capítulo 20

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O avião estava demorando demais, mas enfim chegou.

Sem demora, corri para a sala de embarque e deixei meus pais resolvendo os problemas com as malas. Até que em alguns minutos chegaram, e fomos para o avião.

Dessa vez, não fiquei sozinha em uma cadeira. E sim junto a eles. Eu até que achei legal ficar ali, pois não queria que outra alma sentasse ao meu lado.

Coloquei o cinto de segurança antecipadamente (como sempre). E fui interrompida, adivinha por quem?

- Emmica! Você tem que pôr o cinto de segurança na hora que a aeromoça mandar! Não agora! - gritou minha mãe.

- Denise deixa a menina! - repreendeu papai.

- mãe! Olha aqui! Eu boto o cinto
a hora que eu quero! Se eu botar agora ou depois não vai fazer a mínima diferença! De todo jeito
vou ter que amarrar a droga desse cinto em mim! - falei irritada.

Minha mãe me olhava pasma.
Por incrível que pareça ela não
fez discurso sobre obedecer e não responder mal os pais. Acho que
ela viu que eu tinha razão.

Seguimos viagem tranquilamente.
No meu caso, sem almas e sem pesadelos.

Minha mãe estava lendo uma revista dos EUA e meu pai estava lendo um jornal dos EUA também. E eu estava sobrando lá. Até que passou uma aeromoça com um carrinho de comida e me perguntou algo em inglês.

- moça, eu não entendo... - falei envergonhada.

- oh perdão! Eu perguntei se você vai querer algo.

- sim. Um sanduíche por favor.

- está bem. - pegou o sanduíche - pegue querida - e me deu.

- obrigada. - sorri para a moça e ela passou direto.

Foi daí que senti mais do que uma necessidade aprender o inglês. Mesmo eu não gostando, o inglês faz parte do cotidiano, e todo mundo sabe um pouco. Exceto eu, que não sei, e nem me interesso em aprender.

O avião estava perto de pousar.
E eu estava muito feliz. Iria ver minha avó Lucinda e matar a maldita saudade.

Minha avó Lucinda, era a mãe de meu pai. Tinha 60 anos.

Também estava ansiosa para ver meus tios, os irmãos de minha mãe.
Tia Dora e tio Daniel. Os melhores por sinal.
Tia Dora, é a mais velha. Tem 38 anos.
Tio Daniel, é o mais novo. Tem 25 anos. E ele é muito lindo. Confesso.
Mamãe tem 34 anos. 

Meu pai também tem irmãos.
Um irmão de 43 anos que é o mais velho, se chama Gerald, e duas irmãs mais novas, Germânia e Gemima, de 33 anos, que são gêmeas idênticas. Papai tem 38 anos.

O avião Pousou e imediatamente saímos. Entrei no aeroporto e a primeira pessoa que eu vi foi tio Gerald coçando a cabeça, um tanto preocupado. Estranhei. Ele nunca teve esse comportamento. Corri e
o abracei. Eu não gosto de abraços mas...

- senti saudades tio! - menti. Eu não gosto muito dele. Só quer ser rico. Mesmo não tendo aonde cair morto.

- também senti querida. Cadê seu pai que não chega?

- daqui a pouco ele aparece. Espera, aconteceu algo tio?

- Não não querida. Nada demais para você se preocupar. - falou andando de um lado para o outro.

-  você tá me assustan...

- George! Finalmente! - gritou meu tio me interrompendo e me deixando no vácuo.

- Oi Gerald! - papai disse indo ao seu encontro e se abraçaram.

- George, preciso conversar a sós com
você.

- cara tem que ser agora? Estou muito cansado. - disse papai fazendo careta.

- tem sim que ser agora. Só assim você vai se preparando.

Ué!? Preparando para o quê? Tudo está muito confuso!

Meu tio puxou papai para longe e começou a falar. Quanto mais meu tio falava, mais papai ficava nervoso passando a mão na cabeça com um olhar de preocupação. Quando meu tio terminou de conversar, meu pai andou rapidamente em nossa direção, pegou as malas e saiu quase correndo sem falar com ninguém.

Logo assim que papai saiu em disparada na frente, tio Gerald foi bem atrás. Eu e minha mãe estávamos indo juntas. Quando cheguei perto do carro de meu tio, papai estava encostado no carro com um semblante preocupado. Depois entrou no carro junto com meu tio. Mamãe e eu entramos bem depois deles. E seguimos o caminho para casa.

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