Capítulo 17: o que vão fazer? Chamar a polícia? - Parte 1 de 2

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Como os caras daqueles livros conseguem ter tanta paciência?, Silas pensava sobre os livros policiais que gostava quando menino.

Fontes compartilhava do mesmo pensamento, mesmo que em menor grau. Aguardavam o fim das aulas na escola Coronel Pacheco dentro da C-10. Havia de fato um belíssimo Dodge Dart negro na porta da escola, no qual dois homens gordos se escoravam, trajando ternos e óculos escuros. Os detetives aguardavam; não podiam agir sem algum motivo. Não queriam fazer nada nem se houvesse motivo! Aquilo não cheirava bem. Nada bem.

No mais, o carro fazia com que Fontes lembrasse de seu próprio veículo, flertando com uma intuição que não fora forte o suficiente para emergir de seu subconsciente.

Não eram videntes, mas sabiam que alguma coisa aconteceria. Sentiam que aquele carro não pertencia a nenhum pai preocupado com os filhos na escola.

Minutos depois, notaram que os homens olhavam para a C-10 com uma frequência cada vez maior. Perceberam que não eram os únicos que estavam impacientes.

– Acho que não estão gostando da nossa companhia – Fontes comentou.

– E o que vão fazer? Chamar a polícia?

Eles se entreolharam e riram, arfando.

No carro observado, um rosto surgiu na janela do lado direito. Um rosto de barba feita com cabelos castanhos que cobriam a testa, olhos escuros e traços fortes. Fontes o observava, sentindo um frio em seu estômago que acusava que aquele era o cara que procurava.

O rosto tornou a sumir.

– Zé! Eles estão entrando no Dodge. Acho que cansaram de esperar antes da gente.

– Vamos atrás desses infelizes – Fontes disse, pousando a mão no ombro de Silas.

Isso não vai terminar bem... – retrucou Silas, mas deu partida no carro.

Fontes ficou calado, mas pensava da mesma forma.

Um Perverso Tom de VinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora