Tudo ainda está confuso

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Atena se aproximava lentamente. Seu rosto estava sereno, mas Annabeth estava com medo.

-O que está fazendo aqui? Vá embora -Annabeth disse com a voz fraca por estar encolhida em posição de proteção.

Atena sentou ao lado de Annabeth e após um longo momento de silêncio, disse:

-Não vim aqui para lhe fazer mal, Annabeth.

A deusa esperou em silêncio, Bianca agoniou-se no aperto protetor da mãe, o que forçou Annabeth a relaxar sua postura.

-Você sabe, Annabeth, que o orgulho é o defeito fatal dos sábios -Atena disse, olhando para a neta- mas a virtude tem de ser reconhecer quando se está errado por agir sem pensar. Engolir o orgulho, às vezes, é um dos nossos maiores sacrifícios, e quando digo nós, refiro-me aos deuses.

Annabeth estudou a expressão da mãe. Atena estava realmente se desculpando? Bianca choramingou em seu colo, mexendo-se se jeito que Annabeth reconheceu serem os movimentos que a pequena fazia quando queria ir para outros colos. Ela mordeu o lábio, engolindo parte de seu próprio orgulho e disse:

-Ela.. quer te conhecer -Bianca mexeu-se ainda mais como se confirmasse. Atena estreitou os olhos.

-Eu não pego crianças nos braços -ela disse. E Bianca começou seu show chorando e remexendo-se. Atena a olhou, incomodada. -Qual é o problema dela? -resmungou.

-Já disse, ela quer te conhecer - Annabeth disse, tentando aquietar Bianca sacudindo-a levemente nos braços -e não vai parar enquanto não conseguir.

-Annie, algum problema com Bianca? Precisa de ajuda? -perguntou Percy, na cozinha.

-Está tudo bem, Percy. -Annabeth disse, achando melhor que Percy não entrasse ali para evitar outra briga com a deusa. Ela virou-se para Atena e falou mais baixo- Eu estou aqui lhe dando uma chance, depois de tudo o que me fez. Dê uma chance para Bianca você também.

Atena olhou-a como se fosse começar a dizer insultos novamente, por fim suspirou e estendeu os braços. Controlando o riso, Annabeth perguntou:

-Nunca segurou um bebê? Que espécie de mãe você é? -e sob um olhar irritado de Atena, Annabeth disse-lhe como fazer um ninho, no qual colocou a filha.

Bianca parou de chorar imediatamente, como fazia quando tinha seus desejos concedidos, então fez algo que irritou Annabeth profundamente: Abrira os olhos, que eram cor de tempestade, um cinza profundo que Annabeth via toda vez que se olhava no espelho ou para a mãe e olhou para Atena.

-Não acredito nisso! -Annabeth esbravejou- Eu fiquei aqui me esforçando para Bianca abrir os olhos e ela faz isso para você?!?

-O que... Está tudo...? -Percy entrou no quarto, esbaforido, atrás do motivo da voz alterada de Annabeth, então viu Atena com sua filha nos braços- Você?!

-Eu -disse Atena com simplicidade, como se isso resolvesse todos os problemas do mundo e voltou a olhar a neta- Ela tem seus olhos Annabeth, lembro como foi quando abriu seus olhos a primeira vez para o seu pai... Você e seus irmãos sempre foram exigentes, até mesmo quanto a quem olharia em seus olhos primeiro...

-Ora...-Percy resmungou, ele se dirigiu até Atena e retirou a filha de seus braços- Não pense que eu esqueci o que você fez Annabeth passar, ela pode até lhe perdoar porque é sua filha, mas eu não sou obrigado a isso. Nunca mais toque em minha filha.

Atena voltou-se para Percy, mas antes que dissesse ou fizesse algo, uma figura animada surgiu no quarto.

-Sinto cheiro de briga no ar! -disse Ares com um sorriso enorme e maléfico no rosto e ao ver que todos o encaravam, incentivou- vamos lá, podem continuar.

Depois Que O Mundo Não AcabouOnde histórias criam vida. Descubra agora