Capítulo 47

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Depois que aquilo apertou meu braço, me puxou brutalmente para dentro de um dos cômodos. Pensei em gritar, mas, a minha voz falhou. Então fecho os olhos tentando não ver o que tinha ali e me preparo para gritar, mas aquela mão gelada tampa a minha boca.

– Tá ficando louca? Gritar a essa hora?

Arregalei os olhos e me assustei mais ainda quando vi que era Agatha.

– quem tá ficando louca é você! Aonde já se viu?! Fazer esse suspense para nada?! Você pode dar um infarto em alguém dessa forma sabia?

– Quem não deve, não teme.

Encaro ela.

– o quê?

– Foi o que você ouviu. - disse Agatha se sentando na cama dela em posição de meditação.

Ela parecia calma. Como se nada tivesse acontecendo. Fiquei pensando no que ela disse. Do que ela realmente se referia? Cruzei os braços. Ela era tão ... Sombria.

– Ah... Então. É... - respiro fundo e ela olha para mim esperando as palavras desembaralharem. - o que veio fazer aqui a essa hora?

– Aqui é minha casa.

– Sarah sabe disso?

– Se ela soubesse, teria me seguido. - revira os olhos.

Peguei meu celular do bolso vagarosamente. Minha intenção era ligar para Sarah e dizer que a Agatha fugiu outra vez.

Fingi que estava vendo a hora e liguei para a Sarah, botando o celular no bolso novamente.
Então o celular dela tocou imediatamente.

Agatha me fuzila com os olhos e pega o celular que estava embaixo do travesseiro. Arregalei os olhos.

– Você está com o celular de Sarah?!

Então ela me olhou com muito ódio.

– você acha que eu sou retardada? Eu sabia que você ia ligar para a Sarah e dizer que a prima louca dela tinha fugido outra vez!

Falou em um tom irritado, engoli em seco. Então, ela me puxou pelas cordinhas que tinha no meu moletom fazendo-nos ficar com os rostos muito próximos e a olhar nos olhos.

– Olha aqui garota, se eu te chamei aqui, teve um objetivo, e esse objetivo, leva a uma solução!

Ela dá uma pausa de alguns segundos.

– Você tem cheiro de morte.

Me empurra para longe dela.
Eu não sabia nem como agir naquele momento. Tinha ficado sem palavras. Estava em choque. Sentia um nó na garganta, algo estranho. Virei de costas para ela e olhei para a hora no meu celular. Eram exatamente 3 horas . Respirei fundo.

– Porque me chamou aqui então?

– Queria esclarecer umas coisas.

– Quais?

– Ah... Bem. Você já sabe quem eu sou. Ou talvez já me viu antes de conhecer.

– Sim, mas foi apenas um sonho.

– Sonhos não são "apenas sonhos". De um jeito ou de outro, eles sempre querem nos dizer algo, nos lembrar de algo. Nos alertar.

Depois que fala isso, o silêncio toma conta do ambiente. Eu ainda estava cética com tudo aquilo. Eu não sabia o que falar. Então permaneci estátua por uns instantes e dei um suspiro.

– Por que você fez aquilo consigo mesma? - perguntei virando um pouco e a olhando de relance.

– Não sei.

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