Capítulo 13

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Estava tudo silencioso. Apenas o barulho dos nossos talheres tocando os pratos podia se ouvir nessa mesa. Agora me arrependo completamente de ter contado com o Rafa para me ajudar com isso, ele é tão — ou mais — covarde quanto eu. A questão é que nenhum de nós dois temos coragem de explicar que mentimos porque eu sou uma idiota. Aposto que quando souber, o meu pai vai ficar decepcionado comigo e vai querer saber o motivo, então quando eu disser que o principal motivo para essa mentira foi a Lorena, ele vai associar simplesmente "eu e Chris" e lá se vai o emprego desse imbecil arrogante.

- Eu estou realmente feliz de vocês finalmente estarem juntos. – minha mãe finalmente quebra o silêncio. – Esperei tantos anos por esse dia.

- Melhor continuar esperando. – Ann balbucia.

- Mãe, na verdade o Rafa e eu queríamos te contar algo. – ela me olha minuciosamente.

- Não me diga que está grávida, Elena. – arregalo os olhos.

- Não!

- Se for, não é meu. – Rafa diz tão baixo que se eu não estivesse ao lado dele, acho que não escutaria. Mas ele faz uma careta de dor quando dou uma cotovelada em sua barriga.

- Vocês vão se casar? – sorri animadamente.

- Mamãe, não! – suspiro. – Eu e o Rafa nós...

- Terminamos. – Rafa completa.

- Como assim?

- Sabe, dona Evelyn, decidimos que é melhor continuarmos como os bons amigos que somos, não é, pequena? – me encara.

- Exatamente! – encolho os ombros.

- O que? Por que? Vocês formam um casal perfeito. – reviro os olhos.

- Nem um casal eles formam. – Ann murmurou fazendo-me chutar seu pé embaixo da mesa. – Ai! – resmungou.

- Tá legal, eu quero uma explicação sobre o que está acontecendo aqui e quero agora. – olho para Rafa que me devolve o olhar de insegurança.

Respiro fundo.

- Nada, mamãe! Apenas isso que a senhora acabou de ouvir. Nós decidimos terminar e continuarmos amigos. – me levanto. – Agora se não se importa, vou levar o Rafa até a porta. – me viro para ele. – Vamos, Rafa?

- Claro! – ele se levanta mais que depressa. – Até mais, dona Evelyn.

Então nós vamos até a porta e quando chegamos, eu respiro aliviada. Acho que aprendi minha lição, nunca mais vou mentir em toda a minha vida porque não quero passar por essa saia justa de novo.

- Foi por pouco. – murmuro.

- Eu sei. – ele respira aliviado. – Mas conseguimos! Só acho uma pena termos terminado porque eu realmente te acho muito bonita. – não consigo evitar um sorriso e dou um tapa em seu braço.

- Você é um idiota, sabia? – reviro os olhos. Me aproximo dele e passo os braços em volta do seu pescoço, o prendendo em um abraço. – A gente se vê!

- Até mais, pequena. – ele deixa um beijo em meu ombro e sai.

Fecho a porta e respiro fundo ao me escorar nela.

- Que tal corrermos? – Ann aparece de repente com uma blusa e um short de malha, tênis e cabelos presos em um coque.

- Enlouqueceu? São quase duas da tarde. – começo a subir as escadas para ir até o meu quarto.

- Sim, mas eu quero fazer um programa de irmãs e nada de Shopping, por favor! – começo a rir.

- Sedentária do jeito que você é, duvido que aguente correr 1 km.

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