Capítulo 19: II

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Faz mais ou menos uns 5 minutos que o Chris saiu, eu deveria me levantar e realmente tirar essa roupa antes que eu pegue um resfriado. Mas não tenho coragem. Não é por causa do meu pé, ele até já parou de doer, mas sim por causa do frio que estou sentindo.

Mas enfim, tomo coragem e me levanto com certa dificuldade, porque quando apoio o pé no chão ele dói mas não é nada muito exagerado. Caminho apenas com a luz do meu celular iluminando as duas portas que estão à minha frente, então abro uma delas e vejo que se parece com uma dispensa, tem coisas de limpeza aqui. Abro a outra porta e finalmente é o banheiro, entro e coloco o celular apoiado em cima da pia para que possa me iluminar. Então tiro meu short e minha blusa que estão encharcados de água.

Penso um pouco e minhas roupas íntimas também estão molhadas. Então tiro-as também e coloco a blusa dele que ficou como um vestido curto em mim. Vai até o meio das minhas coxas.

Saio do banheiro e, mancando, vou até o sofá onde me sento e espero Chris chegar. Eu estou preocupada com ele. Está escuro, chovendo e ele está sem camisa, pode ficar muito doente. Mas devo admitir que foi fofa a atitude dele de me dar a sua camisa para que eu não fique com as roupas molhadas. Imagino que July vai pirar quando souber disso, imagino também que todos na fazenda vão pirar quando souberem que eu passei a noite sozinha em uma cabana escura com o Chris. Meu pai vai ter um ataque cardíaco quando souber. E por falar neles, como eles estão agora? Agora sim o meu pai vai me proibir de sair de casa. Mas também, parece que as coisas ruins só acontecem comigo. 

E ficar sozinha com o Chris em uma cabana é ruim?

- Pensando em quê? – me assusto ao ouvir a voz de Chris. Giro meu pescoço o suficiente para vê-lo entrando pela porta com vários pedaços de madeiras em mãos.

- Onde conseguiu madeira seca?

- Longa história.

Com a lareira já acesa eu começo  a olhar tudo em volta e até que é bem aconchegante aqui. Me Encolhi mais ainda no sofá. Acho que vou ter uma hipotermia de tanto frio. Deus! Como Chris consegue ficar sem camisa num frio desses?

- Vem para cá! – ele diz de repente e eu o encaro.

Chris está sentado no chão de frente para a lareira. Realmente imagino que lá deve estar muito mais quente do que aqui. Embora o sofá seja de frente para a lareira, imagino que lá deve estar mais quente porque ele está praticamente de frente para o fogo.

- Não precisa, obrigado!

- Você vai congelar aí. – reviro os olhos me dando por vencida me levantando para em seguida ir me sentar ao seu lado.

- Se você se aproveitar da situação para tocar em mim, eu juro que vou te castrar. – ele ri.

- A questão aqui não é essa. – o encaro esperando que ele continue. – Você consegue confiar em si mesma?

- O que? É claro que sim.

- Então, está me dizendo que não gostaria de ser tocada aqui? – ele passa suas mãos pela parte descoberta da minha coxa e eu respiro fundo.

- Chris, para! – tento parecer convencida mas acho que falhei miseravelmente.

- Eu não entendo isso. – ele aproxima seu rosto do meu. – Uma hora estamos brigando como cão e gato e na outra, eu... Eu só penso em sentir o gosto dos seus beijos de novo.

Acho que estou respirando com tanta força que meus pulmões devem estar se esforçando para trabalharem. Como isso é possível? Eu deveria apenas odiá-lo mas ele consegue quebrar todas as minhas barreiras.

- Chris... – sussurro seu nome quando suas mãos sobem até o meu rosto e ele acaricia a minha bochecha enquanto se aproxima mais e mais. – Eu deveria odiar você. – digo próxima aos seus lábios.

- Eu sei.

Então seus lábios tocam os meus mais uma vez sem me deixar falar mais nada.

Dessa vez é um beijo bem diferente daquele que ele me deu na minha festa. Esse é um beijo mais doce e calmo, onde apenas estamos sentindo um ao outro. Sua mão ainda está em meu rosto e as minhas mãos estão segurando seus ombros. Sua mão desce até a minha cintura no mesmo momento em que o beijo já não é mais calmo. Agora nos beijamos com verocidade, urgência, como se precisássemos disso para sobreviver.

Minha mente está gritando o quanto isso é errado mas o meu coração não está afim de escutar. Não agora. Em um movimentos rápido, Chris me puxa para o seu colo, me fazendo ficar com cada perna ao lado do seu quadril, e eu me afasto da sua boca pelo susto, sem perder tempo, ele começa a distribuir beijos pela linha do meu maxilar e vai descendo até o meu pescoço, onde ele deixa rastros de beijos molhados.

Suas duas mãos pousam em minhas coxas ao mesmo momento em que eu passo meus braços em volta do seu pescoço. Suas mãos vão subindo e trazendo junto com elas a sua blusa, que nesse momento é a única coisa que cobre meu corpo.

Seus lábios voltam ao encontro dos meus e eu acaricio seu peitoral. Posso sentir seu peito subir e descer a medida que sua respiração fica ofegante. No instante seguinte, Chris se levanta comigo em seu colo, então ele me coloca em uma cama que até agora eu nem havia reparado que estava aqui.

Em seguida, o seu corpo cobre o meu e os seus olhos se fixam nos meus olhos com ternura e desejo, uma mistura que os deixavam mais escuros de tanta luxúria.

- Chris... – seu nome saiu como um sussurro quando sua mão tocou o meu rosto novamente, o acariciando.

- Sim? – ele aproximou seus lábios dos meus e deixou beijos pelo meu maxilar.

- Sem arrependimentos ao amanhecer? – pergunto de repente, o que o faz me encarar.

- Sem arrependimentos ao amanhecer.

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