capítulo 34

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** Emmica**

Depois que Sarah foi embora fiquei sentada no sofá pensando em tudo aquilo que tinha acontecido. Escuto alguém abrir a porta.

- oi filha! O que faz aí sozinha? - pergunta meu pai vindo em minha direção e depositando um beijo na minha cabeça.

- oi pai. Eu estava olhando minha fantasia. - falo sem ânimo.

- sério querida!?

Senta ao meu lado pegando minha fantasia.

- o que achou dela? Uma belezura não acha? - falou admirado.

Eu não tinha admiração por aquela fantasia. Não mais. Olho para a fantasia com uma cara nada legal.

- pai...

- oi filha.

- é... Será que... Ainda há tempo de trocar essa fantasia?

Papai me olhou surpreso e na mesma hora bem confuso.

- mas porque Emmica? Essa fantasia está tão linda e diferente. E você que escolheu ela. Não entendo mesmo o porquê de querer trocá-la.

- Me arrependi. Apenas isso.

- Ah... Está bem. - falou confuso. - espera um minuto que o papai vai ligar para a confecção e pedir outra Ok?

Aceno que sim com a cabeça.

Papai liga para a confecção mas não tinha notícias muito boas.

- Ah.... Filha... Tenho uma má notícia para você.

- Tipo o que?

- A confecção não tem fantasias disponíveis, e não há tempo de fazer uma nova. Faltam poucos dias para o seu aniversário, e não dá tempo fazer outra.

Abaixo a cabeça.

- tudo bem então. Eu uso essa mesmo. - falo dando um suspiro.

Papai me olhou meio angustiado.

- filha... Desculpa. Mas... Eu tentei.

- tudo bem pai. Eu entendo. - levanto a cabeça e dou um sorriso meio torto.

Papai se inclina até mim e dá um beijo em minha testa.

- Saiba que essa sua fantasia será a mais interessante da festa. Pode ter certeza. - disse dando um sorriso e passando a mão na minha cabeça. Depois levantou e foi para o seu quarto.

Fiquei lá na sala sozinha. Até que lembrei da minha avó.

"Acho que vou lá vê-la." - pensei.

Fui até meu quarto e peguei um par de luvas para esconder aqueles cortes. Depois que as coloquei, peguei meu blusão e saí em direção a casa da minha avó, andando pela rua movimentada onde ninguém ajuda ninguém, cada um por si. Estava cabisbaixa olhando para o chão e chutando as pedrinhas que tinha bem na minha frente. Tudo aquilo já tinha passado de ser confuso. Tudo aquilo me dava receio. Respirei fundo. Minhas lágrimas ameaçavam cair. Mas eu as contia. Depois de muito andar, cheguei na frente da casa de minha avó e parei observando aquela enorme casa por completa. Tomei coragem e entrei. E logo me dei de cara com a Tia Germana. Ela sorriu para mim e veio em minha direção me abraçar.

- oi tia. - falei sem ânimo.

Ela me soltou e olhou em meus olhos.

- veio ver sua avó?

- sim, ela está melhor?

Tia Germana suspirou.

- está do mesmo jeito Emmy. Não melhorou , nem piorou. Está na mesma.

Respiro fundo e olho para baixo.

- queria que tudo isso fosse irreal, e que daqui a pouco eu iria acordar e dizer: "tudo isso foi apenas um pesadelo". - falei com Voz meio chorosa.

Tia Germana não se aguentou e começou a chorar.

- todos nós queríamos Emmy. - fala entre lágrimas e me abraça.

Ficamos abraçadas ali por um tempo, depois me soltei dela e subi as escadas  indo em direção ao quarto de minha avó.

Cheguei na porta do seu quarto e botei a mão na maçaneta.

Respirei  fundo.  Era difícil encarar aquela realidade de frente. Girei a maçaneta e fui abrindo a porta aos poucos. Eu estava de cabeça baixa, muito triste, que nem notei o que tinha naquele quarto. Entrei ainda cabisbaixa e fechei a porta. Me virei e levantei a cabeça. Mas , quando eu levanto, vejo a pior cena que já vi em minha vida, pela segunda vez. Meu coração começou a bater mil por hora, comecei a gelar. Tudo aquilo que tinha passado , voltou a mente, e o que aquela coisa falou... Me fazia ter enjôos. Ele estava olhando minha avó desacordada, enquanto eu permaneci ali, imóvel. Parecia até que ele não me via, pelo menos eu achava. Até ele virar estranhamente a cabeça para mim. E o nada me encarou. Não dava para ver o seu rosto. Era apenas o capuz. Engoli em seco por ele ter me notado. Ele entortou um pouco a cabeça e veio levitando em minha direção. Dei passos para trás e tentei abrir a porta, mas a maçaneta havia imperrado. O pavor tomou conta de mim. Comecei a bater na porta desesperada, na medida que aquele monstro se aproximava. Ele chegava mais perto, e mais perto, e mais perto... Eu ia gritar , mas quando abri a boca, fui surpreendida.

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