A Inimiga da Morte

capítulo 16

Para minha felicidade, "só que não", naquela noite tive um sonho horrendo.

Foi mais ou menos assim:

Estava em uma casa, mas na mesma não tinha móveis ou qualquer coisa de decoração. A casa estava vazia, com apenas um ar sombrio invadindo as janelas.

Eu olhava para todas as direções, mas, não via nada.
Estava escuro, a única luz que havia ali, era da lua cheia, que invadia a casa, pelos buracos das telhas antigas.
Apertei os olhos, tentando desfazer aquele cenário, quando os abrí, vi uma luz fraca em um dos cômodos daquela casa, decidi ir até lá, então caminhei, quando ergui minha mão para girar a maçaneta, a porta abriu sozinha fazendo um rangido alto, sem eu nem sequer tocá-la.

Dei um pulo para trás arregalando
os olhos, depois criei coragem e
entrei no cômodo. A cada passo
que eu dava, minha respiração
ficava mais ofegante, e o pânico tomava conta do meu subconsciente.

Pensei em sair correndo dali,
mas fui surpreendida por algo me empurrando para dentro e fechando a porta.

Tentei dar um grito, mas não saiu.

Fechei os olhos enquanto aquilo me tocava, meu coração estava a mil.

Foi então que do nada aquilo tirou as suas mãos de mim, e tudo ficou calmo e em silêncio.

Permaneci de olhos fechados, pressionando-os, até que uma
voz sussurrou em meu ouvido:

-Open your eyes...

Não entendi o que aquela voz disse.
Mas eu tive um grande arrepio quando ordenou.

Pressionei mais meus olhos, e botei as mãos cobrindo-os.

-  Open your eyes! - exclamou furiosa.

Mas eu não entendia nada o que aquela voz queria dizer!

Não entendo inglês! Me desesperei
e tentei dar um grito, mas fui impedida por uma mão fria tampando brutalmente minha boca.

Foi então que arregalei os olhos, e pude observar o que tinha naquele cômodo.

Havia uma enorme estrela desenhada com giz naquele chão de madeira desgastada.

Ao redor da estrela, tinha um círculo de velas, que estava sobre um círculo feito de giz. Era um desenho estranho.

Uma estrela dentro de um círculo de velas? Ergui uma sobrancelha, foi então que ouví gritos horripilantes que mais se pareciam de uma garota.

Até que vi a mesma ser empurrada para dentro da sala cruelmente, fazendo-a cair de joelhos.

Depois, uma criatura extremamente magra e envergada, entrou pegando a garota pelo braço e a jogando dentro do desenho.

A garota soltou um grito de fúria
para a criatura, então, ela se aproximou da garota e puxou seus cabelos, fazendo com que sua cabeça fosse brutalmente puxada para trás,
a obrigando a olhar para ela.

A garota cuspiu seu rosto e gritou algo em inglês, fazendo a criatura gargalhar.

Enquanto eu assistia de perto aquela cena, tinha algum ser tampando minha boca, por precaução, caso eu resolvesse gritar.

Não fazia a mínima ideia de quem poderia estar por trás de mim, mas não perdi o meu tempo querendo ver seu rosto, pois mesmo eu não soubesse quem seria, não me passava nenhum medo. Então continuei olhando aquilo que se passava na minha frente.

Quando a criatura gargalhou, a garota olhou para mim. Gelei.

Eu pensava que ela não podia me ver. Mas, a garota me olhava fixamente, me deixando um pouco incomodada.
Era uma garota branca e loira, com olhos bem verdes como o mar. Ela sangrava pelo nariz, e estava com hematomas nos braços, acho que foram feitas por aquele demônio.

Seu semblante estava como de uma pessoa cansada, seus olhos estavam com um brilho inexplicável mas no fundo deles eu via muito ódio, e um pedido desesperado de socorro.

Notando que eu tinha captado seu sentimento, ela desviou o olhar de mim, e tentou levantar, mas, a criatura, a chutou, fazendo ela cair brutalmente e bater a cabeça no chão.

  Ela urrou de dor, e começou a gritar desesperada, como se quisesse que alguém a ouvisse. Eu não aguentando mais o seu desespero, comecei a chorar.

A criatura vendo que ela não podia mais levantar, a amarrou dentro do desenho, colocando seus braços e pernas abertas, para ficar no formato de uma estrela humana.

Ela se debatia bastante, gritava, berrava, e aquilo me desesperava mais e mais.

Naquela hora, senti que tinha que fazer algo. Não poderia deixá-la sofrer tanto assim. Tentei me soltar daquela coisa que estava atrás de mim, e consegui. Mas quando eu cheguei perto, o nada, me segurou, como se fosse um escudo. Não conseguir mais me mover, então a pessoa que estava tampando minha boca, se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido:

-  "you may not change the past." - e me segurou novamente me puxando um pouco para trás.