Capítulo 22

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Tive um sonho. Estava no banheiro,
e nele continha muita água,
mas, também muito sangue.

Estava tudo confuso, pois mesmo
o sangue está perto da água,
os dois não se misturavam,
como se fossem água e óleo.

Levantei do chão e fui me olhar
no espelho. Tive um grande susto.

Eu estava... encapuzada, não via
meu rosto, e... minhas mãos... 

ai meu Deus! Cadê minhas mãos lindas e delicadas!? Só tem ossos!

Me afastei do espelho assustada
e alguém bateu desesperadamente
na porta.

- Emmica! Você tá aí?  - me acordei assustada me levantando do chão.

- estou sim... - disse coçando os
olhos.

- aah ainda bem! Te procuramos muito garota!

- Eu sei. Espera um pouco já
estou saindo. - antes de sair
apanhei os cacos do espelho e
joguei-os no lixo. Logo após,
lavei minhas mãos cortadas por
causa do espelho que quebrei,
e as enxuguei. Foi então que senti
um frio na barriga e lembrei do sonho. Sem demora, observei
minhas mãos. Estavam normais. Lindas e delicadas.

Mas o meu medo era o rosto.
Respirei fundo e tomei coragem para me olhar no reflexo do box.
Fui me aproximando e quando
me olhei, o que mais temia no
sonho, era real!

Eu estava de capuz negro sem mostrar meu rosto. Dei um pulo
pra trás e um gritinho, colocando minhas mãos na boca.

Mas quando olhei novamente no box, meu rosto estava normal. Meus olhos claros estavam radiantes mesmo depois de ter chorado litros.

Ajeitei meu cabelo e destranquei a porta. Na frente do banheiro minha mãe me esperava de braços cruzados. Escondi minhas mãos.

- o que você estava fazendo
no banheiro esse tempo todo
garota?- perguntou desconfiada. 

- tá mãe! O que é que se faz em
um banheiro?

- mas você sumiu! Você desceu
junto com a descarga foi?

- sim. Demorei porque me perdi
no esgoto. E para poder sobreviver, tive que comer baratas, caracóis
e tapurús. - falei seca.

- eca menina nojenta. - disse
fazendo careta.

- Eu até que lembrei de você sabe, tipo "ah vou levar um desses bichinhos para a minha querida mamãe.

Mal terminei de fechar minha boca
e mamãe estava quase vomitando encima de mim, ela correu para vomitar no banheiro batendo seu ombro de propósito no meu. Dei um sorriso cínico e fui embora para casa. 

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