Capítulo 23

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Cheguei na minha casa e fui em direção ao meu quarto.

Abri a porta, ele continuava do jeito que deixei, bagunçado.
Mas eu amava ele assim.

Eu não era a pessoa mais organizada do mundo. Mas banguceira, eu era.

- finalmente no meu quarto, doce quarto! - exclamei dando um pulo na minha cama e jogando os sapatos para cima.

Fiquei lá olhando para o teto por quase meia hora, foi então que meu celular tocou.

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*Alô?

#Oi gata!

*Quem é?

#Não conhece mais minha voz?

*Não.

#sou eu garota!

*claro que é você! Se tá falando comigo é você!

#Emmyca! sou eu! O Bryan!

Gelei. Eu não estava acreditando. Naquela hora, eu fiquei sem palavras, o menino mais lindo desse universo ligando para mim!? Não tinha palavras, mas teria que falar algo, então eu disse:

*Quem te deu meu número!?

#uma amiga minha.

*Quem é ela?

#ah você pergunta demais!

*você ligou para conversar, e é isso que eu estou fazendo ué!

#isso não importa agora. Você já chegou de viagem linda?

*sim, cheguei hoje.

#que legal. Você tá livre à noite?

*estou sim.

#vamos pegar um cineminha hoje?

Travei. Eu estava sonhando, ou o Bryan, o garoto que sempre tive uma queda por ele, ta me chamando pra sair!? Sem pensar em mais nada respondi:

*vamos sim!

#vou te pegar na sua casa beleza?

*beleza!!!

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E desligou.

- Caraca! Eu vou sair com o primeiro garoto em toda a minha vida! Tá podendo em Emmy? Não tô nem acreditando, alguém me bilisque!

- Aaaai! - gritei.

- você que pediu. - uma voz inocente e bem conhecida falou sorrindo. Procurei de onde a voz vinha, mas eu estava sozinha no quarto.

- Emmy, você só me ver se eu permitir.

- ôh! Isso não tem graça! Tá me assustando! - reclamei me virando em todas as direções procurando. - aonde você tá em guri?

- olha pra cima. - olhei. E aquele olhos azuis como o céu me olhava com doçura e inocência.

- anjinho travesso! Desce já daí!  - falei rindo. Ele desceu.

- Espera, seu cabelo. Porque está liso? Ele não era cacheado?

- Não Emmica. Ele é assim. Naquele dia ele estava daquele jeito porque eu estava judiado demais. Você não notou que agora ele está mais loiro?

- verdade. Nossa que mudança angelical. Também estou vendo a sua boquinha. Ela está perfeitamente curada, sem nenhum corte sequer.
E agora você está falando mesmo!

- Sim. Antes eu não podia, por isso usei seu pensamento. Ainda bem que me curei.

- Onde você tava esse tempo todo? Você fez falta! - perguntei saindo um pouco daquele assunto.

- Emmy, eu estava com você esse tempo todo.

- ham, mas como assim!? - perguntei incrédula. - Não tava não!

- como a música de Pitty fala: "Eu estava aqui o tempo todo só você não viu". - cantarolou.

- espera, você escuta Pitty!?

- eu não! Quem vive escutando é você!
- Não acredito! Como você sabe?

- hihihihihi! -Sorriu com as duas mãozinhas na boca. - Emmyca, sou seu anjo da Guarda, desde que você nasceu te acompanho. Em todos os lugares, todas horas e ocasiões.

- E você só vem se comunicar comigo agora? Caramba em! Que consideração você tem por mim!

- Perdão.

- Além do mais me deixou passar por tudo sozinha, não me ajudou em nada, não me socorreu, não me livrou de Marissa! - terminei bem alterada.

- Emmy nunca fale uma coisa que você não tenha certeza do que realmente aconteceu! Eu te salvo de cada uma, você nem imagina.
Então pare de ser egoísta e
medíocre e se ponha um pouco no meu lugar! - Gritou mais alterado do que eu.

- Até parece! Você nunca está comigo na hora que mais preciso! Você não está vendo o que aconteceu com a minha avó? E isso só pode ter sido culpa minha!

- Eu vi sim! Eu vejo tudo o que acontece com você! Não me julgue dizendo que não estou perto! Eu estou sempre aqui!

- Se você se sacrifica por mim, porque não salva a minha avó!? - berrei começando a chorar.

- Emmy, anjos não podem interagir com humanos. Nenhum tipo de anjo tem esse direito. O único que tem esse direito é Gabriel. E ele só fala quando meu criador, manda. - disse calmamente. Virei as costas para ele.

- sabe de uma coisa? - perguntei limpando as lágrimas. - Eu odeio o seu criador! - falei cerrando os punhos.

Pude sentir uma grande aflição no anjo depois de eu ter falado aquilo.
Ele continuou calado. Permaneci de costas e com os punhos ainda cerrados.

- Se ele é mesmo o dono desse mundo, o pai de todos, porque há tanta guerra, fome, e sofrimento? Ele não existe, e se existisse, eu não o amaria.

- Emmy, para.

- porque você não chama "seu criador"-fiz aspas com os dedos- de Deus?

- por respeito Emmy.

- Respeito? Nossa. - disse revirando os olhos.

- Preciso ir. - falou dando um suspiro.

- mas você diz que vai e fica aqui escondido! É pior que nada!

- Não, agora eu vou. Ouví um chamado. E você vai dormir. - disse sério. Virei de frente para ele.

- eu não estou com sono. - Falei cruzando os braços. - uaaaah! - bocejei.

- Agora está!

Não falei nada, apenas o observava.

- melhor eu ir. - disse sem nenhuma felicidade no olhar e sumiu. Fui para a cama e dormi rapidamente. 

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