Capítulo 31

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Acordo com uma dor de cabeça muito grande, dessa vez eu consigo me lembrar das coisas que aconteceram na noite passada. As bebidas, as pessoas desconhecidas, o Rafa e aquela mulher, minha crise nostálgica de bêbada, as lágrimas, o Rafa, o beijo e.... Deus! Eu beijei meu melhor amigo. Que tipo de pessoa eu sou? Quer dizer, por ele ser um safado sem limites eu achei que ele pudesse arrancar o Chris de mim mas me enganei, porque ele não pôde. Que droga! Como vou encará-lo agora?

Não. Não deve ser tão ruim assim, quer dizer, eu beijei meu melhor amigo depois de ter uma crise de bêbada, quem nunca? A única coisa que eu preciso agora é de um banho e não de preocupações. Mas a minha cabeça dói tanto que eu acho que vou morrer. Enfim, depois de muito me esforçar, eu consigo me levantar da cama mas é aí que eu começo a reparar que esse quarto não é meu. Não acredito que dormi fora de novo, os meus pais vão me assar na brasa ou talvez me atropelar com o carro. Eu não sei, mas algo bom não vai acontecer.

Espera aí, eu conheço esse quarto!

Não, isso não pode estar acontecendo. É impossível! Não. Eu devo estar louca só pode. O que eu estaria fazendo aqui? Se eu estivesse no quarto do Rafa, aí até entenderia mas no quarto do Chris? O que eu estou fazendo aqui, meu Deus?!

Me levanto da cama e minha cabeça dói ainda mais. Olho para o meu corpo só para conferir se estou de roupa e... Surpresa! Estou de lingerie de novo. Isso só pode ser um pesadelo daqueles que parecem reais. Olho pelo quarto e não tem nenhum sinal das minhas roupas, só tem uma blusa preta dele no chão. Pego a blusa e a visto, prendo meu cabelo de qualquer jeito e saio do quarto. Caminho pelo corredor e chego na cozinha, onde vejo um Chris sem camisa, de costas para mim, lavando algo na pia.

- Bom dia, dorminhoca! - ele diz sem nem olhar para mim.

- Chris, como vim parar aqui? - ele dá de ombros e então se vira para mim, apoiando-se na pia.

- Não lembra, né? Aposto que deve estar com uma puta dor de cabeça. - abre um sorriso de canto.

Droga de sorriso bonito!

- Me responde. - cruzo os braços.

- Você apareceu aqui de madruga e simplesmente me acusou de ter destruido a sua vida. - ele foi até o armário e pegou algo alí. - Depois me atacou com vários socos, que cá entre nós não doeram muito, e em seguida começou a chorar. E chorou até dormir! - eu estou em choque.

Não acredito que fiz tudo isso. Que vergonha de mim mesma. Como eu pude ser capaz de fazer uma merda dessa? Como o Rafa me deixou andar sozinha por aí de madrugada? Vou matar ele! Vou matar muito ele. Se é que tem como.

- Toma isso! - ele me entrega um comprimido e um copo de água. - É pra dor de cabeça.

- Eu quero ir embora! Cadê minhas roupas?

- Estão secando, já que choveu de madrugada e você veio na chuva, elas estavam encharcadas. - olho para todos os cantos da cozinha menos para ele.

Sinto muita vergonha de mim mesma nesse momento.

- Precisamos conversar. - ele diz e eu reviro os olhos.

- Não temos nada o que dizer! - tomo o comprimido para a dor de cabeça e bebo um gole de água.

- Pare de fugir como uma criança assustada e vamos ter uma conversa adulta, Elena! - ele cruza seus braços e eu cerro os olhos.

- Criança assustada? Acha que é isso o que sou? Está muito enganado, Chris! Você não sabe nada sobre mim.

- Eu sei que continua me amando como há 10 anos atrás, só que tem medo porque continua acreditando que te magoei. Só que estou cansado de tentar provar o contrário. Eu não sei mais o que devo fazer, sabe, eu estou exausto! - ele solta um suspiro parecendo cansado e eu me encosto à parede. - Se quer continuar tentando me odiar por algo que nunca aconteceu quando éramos adolescentes, a escolha é sua mas eu não vou insistir. Não mais.

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