capítulo 05

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Acordei assustada com mamãe
me cutucando, pois já tínhamos chegado.
 
Aaaaaaaaaaah - gritei apavorada, fazendo mamãe gritar de susto também.

- Ai menina! Você quer me matar
é?! - falou colocando a mão no
peito, para ver se diminuía as
batidas aceleradas que o coração
dela fazia.

- já chegamos? - perguntei coçando
os olhos.

- ja sim. O avião já está no chão
à cinco minutos. Seu pai já desceu. Pediu pra eu te acordar, pensei
que você tinha morrido.

- ah. Já vou descer. Espera só eu
arrumar meus "bêlos." - falei sorrindo e passando a mão em meus cabelos.

Minha mãe me observava pensativa,
como que me admirasse.
Olhei para ela novamente e sorri. Mas, ela não devolveu o sorriso.

Às vezes minha mãe tinha um comportamento bipolar comigo.
Mas só comigo. Em alguns dias
ela me amava e em outros parecia
ter nojo. Eu em! Ela é maluca!

- já está terminando de alisar
esses cabelos Emmy?

- já acabei! - falei me levantando
e pegando minha mala e uma mochila.

Ela foi na frente como se estivesse só. Quando desci as escadas ouvir uma voz atrás de mim.

- Bem vinda a cidade do pecado
Emmy! - gelei. Não queria olhar
para trás. Continuei andando,
como se não tivesse escutado nada.

Avistei meu pai. Estava ao telefone, não fazia a minima ideia de com quem falava.

- ele está falando com seu tio, o
irmão dele. - ouvi a voz atrás de
mim de novo. Tomei coragem e
olhei para trás. Era Marissa.

- Aaah! Então eu não estava sonhando. Você sentou do meu
lado no avião mesmo!

- É...  também... 
Sentei do teu lado.
Mas, você teve sim um sonho . - falou
a alma brincando com o zíper da minha mochila.
Olhei para o céu com ódio e medo.

- desencosta de mim!
Demônio! - gritei. Olhei para trás,
ela havia sumido. Quando olhei
para frente tinha várias pessoas olhando para mim confusas.
Outras riam.

- ta ficando maluca é garota? - disse minha mãe botando a mão no rosto, devido a vergonha que a fiz passar.

- o que aconteceu
querida? - perguntou meu pai confuso.

- Ah... é que...

- Não se atreva sua garota
mimada! - uma voz grossa sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar.

- n...nada pai - falei com voz trêmula.

- como assim nada? Ouvi você
gritar como se alguém tivesse te tocando! Filha, fala para mim o que você tá sentin...

- medo! - berrei,  interropendo
ele e começando a chorar.
Nunca eu tinha me encontrado
com uma alma.
Nem acreditava que elas realmente existiam.
Agora todos estavam com os olhos fixados em mim.

- medo? - meu pai arregalou os
olhos - filha, você quer voltar para o Brasil?- meu pai sugeriu.

Minha mãe bufou.

- ah George. Não acredito que
você voltará por causa dessa
menina mimada!

- Não pai, não precisa. É só... 
coisa da minha cabeça... - suspirei.

- quer ficar mesmo filha? - perguntou um tanto preocupado.

- sim.

Minha mãe ficou radiante porque
não escolhi voltar.

- ah filha! Você não sabe como
estou agradecida por você ter escolhido ficar! - ela correu até
mim e me abraçou. - agora vamos procurar um hotel, né minha
querida filha? - falou me pressionando para si.

- É... pode ser.

"Ela vai se arrepender de ter
vindo para Nova York "- falou a
alma observando aquela família
indo embora do aeroporto.

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