Capítulo 17

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São exatamente 21h30 quando saio de casa. Juro que tentei sair mais cedo, porém demorei mais tempo do que deveria debaixo do chuveiro. Decidi que iria ir e voltar de táxi, até porque o Heitor também tem uma vida e embora esse seja o trabalho dele, não quero que ele fique me buscando altas horas da madrugada toda vez que eu for sair. E os meus pais reclamaram um pouco sobre eu sair assim repentinamente, minha mãe disse claramente para mim não ingerir nem mesmo uma gota de álcool, já o meu pai disse para eu tomar muito cuidado e qualquer coisa ligar para ele. Como se um assassino perigoso estivesse solto por aí.

Pais!

E é com esse pensamento que entro no táxi e digo que quero ficar no Dallas Club. Eu me lembro que quando tinha 15 anos, sonhava em ir lá, porque embora seja um bar, só podem entrar maiores de 18 e eu não entendo o motivo, afinal, é um bar como outro qualquer. Obviamente deve ter a restrição da idade por conta das bebidas alcoólicas, bebidas as quais não beberei hoje, eu acho. Sabemos que minha tolerância ao álcool é zero, mas um ou dois copos de vez em quando não faz mal à ninguém. E eu não tenho nada com o que me divertir nessa cidade, então...

Assim que desço do táxi, vejo o carro de Rafa parado em frente ao estabelecimento, entro e o movimento de pessoas já está bem alto. Há uma música tocando nos fundos que é do Calvin Harris, Summer, se não me engano. Procuro por todo o lugar o meu querido amigo e o vejo sentado em uma mesa, ele está rindo para duas pessoas que estão de costas para mim, eu não sei quem são mas reconheço as costas de uma daquelas pessoas. São costas largas e musculosas, de um tal cowboy presunçoso e arrogante.

Não acredito que o Rafael fez isso.

Me viro para sair rapidamente mas a voz do meu amigo me chamando é tão alta que até quem estava lá fora deve tê-lo ouvido. Por um momento, todos do estabelecimento param para ver quem é a tal 'Elena' que o idiota do Rafael chamou e quando me viro novamente para a mesa em que ele está, o babaca do meu amigo está acenando com a mão para mim o que faz com que várias pessoas olhem para mim. Detesto ser o centro das atenções. Então vou praticamente correndo para onde ele está sentado e me sento ao seu lado, ficando de frente para a minha querida velha inimiga, Lorena.

- Elena, querida, que bom te ver! - dá um sorriso falso.

- Queria dizer o mesmo. - retribuo o sorriso e olho para Rafael. - Obrigado pelo convite, amigo. - digo a palavra de forma bem irônica para que ele possa entender.

- Eu juro que não tive culpa. - se defende. - Cheguei aqui e encontrei o Chris e a Lorena.

- "Amigo"? Achei que fossem namorados. - Lorena interrompe minha conversa com Rafael.

- Somos melhores como um casal de amigos do que como um casal de namorados. - digo. - Claro que você não entende porque metade dos homens que já chamou de amigo dormiram com você. - ela fecha a cara no mesmo instante.

- Escuta aqui, eu não vou permitir que fale assim comigo, sua...

- Garçom! - Rafael chama o garçom interrompendo a cobra da Lorena. Logo o garçom vem com a sua cardeneta. - Quero uma dose de tequila, por favor.

- Dupla. - completa Chris que estava calado até agora.

- Tripla. - digo com um sorriso.

(...)

Vadia. Essa é a palavra que define Lorena. Ela está claramente dando em cima do Chris, nem ao menos tenta fingir que é uma mulher decente. Tomara que engasgue com a próxima dose de whisky que tomar. Argh! Que raiva dessa oferecida.

- Lembra quando dormíamos juntos lá em casa, Chris? Você sempre passava a mão em mim e dizia que era sonâmbulo. - ela diz enquanto passa a mão na coxa dele. Chris dá mais um gole em sua tequila antes de responder.

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