Capítulo 19: amour fou - Parte 2 de 3

114 17 3
                                    

No aconchego da casa do detetive, onde era permanente o cheiro de bebida e cigarro, Ana começou a subir a regata lentamente – uma cena mais melancólica que qualquer outra coisa. Fontes se aproximou, sentindo seu perfume e admirando a clara pele se destacar no cômodo mal iluminado. Notando também algumas

(sangue)

gotas vermelhas que brilhavam em seu pescoço, tentando camuflar-se sob os cabelos laranja.

– Ana... – tocou o líquido, que se espalhou em seu dedo. Ana tombou a cabeça com o toque; a blusa já estava ao chão. – O que houve?

– Nada, querido... nada...

Ele olhou para os seios, nos quais algumas pintinhas delicadas se destacavam. Mas...

(sangue.)

Tem certeza?

Sim... – ela disse, apertando sua virilha e beijando o pescoço, onde a barba mal feita crescia. Estava toda nua; uma pérola em uma ostra de escuridão. O meio de suas pernas revelava que os cabelos alaranjados não foram sempre assim; mas ninguém poderia discordar que a imagem deles caídos sobre os peitos cheios e os mamilos rosados era excitante. Ninguém.

Fontes perdeu as palavras por um momento. Algo estaria errado? Ana pegou-lhe os braços colocando-os em sua bunda.

Você... – ela beijava seu pescoço, desabotoando a camisa. – Você tem certeza mesmo?

Sim... – o nariz sangrava. – Zé... – e a voz o atordoou. Já não ligava mais para o sangue ou para nada; sua vida se resumia ao pênis pressionado contra a calça jeans. Ele pensou que ela fosse falar algo como faça amor comigo, pelo seu olhar, ou uma dessas coisas que homens tolos imaginam que as mulheres dirão, mas... – me fode com força, Zé... me fode com força.

Como ele poderia negar? Como?

Mas, em um desvio de olhar, notou que a regata branca não estava tão branca assim... e suas mãos... seus dedos...

(Sangue.)

Ana...

Ela desafivelou seu cinto e desceu a calça, agarrando seu membro e olhando-o no fundo dos olhos, desafiando-o.

– Me fode, Zé! Me fode como você nunca fodeu com alguém! Me fode com vontade, Zé! Goza dentro de mim, goza na minha cara se quiser, mas me fode, por favor...

Por um momento ele pensou que seu pênis fosse explodir naquelas mãos brancas delicadas manchadas de... de que mesmo? Importa? Realmente importa mais que uma transa ?

Bom...

Ele a apertou, virando-a e pressionando contra o vidro da grande janela da sala, segurando os cabelos em chamas, possuindo-a pelas costas. E ela gemeu. Deus, como ela gemia! Como estava molhada! Era o ponto de prazer mais úmido e delicioso do mundo, ele pensava, quando pensava. Queria pressionar seus peitos, apertar sua bunda, queria tomar aquela pele, aquela mulher, toda para si. E, de alguma forma, ele o fez. Ou ela o fez.

Um Perverso Tom de VinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora