Capítulo 17: o que vão fazer? Chamar a polícia? - Parte 2 de 2

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O Dodge seguia costurando através das ruas; quem quer que estivesse naquele carro queria ter certeza se estava sendo seguido. Não parecia gostar da ideia. E não era o único.

Zé... isso vai dar uma merda, cara... – O suor brotava na testa de Silas.

Fontes mantinha seus olhos atentos ao carro que perseguiam. Suas mãos tremiam segurando a arma sobre a coxa.

As ruas passavam; a tensão aumentava. O silêncio já havia se instaurado na C-10 há um tempo e só foi quebrado com o grito de Fontes, seguido de uma tentativa mexer no volante que o amigo guiava.

SILAS, CARALHO! PARA ISSO!

O que foi?! – trocava olhares entre seu amigo e a rua, mas já parava a caminhonete próxima ao meio-fio. No fundo, sentia-se aliviado com a intervenção. – O que foi, caralho?

Fontes apontou para o Dodge e Silas finalmente notou nas janelas do carro os canos das armas.

– Cacete, Zé! Puta que pariu! Acho melhor a gente deixar isso quieto. Esses caras, Zé... – socou o volante, buzinando e assustando uma senhora que passava do outro lado da rua. – Porra!

Fontes levou a mão ao queixo, pensando no rosto que vira mais cedo. Ele se lembraria dele. Você pode apostar o seu couro nisso!

– E agora? – Silas perguntou.

– Eu não sei você, mas preciso muito tomar uma...

– Você é um homem cheio de sabedoria, Zé. Lúcia?

Ele balançou a cabeça e Silas voltou as mãos ao volante. O rosto do homem se fixava em seus pensamentos. Pelo menos agora sabia quem procurava. Ficaria atento.

Ao lado do carro, Fontes teve um vislumbre de uma carroça sendo puxada por um jumento. Um mal cheiro se apossou de suas narinas, eriçando os pelos de sua nuca, fazendo-o se sentir como se fosse subitamente.

Um Perverso Tom de VinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora