia tempo para mais uma transa também nada mais a dizer. – ZÉ!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Perverso Tom de Vinho
Mystery / ThrillerNuma cidade boêmia como Nessuno, tem-se a impressão de que a noite existe para abrigar os fracassos, os pecados e os prazeres mundanos. Esvaziar um copo de bebida quente com a lua dominando o céu torna-se o sentido da vida. Vez ou outra, um novo mem...