capítulo 26

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***Emmica ***

Acordei atordoada sem ao menos saber aonde estava. Daí lembrei que estava no meu quarto.

"Como eu sou retardada! " - pensei sorrindo.

Foi quando notei que nos pés da minha cama estava ele, meu anjo da Guarda.

- ei! Venha já aqui anjinho. - chamei simpática, mas ele não veio.

 - o que você tem em anjinho? - Não me respondeu. Era óbvio que ele estava com raiva pelos meus insultos.

Me aproximei dele e sentei ao seu lado. Ele estava de cabeça baixa e estava... chorando?

- o que você tem? Porque você tá chorando? - perguntei de novo e ele só negou com a cabeça. - Eu sei que foi eu, desculpa anjinho, eu fui uma idiota em te ofender tanto. Eu não devia, mas me desculpe, eu estava de cabeça quente.

- Não é isso Emmica, e o senhor já te perdoou.

- então... Ué? Não entendi. E... o que aconteceu anjinho, me diz. - insisti. E ele negou novamente com a cabeça.

- ah! Assim é difícil de conversar! - levantei bufando. Mas ele não teve nenhuma reação. Continuou ali, triste. Aquilo me deixou muito mal.

Então fui até ele para conforta-lo.

- ô querido, não fica assim - me aproximei dele para o abraçar, era a primeira vez que eu ia o tocar, mas quando o abracei, uma luz muito forte iluminou o quarto inteiro.

Eu não conseguia enxergar nada, nem ao menos ver o anjo que eu abraçava.

Era como se eu tivesse abraçando o sol.

Senti uma grande pontada entre minhas duas costelas, e eu tive um tipo de visão bem rápida. Tinha muito sangue, velas, um bolo de aniversário, pessoas fantasiadas dançando e bebendo no meio do salão, e duas Almas com capas pretas, de cara a cara, sendo que uma era mais baixa e não levitava. Ao contrário da outra. Uma segurava uma foice e a mais baixa um terço. Foi então que ao mesmo tempo as duas decidiram tirar o capuz. Mas, quando elas ergueram as mãos ficou tudo iluminado de novo e do nada tudo ficou negro.

Acordei sufocada e muito suada, olhei ao redor do quarto, não tinha ninguém ali, me levantei e fui olhar pela janela, por incrível que pareça já era manhã.

- Cacilda! Hoje eu tenho escola! - corri para o banheiro sem ao menos olhar a hora.

Me arrumei rapidamente e saí em disparada sem ao menos tomar café.

Minha escola não ficava tão longe de minha casa. Mas também, não era perto.

Eu gastava mais ou menos 20 minutos para chegar lá, e eu sempre saía atrasada de casa.

Mas hoje foi diferente. Quando eu cheguei não havia ninguém na escola.

- o que aconteceu com os
alunos? - franzi o cenho. Resolvi olhar a hora. - nossa! Cheguei muito cedo! São apenas 06:40hrs! - gargalhei pela minha burrice.

Foi então que uma pessoa me chamou. Me virei e... caramba!

Esqueci geral do encontro!

- oi Bryan. - falei envergonhada.

- o que aconteceu com você ontem!?

- desculpa, eu dormi cedo.

- cara, eu fiquei plantado lá te esperando.

- eu já pedi desculpa. Eu estava muito cansada!

- a primeira garota que me dá gelo! Nem tô acreditando na sua
ousadia! - disse irônico.

- pra tudo tem uma primeira vez tá queridinho! - devolvi em tom mais irônico.

E saí empurrando seu ombro.

Quando estava andando, tropecei em uma corda que as crianças do 6° ano colocaram amarrados entre um poste e uma grade.

Devido eu está andando rápido, a queda foi bem feia. Todos riram. O que me deu muito mais ódio.

Foi quando uma pessoa estendeu a mão para mim, eu não olhei para ver quem era, estava envergonhada, mas também não queria ficar naquele chão sendo zoada de todos.

Eu segurei firme sua mão e levantei. Sua mão era tão quente e macia, que dava vontade de segurar para sempre.

- obrigada. - falei sem olhar, limpando meus joelhos e minhas mãos.

- de nada. - disse com uma voz inocente. Franzi a testa e rapidamente o olhei.

E ali fiquei paralisada por no mínimo 1 hora.

Era a coisa mais linda que eu já tinha visto na minha frente. Seus olhos eram tão azuis e brilhosos, que me refletia dentro deles.

Seu rosto era puro, seu sorriso era lindo. Era loiro, cabelos lisos quase na altura dos ombros. Ele era...

- perfeito... - eu disse hipnotizada.

- o que disse senhorita? - perguntou sorrindo mais.

- aaah....  nada... - menti, eu estava parecendo um tomate. - tenho que ir.

- tchau. - disse acenando para mim.

Me virei e continuei a andar, olhando de instantes em instantes para trás.

Foi então que entrei na escola e fui em direção a sala em que estudava. Me sentei e fiquei sonhando com aquele garoto.

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