Capítulo 22

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- Por favor, mãe! – peço pela milésima vez, a seguindo enquanto ela anda pela casa.

- Não, Elena. Pare de insistir. – ela leva uma das mãos à cabeça. – E pare de me seguir também, está me dando dor de cabeça.

- Então pare de andar. – ela para e me encara. – Eu prometo que volto às duas da manhã.

- Meia-noite.

- Mãe, eu não sou a Cinderela. – ela dá de ombros.

- Terá que ser se quiser sair essa noite. – ela volta a andar e eu a sigo novamente.

- Isso é um absurdo. Eu sou maior de idade, sabia?

- Mas está na minha casa, sabia? – reviro os olhos.

- Tá legal, dona Evelyn. Eu volto à meia-noite. – vou pisando forte até o meu quarto.

- Não fale nesse tom comigo, Elena Hockifiel. – me adverte e eu ignoro.

Nem aqui e nem na China que eu volto à meia-noite.

Onde já se viu isso? Uma mulher adulta de 24 anos ter que pedir permissão dos pais para sair? Tudo por causa daquela maldita noite em que passei naquela cabana. Se eu pudesse voltar no tempo, jamais teria montado no Hulk. Por falar em cavalo, até esqueci de mostrar os cavalos da fazenda para a July. Como a perfeita veterinária que ela é, com toda a certeza sua paixão pelos cavalos do papai iria começar no instante em que os visse.

- Que cara é essa? – July questiona sem tirar os olhos da revista em sua mão.

- Nem sabe com que cara eu estou. – reviro os olhos.

- Sei que acabou de revirar os olhos. – ela finalmente desvia os olhos da revista para me olhar. – E agora está me encarando como se quisesse me matar.

- Adoro sua bola de cristal. – ironizo e me sento na cama. – Afinal, o que faz no meu quarto?

- A janela daqui é maior do que a janela do quarto de hóspedes. Agora me conta logo o motivo de estar com essa cara de quem comeu e não gostou.

- Minha mãe que vive me tratando como uma criança. – bufo e ela vem até mim com os braços abertos.

- Oh meu bebê! Brigou com a sua mãe, foi? – ela me abraça pelo ombro e eu franzo o nariz.

Ela me chamou de bebê?

- Vá se ferrar. – ela ri.

- Eu estou sendo uma amiga fofa e você manda eu me ferrar? – se levanta, fingindo estar indignada. – Você deveria ter mais amor no seu coração.

- Você não sabe o que é ter amor no coração. Nunca experimentou isso na vida.

- Você que pensa! – dá a língua como uma criança. – Eu dou amor todas as noites.

- Sim, mas na manhã seguinte você simplesmente foge como o diabo corre da cruz.

- Você parece a minha mãe falando, para com isso! – avisa.

- Tudo bem. – ergo as mãos.

- E a nossa noite? Ainda de pé?

- Claro que sim. – abro um sorriso. – Vamos nos divertir!

(...)

Estou a mais ou menos meia hora esperando a minha querida amiga se arrumar. Eu já estou até pronta com um vestido preto colado ao meu corpo e até o meio das minha coxas, que tem um decote em formato de coração e mangas compridas que cobre todo o meu braço, também estou calçando um salto preto e no meu rosto está apenas o lápis preto, rímel, batom nude e o meu cabelo está ondulado graças à um instrumento mágico chamado Babyliss.

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